Review: Foo Fighters – Medicine At Midnight

Por Lucas Santos

No que é certamente o álbum mais influenciado pelo Pop da banda, a abordagem das faixas evitam os riffs de guitarra com overdrive, gritos primordiais característicos de Dave Ghrol e bateria pesada em favor de ritmos dançantes mais descontraídos – provavelmente a influência do produtor Greg Kurstin. Kurstin, que trabalhou com a banda no mediano Concrete and Gold (2017), tem uma grande formação Pop, tendo trabalhado com nomes como Adele e Kelly Clarkson, entre outras estrelas Pop. Com sua orientação, a banda explorou novos territórios sônicos e trouxe, também, uma dose extra de groove.

Lucas Santos

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Gravadora: RCA Records
Data de lançamento: 5/02/2021

Gênero: Rock Alternativo
País: Estados Unidos

Desde que fiz o react na página da The Rock Life no instagram do primeiro single Shame Shame, minha orelha ficou em pé em relação ao Medicine At Midnight, décimo álbum de estúdio de uma das bandas de Rock mais relevantes de todos os tempos. Álbum este que começou o seu processo de gravação no fim de 2019, mas que usou definitivamente o período de pandemia para agilizar o processo de pós produção.

No que é certamente o álbum mais influenciado pelo Pop da banda, a abordagem das faixas evitam os riffs de guitarra com overdrive, gritos primordiais característicos de Dave Ghrol e bateria pesada em favor de ritmos dançantes mais descontraídos – provavelmente a influência do produtor Greg Kurstin. Kurstin, que trabalhou com a banda no mediano Concrete and Gold (2017), tem uma grande formação Pop, tendo trabalhado com nomes como Adele e Kelly Clarkson, entre outras estrelas Pop. Com sua orientação, a banda explorou novos territórios sônicos e trouxe, também, uma dose extra de groove.

Podemos notar novas explorações no uso das palmas na abertura Making A Fire, que também ultiliza o famoso canto “na na na“, loops de bateria na já citada Shame Shame, música com tom mais sombrio e talvez uma das mais diferentes da carreira do Foo Fighters e o cowbell em Cloudspotter, uma das faixas mais dançantes e pegajosas do álbum. Se levarmos em conta que a ideia da banda foi polir a já sonoridade clássica em uma esfera mais Pop, aqui é aonde isso acontece brilhantemente 100%.

Dentre todos os clássicos integrantes da banda, o destaque mais em óbvio em Medicine At Midnight é o de Taylor Hawkins. Parece que ele foi o que mais se “adaptou” à essa abordagem, ultilizando passagens muito criativas na bateria, explorando sons diferentes e trazendo muito groove em certos momentos que acabam “salvando” circunstâncias medianas.

No Son Of Mine – supostamente uma ode a Lemmy Kilmister – é uma música que clama por ser tocada em festivais e arenas. É um hino de Rock completo, com mais do que uma pitada de Ace Of Spades. É o tipo de música que caberia muito bem em Wasting Light (2011), e deve ser a favorita de muitos fãs, especialmente os mais antigos. Outra faixa que vale o destaque é Holding Poison. Taylor se mostra muito versátil e inventivo e a fórmula proposta no álbum foi mais um vez acertada.

Certamente, se você está procurando o Foo Fighters dos anos 90 dificilmente vai achar aqui. Novos fãs vão ser difíceis de captar, e os mais antigos precisam ter a cabeça aberta. Os bons momentos são muito bons, mas algumas faxas quebram um pouco o andamento e o desbalanceamento pode desentusiasmar. Medicine At Midinight vai descer muito de acordo com a sua expectativa inicial.

Com apenas nove faixas e pouco mais de 36 minutos de duração, Medicine At Midinight é o álbum mais curto do Foo Fighters até agora. A banda tenta combinar todas as suas forças com alguns novos sons divertidos, alternando perspectivas em suas criações. Embora não tenha me empolgado o tempo todo, esse foi o trabalho mais legal do Foo desde Wasting Light (2011). Existem algumas ideias que podem ser polidas de forma mais concretas, porém acho que esse é um caminho natural para uma banda que vai fazer 30 anos de carreira em breve. Talve com o passar do tempo o álbum cresça em mim, ou quem sabe ele fique de lado. É só esperar.

Nota final: 6,5/10

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