Cleo Mendes
Com o passar do tempo, eles buscaram uma abordagem mais refinada e madura, com maior valor de produção. Estilisticamente, a banda oscila entre suas principais influências do thrash dos anos 80, que incluem Exodus, Death Angel e Testament, entre outros pesos-pesados do gênero.
Cleo Mendes
Confira mais metal em 2020:
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Gravadora: Napalm Records
Data de lançamento: 24/04/2020

Gênero: Thrash Metal
País: Estados Unidos
O Warbringer fez parte da lista de “revival” do thrash que surgiu no meio dos anos 2000 com bandas como Havok, Evile, Bonded by Blood e Angelus Apatrida. O objetivo dessa tendência, que muitos gostam de chamar de neo-thrash, nunca foi inventar a roda, mas sim prestar homenagem aos deuses do thrash do passado, mantendo a chama viva. Pessoalmente, sempre observei esse ressurgimento com algum desapego, pois acredito que essa abordagem nostálgica não oferece nada de novo nem tem relevância artística. No entanto, é inegável que as bandas acima mencionadas tinham o mérito de manter o gênero à tona, para o bem ou para o mal.
Também é verdade que alguns lançamentos nascidos nesta lista são dignos de fazer parte dos mais importantes do estilo, como o Time Is Up (2011) do Havok. O Warbringer, também, foi uma das bandas que mais se destacou ao longo dos anos ao lançar um punhado de álbuns que tiveram aceitação positiva na comunidade thrash. A trajetória desses rapazes californianos é semelhante à grande maioria de seus companheiros de estilo, evoluindo de uma assinatura inicial mais rebelde para um som cerebral progressivamente mais polido. Esse salto é perfeitamente perceptível ao comparar a estréia da banda com o último lançamento, Woe To The Vanquished (2017), que soam claramente como produtos de épocas diferentes.
Com o passar do tempo, eles buscaram uma abordagem mais refinada e madura, com maior valor de produção. Estilisticamente, a banda oscila entre suas principais influências do thrash dos anos 80, que incluem Exodus, Death Angel e Testament, entre outros pesos-pesados do gênero.
Weapons of Tomorrow tem como tema principal o “medo do futuro” espelhado tanto em temas contemporâneos quanto históricos, como Glorious End e The Black Hand Reaches Out que falam sobre a Primeira Guerra Mundial. Musicalmente, como esperado, a banda permanece fiel ao seu estilo e influências. Alguns elos são imediatamente aparentes, a faixa inicial, que se assemelha à riffs do Testament, ou Defiance Of Fate, que lembra o The Call of Ktulu do Metallica. Essas comparações devem ser tomadas de ânimo leve, dadas as particularidades desse gênero revivalista, que sempre demonstrou uma tremenda dificuldade em lidar com a originalidade. Junto do Power Metal, o Thrash ainda é o gênero mais difícil de ser reinventado.

No entanto, o álbum revela uma diversidade muito interessante (dentro dos limites do estilo), explorando vários ritmos e dinâmicas. Assinaturas rápidas e enérgicas de Firepower Kills e Unraveling, com entregas mais moderadas e restritas de Crushed Beneath the Tracks, Defiance de Fate e The Black Hand Reaches Out. As guitarras principais brilham aqui e são inegavelmente um dos destaques mais inspirados. Pitadas de black metal em Defiance of Fate e Heart of Darkness podem ser fisgadas e, a dinâmica vocal também deve ser enfatizada, nomeadamente naquelas com natureza narrativa, como em Heart of Darkness.
Weapons Of Tomorrow pode ser visto como um passo lógico, uma continuidade natural do curso mais recente da Warbringer. No entanto, apesar de todas as suas virtudes, eu gostaria de ver a banda explorando áreas mais ambiciosas em um futuro próximo, pois acredito fortemente que eles tem o potencial e o armamento necessário para fazer muito mais do que apenas relembrar glórias do passado.
Nota final: 7/10
8 comentários sobre “Review: Warbringer – Weapons of Tomorrow”