Review: Avatar – Hunter Gatherer

Por Lucas Santos

Hunther Gatherer é o oitavo álbum de estúdio, que segue na mesma abordagem de ideias, com uma carga mais pesada, timbres de guitarra mais limpos e mais uma incrível performance conjunta.

Lucas Santos

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Gravadora: Entertainment One
Data de lançamento: 7/08/2020

Gênero: Heavy Metal/Avant-Garde Metal
País: Suécia

Os suecos do Avatar ficam cada vez mais difíceis de serem classificados. Depois do seu lançamento lá em 2006, com a proposta inicial de um Death Metal melódico mais direto, a banda moldou e diferenciou o seu som ao longo de 14 anos, nunca caindo na zona de conforto, sempre de forma muito divertida e horripilante.

Com um lado teatral muito forte (o show deles é um espetáculo a parte), o Avatar construiu uma base muito estável, muito em função de romper conceitos do gênero e adicionar pegadas diferentes em cada trabalho. Hunther Gatherer é o oitavo álbum de estúdio, que segue na mesma abordagem de ideias, com uma carga mais pesada, timbres de guitarra mais limpos e mais uma incrível performance conjunta.

Comparada ao antecessor, Hunther Gatherer soa mais sombrio, com uma pontada de volta às raízes do Death Metal melódico característico, porém com a carga dos seus trabalhos anteriores, se mostrando ser um disco único na discografia da banda. As músicas fogem de um padrão e tem diversas particularidades. A abertura Silence In The Age Of Apes, assim como a faixa Child, pega aquela vibe mais diabólica parecida com System Of A Down.

Wormhole tem uma pegada mais Doom, arrastada, parecida com Sabbath, enquanto Colossus encontra a banda em um novo ritmo, uma mistura de eletrônicos com Type O’ Negative, imundos e um refrão bem sinistro cantado em coro. God Of Sick Dreams é uma faixa bem pesada, com quebradas e riffs bem interessantes, uma das mais diretas e mais robustas do disco.

Toda essa variedade de estilos dentro do som do Avatar realça ainda mais o virtuoso vocalista Johannes Eckerström, que parece ter cerca de 10 estilos de canto diferentes. Saltar entre rugidos abrasivos, passagens limpas e cantigas de ninar, como em Gun, realmente não é pra qualquer um, e mostra que se essa abordagem caísse no colo de outro vocalista, talvez a entrega não fosse tão perfeita e assombrosa.

Hunther Gatherer é uma linha tênue entre o duro e pesado, que goteja emoção e angústia. Praticamente todas as ideias abordadas pelo Avatar são acertadas em cheio, fazendo com que essas sejam possivelmente as melhores músicas que os suecos já conseguiram lançar.

Nota final: 8,5/10

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