Review: FM – Synchronized

Por Luis Rios

Nesse trabalho da banda londrina de AOR/Hard /Rock Melódico, oFM, notamos um estilo sempre com base nos teclados e guitarras. Os vocais de Steve Overland sempre preenchendo o som com um toque melódico que te transporta aos anos 80

Luis Rios

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Gravadora: Frontiers Records
Data de lançamento: 22/05/2020

Gênero: Inglaterra
País: Hard Rock/AOR

Quando uma banda de rock que tem mais de 30 anos de estrada, lança seu 12º álbum de estúdio e recebe notas altíssimas por esse trabalho. Quando um apaixonado por rock como eu ouve um álbum e ele soa como a badalada de um sino de tão puro e cristalino que é a produção. Quando, ao escutar as canções, uma a uma, você começa a se empolgar e não percebe que ao final passaram-se 12 faixas e dá vontade de colocar de novo, e quando finalmente você resolve ouvir o 1º álbum da banda em questão Indiscreet (1986), que é um clássico e constata que é o mesmo estilo sem ser datado, mas sim com os mesmos elementos e toques de criatividade e evolução de toda uma carreira. Amigos! É reconfortante! Isso tudo em 2020, eu encontrei em Synchronized. Realmente o rock não morrerá nunca!!

Nesse trabalho da banda londrina de AOR/Hard /Rock Melódico, o FM, notamos um estilo sempre com base nos teclados e guitarras. Os vocais de Steve Overland sempre preenchendo o som com um toque melódico que te transporta aos anos 80. Em certos momentos mais cadenciados, a música te faz ver o céu, mesmo de olhos fechados. 

Já com uma carreira consolidada, tendo feito inúmeras turnês e abrindo pra bandas como Whitesnake, Foreigner, Bon Jovi, Europe e Gary Moore, entre outras, o FM vem firme mapeando seu lugar no coração dos fãs desde 1986. O excelente Metropolis (2010) fez a banda sair de um hiato de 12 anos desde o bom Dead Man’s Shoes (1995), o 4º álbum de estúdio.

Synchronized tem elementos melódicos e harmônicos calcados nos teclados de Jem Davis e nos “riffs” da guitarra base de Steve Overland. É um som moderno e nos primeiros acordes percebe-se que a banda se mantém fiel ao seu som. Os solos super melódicos de Jim Kirkpatrik na outra guitarra e a voz de Overland trazem o fecho dourado e que caracterizam o estilo AOR em alguns momentos, passando pelo hard melódico, e criando uma atmosfera que faz você desejar ouvir sem parar. Um “discaço” que ainda te reserva pequenos solos de teclado muito bem encaixados e mesclados com as mudanças discretas de andamentos, sempre com uma base rítmica incrível que o baterista Pete Jupp e Merv Goldsworthy no baixo (ambos desde o início da banda), seguram entrosadíssimos.

Há uma curiosidade interessante do FM relacionada ao Iron Maiden e a cena NWOBHM. A faixa That Girl, que abre o debut da banda, foi “coverizada” pelo Maiden e dois dos membros já citados, baixista e batera, tiveram passagem pela banda Samsom. Banda essa, que descobriu Bruce Bruce (depois no Maiden, Bruce Dickinson) para o mundo. O baixista Merv também teve breve passagem pelo Diamond Head. Outra bandaça!!

Para se ter a noção exata de como você se sentirá ouvindo Synchronized, veja essas declarações dos caras. “O álbum mostra os pontos fortes da banda, com hits dignos do nosso passado e que dizem o que somos agora em 2020” (Overland). “Esse álbum é uma montanha russa, então se acomode e aproveite a viagem”.

Agora que você está preparado, ouça essa pérola e os outros álbuns dessa grande banda. Com esses músicos competentíssimos e músicas muito bem elaboradas, com os vocais de Overland seguindo a linha das melodias levadas pelos teclados de Davis, harmonizadas com as bases da guitarra do mesmo Overland e os solos da guitarra de Kirkpatrik, que estão muito bem colocados e com um bluesy touch característico, Synchronized te levará por momentos de melodias lineares, com variações harmônicas adicionadas pela mescla de todos os instrumentos. Esse é o FM, com todos os seus atributos que dão ao rock melódico aquilo que o estilo prometo e nós fãs adoramos e curtimos sem moderação.

Nota final: 8/10

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