Review: Memories Of Old – The Zeramin Game

Por Lucas Santos

O som produzido pela banda é uma mistura de Pirate Metal do Alestorm, metal “espadinha” do Serenity e uma pitada de Angra. Desde a abertura In Exordium, que é narrada por uma voz que parece o Gandalf, até a faixa final Finale, a banda te ambienta perfeitamente aonde a aventura é contada. É como se você pudesse ouvir o barulho das espadas douradas e o barulho de homens com suas canecas transbordando cerveja e a derramando sobre o convés do navio no oceano.

Lucas Santos

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Gravadora: Limb Music
Data de lançamento: 18/09/2020

Gênero: Power Metal
País: Inglaterra

Essa é fácil. Olha para a capa. Olhou? Agora olha para a foto dos integrantes. Pronto? Com um pingo de conhecimento você já pode esperar que The Zeramin Game é um álbum que não esconde o seu estilo; Power Metal. O álbum é a estreia de uma banda nova na cena do Power Metal sinfônico, Memories Of Old. Bem, nova em seu nome, uma rápida pesquisa no lineup revela que os seus integrantes tem muita experiência. O guitarrista e membro fundador Billy Jeffs despertou o interesse do guitarrista do Sabaton, Tommy Johansson alguns anos atrás. Então, com a entrada de Johansson, que cumpre um papel diferente por aqui, ele é o vocalista principal e apenas, a banda se propôs a lançar o seu debut em 2020.

Johansson é o ponto chave aqui, seus vocais são robustos e teatrais, sem serem muito na sua cara ou exagerados, junto de sua flexibilidade, cumprem um papel crítico no álbum, mas sem impedir que o resto dos membros da banda tenham seus próprios momentos de brilho. O som produzido pela banda é uma mistura de Pirate Metal do Alestorm, metal “espadinha” do Serenity e uma pitada de Angra. Desde a abertura In Exordium, que é narrada por uma voz que parece o Gandalf, até a faixa final Finale, a banda te ambienta perfeitamente aonde a aventura é contada. É como se você pudesse ouvir o barulho das espadas douradas e o barulho de homens com suas canecas transbordando cerveja e a derramando sobre o convés do navio no oceano. Esse é o tom do The Zeramin Game.

Apesar das faixas serem moldadas em uma já conhecida abordagem do Power Metal sinfônico, a banda consegue construir melodias cativantes, atmosféricas ricas e sonoridades vívidas. Faixas como The Land Of Xia e Zera’s Shadow são o pacote completo; bumbo duplo pulsante, momentos heróicos, solos estravagantes e melodias apaixonantes. É possível notar parte da abordagem sendo mais progressiva, até no tamanho das faixas, mas não se engane muito, estamos lidando com um álbum direto de Power Metal sinfônico.

Destiny é aonde podemos notar toda a paixão contida no álbum. Os vocais de Johansson junto aos trabalhos de guitarra se misturam em uma belíssima canção que se sobressai no álbum. Across The Seas é uma faixa que poderia estar embutida em qualquer álbum do Alestorm, essa contêm o refrão mais grudento, e em Fowler’s Revenge, eles ultilizam bastante os sintetizadores que conduzem os mais de 7 minutos da música. A partir de um certo momento eu já percebi que qualquer coisa que o Memories Of Old quisesse me apresentar eu ia dar 100% atenção e confiança, tudo que eles se propõe a executar no álbum é feito de maneira impecável.

Mesmo com uma duração de quase 1 hora e 8 minutos, e com uma faixa final autointitulada que passa dos 14, The Zeramin Game não fica maçante ou com o sentimento de ser longo demais, ao contrário. Alinhado à ótima produção e a ótima forma em que a banda encontrou de contar a sua história e executa-la, o álbum cumpre perfeitamente o papel e faz jus a sua longa extensão. Nada melhor que instrumentação justa e ótima narrativa. É vitória na certa.

Quando peguei The Zeramin Game para escutar achei que ia ser mais um daqueles discos quadrados de Power Metal sinfônico, mas o resultado final é que o álbum é um dos melhores registros do gênero no ano. Além de ser extremamente bem feito, com músicos de qualidade indiscutível e ser cheio de momentos marcantes, ele é extremamente divertido e cativante. O que quer que seja que o Memories Of Old se propôs a fazer, deu liga. Muita liga. Os setes oceanos te esperam.

Nota final: 8/10