Review: Terra Atlantica – Age Of Steam

Por Lucas Santos

O quarteto alemão continua a história que ficou inacabada na estreia A City Once Divine (2017), uma história em que a cidade perdida de Atlantis surge das profundezas para inaugurar a Revolução Industrial com sua tecnologia inovadora. Claro, o Império Britânico está absolutamente apavorado, então eles desafiam Atlantis para uma batalha naval até a morte.

Lucas Santo

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Gravadora: Pride & Joy Music
Data de lançamento: 14/08/2020

Gênero: Power Metal
País: Alemanha

Sempre que posso eu menciono meu amor oito ou oitenta pelo Power Metal. É aquela coisa, se for bom, é bom pra caralho. Se for mais ou menos, é totalmente esquecível. Este último sentimento foi o que rolou comigo no segundo álbum de estúdio da banda germânica Terra Atlantica, Age Of Steam. Com uma boa abordagem em sua história, eles pouco conseguiram deixar o seu som à altura.

O quarteto alemão continua a história que ficou inacabada na estreia A City Once Divine (2017), uma história em que a cidade perdida de Atlantis surge das profundezas para inaugurar a Revolução Industrial com sua tecnologia inovadora. Claro, o Império Britânico está absolutamente apavorado, então eles desafiam Atlantis para uma batalha naval até a morte.

A banda escolheu o Power Metal sinfônico como seu veículo de divulgação e, apesar de se basear em uma história interessante, com margem para muitas opções de abordagem, o álbum acaba cometendo erros comuns que beiram o brega. Somos acertados com alguns momentos triunfantes, porém a grande parte do trabalho se mantém morno e pouco intrigante.

Tristan Harders é um bom vocalista, nada de excepcional. Ele é acompanhado por bons músicos que, na minha sensação, não conseguiram provar todo o talento que tem. Não que eu conheça a fundo o trabalho de cada um, mas é notável a falta de algumas coisas mais elaboradas e complexas (coisas que espero em qualquer álbum de Power Metal sinfônico).

Infelizmente, a maior parte do álbum simplesmente não tem força para carregar as músicas que tem algo a oferecer. Muito pouco do material é memorável, os refrões são úteis, mas sem nada de notável, a música é genérica e sem inspiração. A faixa de encerramento Until the Morning Sun Appears, é um exemplo perfeito. Ela tenta ser épica, emocionante, mas não o faz, porque a composição não se segura. Para piorar a situação, a memorização do material da banda é fraco e cai em repetição e esquecimento muito fácil.

O melhor ato de todo o álbum é a décima faixa, a grandiosa Rage of the Atlantica War. Aqui a banda se sobressai e cria uma épica passagem com riffs poderosos, passagens acústicas, guturais macabros e momentos sinfônicos que, combinados, funcionam de maneira não vista até então em todo o trabalho. Essa foi a única música que me deu vontade de repetir logo em seguida.

Com bons momentos, que vão agradar principalmente os entusiastas do gênero, Age Of Steam é um álbum ok de Power Metal sinfônico. Ele consegue chamar a atenção em alguns momentos, mas não chega perto do resto dos lançamentos e novidades desse ano. Há uma paixão contida na música do Terra Atlantica, eles só precisam achar um jeito melhor de expressá-la.

Nota final: 5,5/10

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