Por Lucas Santos
Em A Different Shade Of Blue temos o segundo, e mais importante trabalho do grupo. Seguindo a sina do Sophomore album eles mantiveram o mesmo lineup e chutaram bem no meio das pernas.
Lucas Santos
Confira mais metal:
Destruction – Born To Perish
Possessed – Revelations of Oblivion
Pectora – Untaken
Amon Amarth – Beserker
Suicidal Angels – Years Of Aggression
Killswich Engage – Atonement
Gravadora: Pure Noise Records
Data de lançamento: 23/08/2019

O fenômeno de Laugh Tracks (2016) primeiro álbum do quinteto de Kentucky ainda é algo a se discutir. O Knocked Loose trouxe uma abordagem que passava do metalcore mais tradicional aos riffs de heavy metal mais modernos no estilo Power Trip, e que se fundia no hardcore moderno que caiu em evidência com Forever (2017) do Code Orange.
A sua popularidade cresceu absurdos nos últimos 3 anos e eles trabalharam incasavelmente em turnês pelo mundo com o Beartooth, Every Time I Die, Comeback Kid, Stick To Your Guns, Four Year Strong e até headliners em shows pela América do Norte, o que ajudou a banda a reunir uma base fiel de fãs obstinados em todo o mundo. Em A Different Shade Of Blue temos o segundo, e mais importante trabalho do grupo. Seguindo a sina do Sophomore album eles mantiveram o mesmo lineup e chutaram bem no meio das pernas.
Parecendo beber cada vez mais das fontes do Code Orange podemos captar facilmente referências fortes de Gojira e bandas consagradas de death metal. O vocal limpo é algo inexistente em A Different Shade Of Blue, algo que a banda construiu uma reputação em cima, e sinceramente achei que eles mudariam um pouco aqui, não o que aconteceu, o que é ótimo, representa que o grupo está sujeito a seguir com a sua veracidade sonora independente do que está ocorrendo ao redor.

A Different Shade Of Blue se recusa a se contentar em ser apenas o álbum mais pesado aue o anterior. O que eles conseguem tecer dentro e fora desses 37 minutos de aniquilação é bastante impressionante. Belleville é o pé na porta de entrada, iniciando com todo o furor, sendo mais direta. Trapped In A Grasp Of A Memory já começa a demonstrar mais as influências citadas anteriormente. By The Grave é algo mais arrastado e flerta demasiadamente com o death metal tradicional. Eles também recrutaram alguns amigos, com Emma Boster, do Dying Wish, emprestando seu formidável grito a A Serpent’s Touch, e Keith Buckley, do Every Time I Die, aparece em Forget Your Name. Duas faixas matadoras. Mistakes Like Fractures tem passagens agoniantes é brutal, maligna e assustadora.
Talvez o verdadeiro triunfo daqui seja o acerto em expandir seus expoentes musicais sem se afastar de suas maiores características. Bryan Garris diz em um momento “eu tenho contas à acertar com a morte, ela ainda me segue por aí” em Guided By The Moon é digno de um conto de terros de Stephen King. O instrumental do guitarrista Cole Crutchfield e o baterista Kevin Kaine se uniram aqui para criar algumas das mais implacáveis e espetaculares mudanças de ritmo que você poderia esperar, isso é puro Forever. É surpreendente e espetacular.
Dessa vez, ao invés de gravar ao vivo no estúdio como em sua estréia, sob a direção do produtor Will Putney (Northlane, The Amity Affliction), eles adotaram uma abordagem mais deliberada que os serviu bem, endurecendo suas arestas e dando mais liberdade pra buscar os detalhes que moldaram o resultado final de Shade Of Blue.
Se Laugh Tracks já foi impactante, A Different Shade Of Blue é mais hardcore, mais metal, há mais partes rápidas, mais avarias, mais malícia, mais desconforto e, talvez mais o importante, mais energia. À medida que se aproxima, a coisa toda te atinge com uma unidade que está sem fôlego, não importa em que ritmo eles vão, é o som definitivo do Knocked Loose. A banda amadureceu e fez escolhas mais que acertadas. Aliás o que eles fizeram aqui é algo que impele os limites do hardcore, é o melhor do ano e possivelmente um divisor de águas na sonoridade do gênero daqui em diante.
Nota final: 9,5/10
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