Por Lucas Santos e Wendell Resende
“A música para mim não deve ficar parada ou permanecer no mesmo lugar”
Mikael Åkerfeldt
Confira mais metal:
Destruction – Born To Perish
As I Lay Dying – Shaped By Fire
Of Mice & Men – EARTHANDSKY
Killswich Engage – Atonement
Knocked Loose – A Different Shade Of Blue
Gravadora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 27/09/2019

In Cauda Venenum é o décimo terceiro álbum de estúdio da banda sueca, lançado em duas versões; uma em inglês e a outra em sua língua natal, sueco. Apesar de não haver tanta diferença entre as versões, podemos reparar que, levemente, há uma maior naturalidade melódica na versão sueca, mas de qualquer forma isso não tira em nenhum aspecto a qualidade da versão em inglês.
Sabemos que desde Watershed (2008) o Opeth vem mudando gradativamente o seu som. Tendo Heritage (2011) como um divisor de águas, Mikael Åkerfeldt e sua turma buscaram direcionar o som da banda, influenciados pelo rock progressivo retrô dos anos 70 e abandonando as influências do death metal, sempre com bastante intensidade e peso em suas músicas mas usando composições e timbragens que aos poucos foram abandonando o metal.
“A música para mim não deve ficar parada ou permanecer no mesmo lugar “
Mikael Åkerfeldt – Entrevista para a Metal Injection

O álbum é uma continuação do trabalho que começou a tomar uma forma maior no Pale Communion (2014), que apesar de sofrer mudanças sonoras ainda possuia o DNA de suas raízes iniciais, buscando trabalhar nos dois extremos; mesclando o rock mais pesado com partes suaves e melódicas. In Cauda Venenum tem essas diferenças bem destacadas. As partes suaves estão muito bem trabalhadas e essa dualidade pode ser percebida em Universal Truth e Heart In Hand. Continuum também se destaca seguindo a mesma linha.
As primeiras audições não são fáceis. Esse é um álbum complexo e que leva tempo para ser digerido e absorvido. É de longe o mais complexo da nova fase do Opeth. Os dois singles disponibilizados antes do lançamento oficial, Dignity e a já comentada Heart In Hand, foram bem pensadas por serem, dentro do contexto do álbum, as mais palatáveis.
O nível de musicalidade e criatividade estão extremamente fortes. A faixa The Garroter possui referências fortes ao jazz, e eles criam uma espécie de jazz sombrio, com bateria influente e pianos bem destacados com ótima performance vocal de Åkerfeldt. Fredrik Åkesson, não só nessa faixa, mas em todo o trabalho ele está muito inspirado, derretendo o coração de todos com um solo lindíssimo na balada Loverlorn Crime.
Aliado a uma excelente produção, In Cauda Venenum é um dos grandes discos dessa nova etapa do Opeth. Os horizontes musicais de Mikael e banda estão mais amplos do que nunca e as novas influências afloraram um lado diferente que está sendo muito bem explorado.
Nota final: 8,5/10
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