Review: Body Count – Carnivore

Por Lucas Santos

Dessa vez a banda conta com Riley Gale (Power Trip) em Point The Finger, que conta com um riff arrasador de Ernie C e uma critica pesada à relação dos policiais com os adolescentes negros. “They shoot first and ask questions last” – “Atiram primeiro e perguntam depois“.

Lucas Santos

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Gravadora: Century Media Records
Data de lançamento: 6/03/2020

Gênero: Hardcore Punk
País: E.U.A

Body Count é umas das bandas mais revoltadas que existe. Não necessariamente a mais pesada, apesar do som ser sempre mais agressivo, a banda expressa, principalmente nas letras escritas por Ice-T, sua revolta com tudo e todos que estão a sua volta. Críticas sociais e políticas são temas recorrentes além de críticas atemporais sobre comportamente humano, sempre usando o hip hop como principal fonte de inspiração. O sétimo álbum Carnivore já diz muito apenas no seu título.

“É basicamente: ‘Foda-se veganos.’ Nós pensamos que qualquer coisa carnívora praticamente arrasa. Nós somos carnívoros! Eu não estou [realmente] dizendo ‘Foda-se veganos’. O mundo está cheio de mimi, então somos carnívoros.”

Ice-T em entrevista a Loudwire sobre o título do álbum

Além de ser uma das bandas mais consistentes do metal, eles dificilmente mudam a sonoridade de álbum pra álbum e o mesmo acontece em Carnivore. Como de praxe algumas colaborações acontecem em algumas faixas. Dessa vez a banda conta com Riley Gale (Power Trip) em Point The Finger, que conta com um riff arrasador de Ernie C e uma critica pesada à relação dos policiais com os adolescentes negros. “They shoot first and ask questions last” – “Atiram primeiro e perguntam depois“.

Jamey Jasta (Hatebreed) participa da faixa Another Level, com uma pegada mais doom, ainda que seja uma boa música é a colaboração menos impactante. Por um outro lado a faixa When I’m Gone conta com Amy Lee (Evanescence) e é em homenagem ao jovem rapper Nipsey Hussle que foi baleado e morreu ano passado em frente a sua loja de roupas em Los Angeles. Extremamente emocionante, Amy dá aquele tom mais melodramático e Ice-T parece bem tocado pelo acontecimento. A única coisa que você acha que não vai acontecer em um álbum do Body Count é se emocionar, e isso bate com força aqui.

Colors e 6 in Tha Morning são “regravações” da carreira de hip hop de T que as “transferem” para uma pegada com uma cara da banda. São adições interessantes apesar de não serem faixas novas. Thee Critical Beatdown é talvez uma das músicas recentes em que a banda esteja mais revoltada e além de um riff pesadíssimo de guitarra, Ice-T bota pra fuder, praticamente chamando todo mundo pra porrada. O homem tá sem paciência.

Eu estou farto dessas merdas
Eu não estou mais pra brincadeira
E se você não aparecer
Estou batendo na sua porta da frente

Letra de Thee Critical Beatdown

Ainda somos presenteados pelo ótimo cover de Ace of Spades – dedicada obviamente a Lemmy Kilmister – algo que é recorrente nos álbuns da banda. Algumas faixas, não citadas aqui, são esquecíveis por trazerem uma construção muito parecida, mas os 40 minutos passam rápido e a repetição é quase que instantânea.

Apesar de não trazer nenhuma inovação, o Body Count continua sua jornada quase que perfeita em sua discografia. Para os fãs da banda, Carnivore tem tudo que você pode pedir. Alguns podem ficar meio enjoados da sonoridade estática, mas ninguem pode negar que eles são muito bons no que fazem.

Nota final: 7,5/10

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