Review: Vandenberg – 2020

Por Lucas Santos

Várias excelentes músicas vão se sucedendo e na audição, você logo percebe que não dá pra pular nenhuma faixa. É, de cabo a rabo, empolgante e
bem produzido.

Luis Rios

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Gravadora: Mascot Label Group
Data de lançamento: 29/05/2020

Gênero: Hard Rock
País: Holanda

Esse nome nos remete a banda Whitesnake, que todo bom rockeiro sabe o que significa. Mas o que talvez alguns desconheçam é o fato de que antes de se tornar famoso, o guitarrista holandês Adrian Vandenberg gravou 3 álbuns com sua banda Vandenberg e teve certa notoriedade. Até lançou bons hits no inicio da década de 1980, e deixou sua banda em evidência.
Agora em 2020, 35 anos após o 3°álbum e último lançamento, o mediano Alibi (1985), a banda ressurge com nova formação e lança 2020.

Os primeiros álbuns, Vandenberg (1982) e Headind for a Storm (1983), são considerados ótimos discos e os catapultaram, para que Adrian pudesse tentar vôos maiores. Isso ocorreu com o convite para entrar no Whitesnake em 1987 na vaga de John Sykes e fazer história. Ele fez o solo de Here I Go Again no álbum 1987 e assumiu a vaga no álbum seguinte, Slip of the Tongue. Co-escreveu as músicas todas com Coverdale e brilhou de verdade com riffs fantásticos e solos absurdos na turnê. No álbum mesmo, com sabemos, Steve Vai gravou as faixas, já que Vandenberg estava com uma lesão no punho e não podia tocar.\

Surpreendendo os fãs e mostrando que seus problemas motores devido a um acidente de carro anos atrás não o impedem de tocar riffs refinados,
que podem impressionar até mesmo, quem sabe ainda, seu amigo David Coverdale (ele sabe que o cara é bom…rsrs), Adrian Vandenberg mostra em seu novo trabalho, um Hard Rock espetacular!

Ao longo de seus 13 anos como guitarrista do Whitesnake, vimos Adrian encantar os amantes do Rock dando aula, com riffs históricos nos shows e criando, ao lado de Coverdale, verdadeiros hinos do Hard. Agora em 2020 ele consegue nos fazer voltar no tempo e relembrar aquela época, trazendo músicas bem elaboradas e riffs arrasadores. São composições de tempo rápido ou de meio tempo e baladas que vão num clima crescente e que evidenciam a fasevesplendorosa em que se encontra Vandenberg. Fica
claro que suas novas músicas podem ser facilmente entoadas em coro nos shows que a banda projeta para os dois derradeiros meses do ano de 2020 (a pandemia pode alterar tudo).

Várias excelentes músicas vão se sucedendo e na audição, você logo percebe que não dá pra pular nenhuma faixa. É, de cabo a rabo, empolgante e
bem produzido. Pra citar as principais, destaco os petardos Shadows of the Night, Hell and High Water, Ride Like the Wind, Shitstorm (essa última,
com a participação dos ex-Whitesnake Rudy Sarzo (baixo) e Brian Tichy (batera) e Skyfall, que encerra o álbum, de forma grandiosa.

Essas maravilhas vão rolando e vamos tendo uma verdadeira aula de riffs, vocalizações poderosas, muita pegada da cozinha composta por Randy Van Der Elsen no baixo e que faz parte da banda Tank e Koen Herfst na bateria, que tocou no Epica. Parodiando seu ex – chefe Coverdale que adora regravar antigas músicas, Adrian regrava com uma roupagem nova, seu maior hit, do 1°álbum. Burning Heart é uma balada maravilhosa e que te levará de volta a 1982 e viajar pra lugares que fomos felizes e épocas antológicas é sempre bom. O novo arranjo ficou no ponto certo e renovou uma música belíssima.

O vocalista Ronny Romero vem completar a formação com o currículo de ter sido bem sucedido na última formação da banda Rainbow e ter agradado o exigente e temperamental Ritchie Blackmore. Ele mostra uma variedade de possibilidades vocais e nos faz lembrar de Coverdale, Dio e como fez Jorn Lande anos atrás, deixa evidente que pode-se cantar com timbres semelhante a nossos heróis eternos, sem ser uma mera e insignificante imitação. Personalidade e potência vocal aliada a um enorme talento pra cantar Hard Rock, é o que apresenta esse chileno de nascimento, que vai variando sua voz a cada música. Ora mais melodiosa, ora com mais drive, ele me deixou encantado com sua performance visceral. Excelente vocalista da nova safra.

Você pode mesclar a audição de 2020 com aquelas pérolas como por exemplo, Rising (Rainbow) ou Holy Diver (Dio) e será como se todos eles tivessem vindo à luz na mesma época. Vandenberg acertou a mão. Baixo, batera, guitarra nos levando ao êxtase e direto ao ponto! É Classic Rock na veia!

Nota final: 8/10

3 comentários sobre “Review: Vandenberg – 2020

  1. Amei o album todo, grande volta, e a nova versão para “Burning Heart” ficou muito boa sim, porém, a original de 82 é simplesmente imbatível. Discaço desse ano !!

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