REVIEW: Blue Öyster Cult – tHE sYMBOL rEMAINS

Por Luis Rios

The Symbol Remains é o título do novo álbum, e este já dá uma mostra de tudo que se vai encontrar na audição. É um disco divertido, que contém todos os elementos que transformaram o B.O.C. numa das pedras filosofais do Rock and Roll. Esse lançamento “acorda” o som de uma banda que fez de tudo na sua música. Depois do bom Curse of the Hidden Mirror (2001), eles reaparecem com um discaço. São 14 faixas de tirar o fôlego, com pouco mais de 1 hora de uma duração.

Luis Rios

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Gravadora: Frontiers Records
Data de lançamento: 9/10/2020

Gênero: Rock
País: Estados Unidos

Essa entidade do Rock está de volta com um álbum de inéditas. Após 19 anos. No início de tudo, a banda sofreu influências de Black Sabbath, Alice Cooper, Jimi Hendrix e Greatful Dead, principalmente. Influenciou algumas dezenas de bandas que vieram na esteira de seu Hard Rock cheio de recursos, peso, artimanhas sonoras e cênicas e efeitos inusitados, com toques evidentes de Heavy Metal e Psicodelia. Gravou inúmeros ótimos discos e trouxe pro “Heavy Rock” uma personalidade única com fragmentos de “Acid Rock” e muita ironia, tanto no som quanto nas letras.

The Symbol Remains é o título do novo álbum, e este já dá uma mostra de tudo que se vai encontrar na audição. É um disco divertido, que contém todos os elementos que transformaram o B.O.C. numa das pedras filosofais do Rock and Roll. Esse lançamento “acorda” o som de uma banda que fez de tudo na sua música. Depois do bom Curse of the Hidden Mirror (2001), eles reaparecem com um discaço. São 14 faixas de tirar o fôlego, com pouco mais de 1 hora de uma duração.

Blue Oyster Cult era um grupo de alienígenas que se reuniu secretamente para guiar a história da Terra“. Essa foi a inspiração para o nome da banda, extraída de um poema de Sandy Pearlman (antigo colaborador da banda e que faleceu em 2016). O poema “Imaginos” se tornou título do álbum de 1988, que é imperdível. Outro discaço com uma capa fantástica! Falando do enigmático símbolo do gancho e da cruz, que aparece em todas as capas do B.O.C., sabemos que na mitologia ele representa Cronos, pai de Zeus, e no lado alquímico representa o símbolo do chumbo, um metal pesado. Tudo a ver com a cara da banda. Tem ainda a semelhança deste símbolo com o do símbolo astrológico de saturno. Assim, a imagem enigmática e de mistério e o som pesado, psicodélico, distorcido e cheio de efeitos está completamente representada, pois é exatamente o que sentimos ao ouvir qualquer álbum da banda.

Acredito piamente que o Blue Öyster Cult descobriu a panacéia para muitos males musicais ao longo de sua trajetória enredada e muito autêntica. Eles trouxeram muitos elementos novos no início da década de 70 ao cenário vigente. Nada era comparado a eles. Sentiam-se as influências, mas as músicas e o que se via no palco nas apresentações, era genuíno, genial e cênico. Nos últimos álbuns, tanto crítica quanto fãs torceram um pouco o nariz, mas The Simbol Remains vem com uma força e uma pegada criativa que me impressionou demais. Me levou a lembrar de pérolas como Tyranny and Mutation (1973), Agents of Fortune (1976) e Spectres (1977). Os clipes estão divertidíssimos, o som está característico e as músicas apresentam muitas nuances que foram já descritas.

Hoje, a banda tem somente dois dos integrantes da fase clássica: Buck Dharma (guitarras, vocais) está desde 1967 e Eric Bloom (vocais, “stun guitar” e teclados), que está desde 1969. Explicando rapidamente sobre a “Stun guitar”, ela é uma guitarra criada pela banda e que produz um som único, possuidor de efeitos que só ela faz. Mais um enigma dos caras. Observando música a música, o décimo quinto álbum de estúdio traz criações incríveis e posso listar os 5 grandes destaques, pra mim.

Box In My Head é um hardão que faz a gente balançar a cabeça e lembrar dos riffs antológicos do B.O.C. Os vocais estão demais aqui. Tainted Blood, que tem um riff AOR, mas bem enigmática e harmônica. Stand And Fight, que lembra muito Accept mais recente e mostra um riff fantástico, além de cadência e peso pra dar e vender. The Alchemist, que é a minha canção preferida e que tem um clipe espetacular, e um riff que já se tornou clássico pra mim. Sem falar que todo o clima de mistério de Spectres reina. E, por fim, Fight, que fecha o álbum com chave de ouro, com teclados inspirados e clima épico.

Citei 5 músicas de 14 que são, pra mim, as excepcionais, mas todas as outras faixas são quase todas acima da média e elevam a nota de um álbum muito bem composto e coeso, que mostra que a banda está muito em forma no que diz respeito às composições. São realmente inspiradíssimas! Cito mais três que merecem especial atenção: That Was Me, Nightmare Epiphany e The Return of St. Cecilia. No quesito técnico, os músicos mais novos trazem vigor e mantém o B.O.C. nos trilhos que os levaram a ser uma das mais intrigantes e interessantes bandas de Rock de todos os tempos.

Os vocais estão muito bons, produzindo melodias soturnas e irônicas como no passado. As bases de duas guitarras, lembrando Iron Maiden, e os riffs estão ótimos. Compõem muito bem a cama sonora com os excelentes Danny Miranda (baixo) e Jules Radino (batera). Os teclados dão outros efeitos além dos de guitarra e enchem o som de harmonias misteriosas, alimentando o rock pesado sarcástico, místico e enigmático da Ostra Azul alienígena.

Disco recomendadíssimo pros fãs da banda, que certamente já na primeira audição estarão vendo discos voadores, aliens, castelos mal assombrados e alquimistas preparando suas beberagens miraculosas. É um disco bem produzido, bem mixado e a sonoridade moderna não esconde o verdadeiro som do B.O.C., que continua sendo uma poção mágica criada para trazer boa música aos nossos ouvidos tão acostumados a esse prodigioso elixir que é o nosso bom e velho “Rock and Roll“!

Nota final: 8,5/10

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