Review: Caligula’s Horse – Rise Radiant

Por Lucas Santos

A sonoridade vívida, rica e poderosa, suportada pelos timbres de guitarra que cria ritmos e riffs hipnotizantes, melodias e vocais encantadores, lirismo sedutoramente poético e mudanças dinâmicas elegantes (entre personalidades claras e escuras) que é praticamente incomparável a qualquer banda do estilo, está presente durante toda a jornada sonora.

Lucas Santos

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Gravadora: InsideOut
Data de lançamento: 22/05/2020

Gênero: Metal Progressivo
País: Austrália

Recentemente começamos um quadro novo chamado Bandas Da Semana, e o Caligula’s Horse foi a primeira banda a fazer parte. O grupo de metal progressivo australiano vem lançando álbuns bienalmente desde a sua estreia em Moments From Ephemeral City (2011), atingindo o ápice do reconhecimento com In Contact (2017), uma verdadeira obra prima do metal progressivo moderno. Como o terceiro e quarto álbuns da banda foram esforços estelares que se destacaram merecidamente nas listas de sites especializados em metal e metal progressivo, Rise Radiant é o mais recente esforço do quinteto e, com ele, a melhor banda de metal progressivo da Austrália enfrenta a difícil tarefa de atender às elevadas expectativas.

Rise Radiant definitivamente começa e termina de maneira espetacular. The Tempest e The Ascent são duas das melhores músicas da banda, apresentando riffs afiados, arranjos complexos e a excelente apresentação vocal de Jim Grey. Slow Violence e Salt estão igualmente à altura da tarefa, o primeiro apresentando um riff irregular e uma entrega vocal aguda com uma sensação dançante, a última é uma peça dinâmica que alterna entre versos contundentes e moderados que constroem uma sensação emotiva e grandiosa.

A sonoridade vívida, rica e poderosa, suportada pelos timbres de guitarra que cria ritmos e riffs hipnotizantes, melodias e vocais encantadores, lirismo sedutoramente poético e mudanças dinâmicas elegantes (entre personalidades claras e escuras) que é praticamente incomparável a qualquer banda do estilo, está presente durante toda a jornada sonora.

Como esperado, a produção do álbum é impecável, cristalina, dando vida grandiosa a cada instrumento e detalhes que elevam a experiência de forma tocante. O baixo do novato Dale Prinsse rosna e zumbe maravilhosamente sob as guitarras de Sam Vallen e Adrian Goleby, enquanto a voz de Grey se eleva acima da mistura, exibindo uma gama completa de emoções – uma voz que não é exarcebadamente grave ou aguda mas que é exibida com um controle, emoção e muito poder.

Resonate é outro momento diferente, mas incrível. Batidas semi-eletrônicas e uma vibe bem viajada. Valkyrie é outro ponto alto, uma referência de como usar o peso das guitarras, a emoção lírica e passagens sonoras de tirar o fôlego. A faixa Autumn quebra um pouco a tensão, é lenta grande, e mesmo sendo um caldeirão harmonioso, escorrega um pouco se comparado com o restante do material.

Ao longo de Rise Radiant você vai pular, se emocionar, viajar, bater cabeça e viver intensamente o que te está sendo jogado. Isso mostra a capacidade do Caligula’s Horse de pulverizar e cativar, com uma complexidade musical contundente e performances emocionais sutis. Sem, por muito pouco, atingir o impacto que In Contact teve, ele ainda é anos luz de praticamente todo material de metal progressivo que existe por aí. Um álbum que mantém eles no topo de qualquer referência.

Nota final: 9,5/10

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