Review: Havok – V

Por Lucas Santos

O que começou a chamar atenção em Time Is Up (2011), continuou sendo investido nos dois álbuns seguintes, Unnatural Selection (2013) e Conformicide (2017), o que nos faz chegar na última peça, V. Aqui, o Havok cortou a gordura e criou um álbum digno de seu lugar no topo da colina de ressurgimento do thrash.

Lucas Santos

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Gravadora: Century Media Records
Data de lançamento:
1/05/2020

Gênero: Thrash Metal
País: Estados Unidos

Um dos gêneros que mais vem se rejuvenescendo nos últimos anos, sem dúvidas, é o Thrash Metal. Há um vasto talento por aí e, de uma força abençoada, as fortes referências do passado se forjam em algo fresco e ambicioso. Entre muitos atos disponíveis que disputam a “nova coroa do thrash” está o Havok, de Denver. O que começou a chamar atenção em Time Is Up (2011), continuou sendo investido nos dois álbuns seguintes, Unnatural Selection (2013) e Conformicide (2017), o que nos faz chegar na última peça, V. Aqui, o Havok cortou a gordura e criou um álbum digno de seu lugar no topo da colina de ressurgimento do thrash.

Embalados por uma produção limpa, precisa e apertada, ao melhor estilo Rust In Peace, o talentoso quarteto entrega o thrash mais técnico e rápido dentro de sua discografia. Abrindo com uma acelerada Post-Truth Era, e imbalando com Fear Campaign, o ritmo acelerado afunda na medida em que a banda passa a amarrar nossos ouvidos com o moderno e o puro metal oldschool. A produção está mesmo impecável. Tambores galopantes e alguns trabalhos de guitarra abrasadores do vocalista David Sanchez e do companheiro de batalha Reece Scruggs podem ser ouvidos enquanto eles empurram enquanto o ritmo segue constante e preciso. Agora o som do baixo… o som do baixo é o ponto divisor de águas. Alto, mas não ensurdecedor; forte, grosso e necessário. Sem tirar o espaço de nenhum outro instrumento.

Betrayed By Technology e Ritual Of The Mind reduzem (um pouco) a velocidade e adicionam grooves mais headbangers, provando que eles não precisam acelera 200 km/h a todo instante, graças em grande parte ao poder de flexão do baterista Pete Webber, um dos melhores do thrash atual. Interface With The Infinite soa como uma demonstração de poder, com um refrão mais grandioso e histérico, sendo uma das que mais se diferem do material, mais ainda sim uma ótima adição.

Phantom Force é mais um respiro do Havok old school. Quando chegamos em Time Is Up, Cosmetic Surgery e Panpsychism, as faixas oferecem ao ouvinte alguns ingredientes diferentes, enquanto a banda se desvia para bordas irregulares e material circulante de estranheza e ritmos descontrolados, essas estranhezas se fundem com o som pesado e super sônico, criando novos ares e oportunidades futuras.

Em uma metade de ano em que os gigantes do Testament, “rivais” de trono como Warbringer, caras novas do Wartooth e ressurgidos das cinzas do Surgical Strike lançaram ótimos materiais para a comunidade thrash/metal, com V, o Havok cria a sua obra prima, o seu Rust In Peace. Um álbum para ser olhado como referência, principalmente de produção e polimento musical. E vai continuar em evidência por muito tempo.

Nota final: 9/10