Review: As I Lay Dying – Shaped By Fire

Por Lucas Santos

Em 8 de junho de 2018, a banda lançou o videoclipe de My Own Grave, confirmando através do vídeo que a formação que inclui Tim, Hipa, Sgrosso, Gilbert e Mancino havia se reunidonovamente.

Lucas Santos

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Gravadora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 20/09/2019

Anos sombrios fizeram parte da recente história do As I Lay Dying. Com o seu futuro comprometido, o recente lançamento Shaped By Fire é uma espécie de “volta” e um alívio para os fãs e público do metalcore. Depois do último lançamento Awakened (2012), o vocalista Tim Lambesis começou a enfrentar diversos problemas com a justiça e as coisas só pioraram nos anos seguintes, dividindo opiniões e intensificando negativamente a imagem da banda.

Vamos entender um pouco o que aconteceu. No dia 7 de maio de 2013, Lambesis foi preso pela polícia da Califórnia, acusado de tentar matar sua ex-mulher, Meggan Lambesis com acusações de contratar um assasino de aluguel. Ele poderia pegar 10 anos de cadeia ou só pagar uma fiança que estava estimada em 2 milhões de dólares. Solto após pagar a determinada fiança, Ele se declarou inocente, mas logo após um ano em outra audiência realizada em um tribunal na Califórnia, o vocalista se declarou culpado das acusações e foi condenado a 6 anos de prisão.

Tim Lambesis foi liberado da prisão sob condicional em dezembro de 2016 após 1/3 da pena cumprida. Ele então começou Lambesis a trabalhar em novas músicas e planejou lançá-las com o As I Lay Dying. Em 8 de junho de 2018, a banda lançou o videoclipe de My Own Grave, confirmando através do vídeo que a formação que inclui Tim, Hipa, Sgrosso, Gilbert e Mancino havia se reunido novamente.

Tratando-se de um álbum muito pessoal, as letras escritas por Tim tem um significado bem forte e são expressadas à toda potência se alternando com as belíssimas passagens limpas de Josh Gilbert, trazendo aquela mistura que a banda se destacou. De fato, a parte lírica é um dos pontos mais fortes do álbum, com Lambesis encontrando muito espaço para lidar com seus demônios.

Temos exemplos bem claros em algumas letras que nos convida diretamente a se relacionar com os temas presentes, seja a faixa The Wreckage (“Não podemos escolher quando chove / Podemos lutar ou apenas sejamos lavados / Seremos transformados ou / Sentimos que estamos nos afogando, nos afogando? “) ou quando os seus problemas são expostos nos últimos anos com My Own Grave, referência mais direta ao seu encarceramento, atuando como uma espécie de pedido de desculpas por suas ações.

Por trás das minhas mentiras / Ilusório o suficiente para pensar que eu tinha projetado algo bom / Como uma lápide gigante inscrita para descrever meu destino vergonhoso / eu não estava construindo / O tempo foi gasto cavando / Um verdade feia da qual não havia como escapar / Nenhum lugar para me esconder e finalmente forçado a encarar o que eu me tornei”

Tim Lambesis – My Own Grave

Ou qualquer outra faixa do álbum, há muitas letras emocionais muito fortes. Embora eles não possam mudar a mente daqueles que não os perdoaram, eles oferecem muitas informações sobre o funcionamento interno do próprio cantor.

O álbum porém sofre um pouco na produção, ele não soa limpo o bastante e muito menos dinâmico, com todo o disco saindo como uma bagunça abrasadora, deixando muito pouco espaço para os instrumentos respirarem. As guitarras e a bateria são tão dominantes na mixagem, deixando os vocais em segundo plano, para não dizer nada sobre o baixo de, que parece não estar presente.

A fadiga auditiva vem após apenas algumas faixas, mesmo com volumes razoáveis ​​de audição. As composições e performances também são um pouco confusas, os solos de Hipa são sólidos e tem grande destaque quando se provam presentes. No entando com apenas breves momentos de ousadia além do típico riff de metalcore surgindo de tempos em tempos. Para os fãs ferrenhos não vemos problemas, mas para aqueles que procuram uma evolução sonora, a mesmice é presente.

No geral, Shaped by Fire é o álbum que todos estavam esperando. Difícil acreditar que alguém imaginava um retorno melhor para o quinteto californiano. As pequenas falhas não tiram os reais motivos desse álbum ser tão especial. O gênero fez poucas, mas boas aparições esse ano, porém o As I Lay Dying mostrou o porque a alcunha de ” Reis do metalcore” os serve muito bem.

Nota final: 8,5/10

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