Review: Evergrey – Escape Of The Phoenix

Por Michel Chaib

Ao contrário de um processo criativo típico, que muitas vezes é interrompido por compromissos, viagens e shows únicos, as “vantagens” do bloqueio deram à banda muito tempo necessário para trabalhar sem obstáculos. O resultado são 11 músicas que incorporam tudo o que os fãs do Evergrey podem esperar.

Michel Chaib

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Gravadora: AFM Records
Data de lançamento: 26/02/2021

Gênero: Metal Progressivo
País: Suécia


Poucas bandas dentro do Metal Progressivo tem a longevidade e consistência do Evergrey. Liderado pelo letrista, vocalista e gutarrista Tom S. Englund desde 1995, os músicos suecos exploraram diversos assuntos e sonoridades dentro do Metal ao longo dos seus onze álbuns de estúdios. Além de temas conceituais com cargas mais obscuras, assim como sua imagem, eles já trataram de assuntos como paranóia, abdução alienígena, abuso infantil e religião, em uma sonoridade típica do gênero, que foi se modernizando ao longo dos anos.

Escrito e gravado durante a pandemia global de Covid-19 em andamento, Escape Of The Phoenix ganhou vida de acordo com os planos que foi previstos em 2019. Englund e o baterista Jonas Ekdahl começaram a compor as músicas em janeiro, criando um base para o álbum antes do restante da banda se reunir e arranjar as músicas como um grupo. Ao contrário de um processo criativo típico, que muitas vezes é interrompido por compromissos, viagens e shows únicos, as “vantagens” do bloqueio deram à banda muito tempo necessário para trabalhar sem obstáculos. O resultado são 11 músicas que incorporam tudo o que os fãs do Evergrey podem esperar.

Para falar desse álbum, devemos começar mencionando a incrível trajetória que o Evergrey tem feito nos últimos anos, com um ênfase especial para as últimas três obras – Hymms For The Broken (2014), The Storm Within (2016) e o seu antecessor The Atlantic (2019)-. Dado as devidas apresentações, temos aqui uma difícil missão recebida para a própria banda, trazer um álbum a altura dessas obras e que posso dizer que, essa missão foi executada com maestria. Realmente, as minhas expectativas eram altas com o lançamento desse disco, mas posso dizer que elas só aumentaram com as faixas que foram sendo disponibilizadas pela banda, os três singles disponíveis Forever Outside, Eternal Nocturnal e Where August Mourns eu tive ótimas primeiras impressões, que peso!

É realmente algo impressionante a capacidade criativa que a banda, liderada por Englund, desenvolve ao longo dos anos, conseguem superar limites, trazer inovações e cada vez mais tornar o som mais maduro, progressivo e pesado. Nas outras faixas que compõem o disco, não posso deixar de destacar a incrível In Absence Of Sun que música, que música! A participação especial do James Labrie (Dream Theather) em The Beholder foi de uma escolha extremamente acertada, a música ficou intensa, marcante e digna das grandes baladas a lá Evergrey.

Escape Of The Phoenix continua a mostrar Englund como um poderoso letrista enquanto ele mais uma vez se aprofunda em si mesmo, apenas desta vez ele não foi restringido pela história desenvolvida e contada nos três álbuns anteriores. Com esta nova liberdade ele é capaz de escrever sobre o que quer que venha à mente, com assuntos que vão desde intensamente pessoais, sua visão de mundo, humanidade e relações pessoais.

Eu escrevo letras para mim mesmo, para tirar as coisas do meu sistema. Esta tem sido minha terapia, realmente, nos últimos 25 anos. Tenho certeza de que, se não fizéssemos isso, eu seria uma pessoa muito mais infeliz. Eu tenho que agradecer a musica por tudo, principalmente tendo a saída para escrever letras. Existe uma teoria de que escrever coisas para si mesmo é terapêutico, e acho isto é uma grande verdade. A composição das letras é extremamente importante para mim; tão importante quanto escrever a música. Ainda mais, as vezes. Para mim, é como pintar uma imagem com palavras. Eu vejo muito claramente do que se trata; é um mundo para mim.

Tom S. Englund

Mais um álbum para ter em sua coleção, o Evergrey atingiu e muito bem as minhas expectativas, e na realidade até as ultrapassou. Não é atoa que já de alguns anos para cá, a banda tornou-se uma das minhas favoritas e pelo que vejo, esse posto irá manter-se por bons longos anos.

Nota final: 8,5/10

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