Por Lucas Santos
O álbum segue essa linha de AOR, Hard Rock e Metal melódico. Fazendo uma comparação invevitável com o Maids, é um som mais recheado porém menos pesado. A performance de todos os músicos é a do mais alto patamar possível, dentro do sempre amplo e imcomparável suporte da Frontiers, temos a sensação de que todas as ideias abordadas foram executadas de maneira concreta. Não espere nada inovador, mas isso é algo que não tira nem de longe o brilho do disco.
Lucas Santos
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Gravadora: Frontiers
Data de lançamento: 12/03/2021

Gênero: AOR
País: Dinamarca
Os últimos 2 anos não tem sido fáceis para uma das figuras mais importantes no metal dinamarques. Um dos fundadores do Pretty Maids, o vocalista Ronnie Atkins, foi diagnosticado com câncer de pulmão em 2019, que posteriormente alcançaria o Estágio 4 em abril de 2020. Mas tanto quanto o caráter triunfante do melódico, bombástico infundido de rock que ele vem entregando desde o início dos anos 80, Ronnie não é o tipo de homem que aceita as coisas por acaso e resolveu passar seus duros dias continuando a fazer o que mais lhe da prazer, a música.
Com a pandemia global encerrando a turnê do fantástico último álbum do Maids, Undress Your Madness (2019), Ronnie se tocou que era esse o momento para trabalhar em um novo material. Embora nunca tenha lançado nada como artista solo, seus anos de prática em escrever músicas para o Maids e sua carismática figura, além de se encontrar em um momento de muito reflexão e luta pessoal, o processo pareceu muito natural para Atkins, além de ser muito bem acompanhado pelo tecladista e colega de banda Chris Laney, para aprimorar a matéria-prima em um produto refinado, emotivo, introspectivo e de certa forma muito impactante e surpreendente.

“Para ser honesto, inicialmente eu não tinha intenção de fazer um álbum solo para começar, mas por várias razões e em particular minha própria situação de saúde pessoal, finalmente decidi tentar”
Ronnie Atkins
Para o álbum o vocalista conta com um elenco impressionante de músicos coadjuvantes, incluindo o ex-baterista do Pretty Maids, Allan Sørensen, e o tecladista Morten Sandager, o atual baixista do King Diamond, Pontus Egberg, e uma litania de guitarristas convidados proeminentes no trabalho solo, como Kee Marcello (ex-Europe), Oliver Hartmann (Avantasia, ex-At Vance) e Pontus Norgren (Hammerfall). Esta dobra de instrumentalistas do ponto mais alto do iceberg do Metal é a primeira ótima indicação de que este é um trabalho especial. A segunda indicação foi a divulgação dos dois primeiros singles, Real e One Shot. O primeiro, uma aula de AOR com refrão ganchudo e guitarras vibrantes que engrandecem a voz de Atkins, e o segundo, lançado em forma de videoclipe, é a faixa mais distinta do trabalho, uma balada emotiva e ilogicamente sentimental. Confira o react que fiz do clipe no link abaixo. Se inscreve no canal da The Rock Life no YouTube também.
Musicalmente e liricamente, este álbum tem sido um processo diferente para mim, considerando tudo o que está acontecendo. Musicalmente, poderia ter tomado várias direções. É sempre uma questão de o que você quer que seja. Uma boa música é uma boa música, então é realmente uma questão de como é embalado. Mas decidi torná-lo atraente para os fãs, os apoiadores que têm me seguido por quase 40 anos, então este é basicamente um álbum de rock melódico com um toque pesado. Liricamente, é também tem uma abordagem diferente. Achei difícil escrever sobre sexo, drogas e rock’n’roll, etc. devido à situação em que estou envolvido, então acho que acabou sendo um pouco mais pessoal e talvez melancólico às vezes. Mas reflete meus pensamentos no momento em que essas letras foram escritas
Ronnie Atkins
O álbum segue essa linha de AOR, Hard Rock e Metal melódico. Fazendo uma comparação invevitável com o Maids, é um som mais recheado porém menos pesado. A performance de todos os músicos é a do mais alto patamar possível, dentro do sempre amplo e imcomparável suporte da Frontiers, temos a sensação de que todas as ideias abordadas foram executadas de maneira concreta. Não espere nada inovador, mas isso é algo que não tira nem de longe o brilho do disco.
One Shot é impressionante. Com toda a carga que envolve a vida pessoal de Ronnie Atkins repassada de forma emotiva e grandiosa em suas 11 músicas, esse é o trabalho de AOR, Hard Rock melódico (chame como quiser) de mais bom gosto dos últimos anos. Um disco que se for para ser o último de Ronnie, já está eternizado dentro de sua grandeza. Seja da vontade de forças incrontroláveis, aproveite para escutar e refletir bastante. A vida é um sopro.
Nota final: 8/10
Um comentário sobre “Review: Ronnie Atkins – One Shot”