Review: Giordano Lazzareschi – Cada Um Com Seus Poemas

Por Roani Rock

Me deparei com esse trabalho e na minha cabeça, ao decorrer da audição, pairava a palavra “cuidadoso”. É um bom modo de classificar o disco do artista indie-MPB com pitadas de blues, perceptível devido a melancolia de suas canções e solos com o devido feeling. Mas acrescentaria um outro atributo que até faz rima, “corajoso”. É satisfatório escutar tanta criatividade em sons e melodias de algo que fica no meio de um indie e nova MPB tão pasteurizados.

Roani Rock

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Gravadora: Goddan Electric
Data de lançamento: 08/04/2022

Gênero: Indie – MPB
País: Brasil


Giordano Lazzareschi – ou simplesmente Gio Lazza – é um artista ítalo-brasileiro natural de Curitiba que se classifica como um músico do movimento indie-mpb. Tal denominação de estilo pouco usual se deve a uma mistura de vários artistas internacionais como Benee, Benny Sings, Mac DeMarco, Sings atrelados a poesia e música popular brasileira que moldaram seu som e letras. As principais inspirações poéticas, por sinal, vem por intermédio de Clarice Lispector, Leminsk e Drummond, só gente fina.

Cada um Com Seus Poemas é o terceiro álbum do artista e conta com 7 faixas imersivas na intimidade, tendo como inspiração cafés, praias e até a própria casa de Gio. Ele foi gravado em São Paulo no estúdio Electric Bend e foi lançado pelo selo Goddamn Electric, também da capital. Contribuíram com o músico para a confecção da obra o produtor Guto Novelli, o jazzista paulistano Dre Villaqua e Gustavo Miorim na batera.

Apesar dos nomes um tanto cult que o artista tem como inspiração, é notório em seu som muito de Paul McCartney e John Lennon, principalmente se usarmos o álbum McCartney e Walls and Briges como referências. A música de abertura, 6am, se assemelha com o clássico do primeiro álbum solo do ex-baixista dos Beatles, a faixa Junk, que traz a sensação de refúgio. Em seguida, a canção Um Ano Atrás traz um pouco de Strokes em sua estrutura, principalmente pelos riffszinhos de guitarra. Já Oração, a terceira música do disco, um belo soul/blues em essência, assim como a balada Meu Secreto, lembram muito o som do Ben Harper.

O álbum contém letras belíssimas e por ser curto, fica na medida certa. A faixa que dá nome ao disco intensifica essa estética poética e ornamental que ele prega. A faixa que finaliza o disco, Céu, é a mais indie do trabalho, com certo preciosismo nos arranjos. “Cuidadoso” esse é um bom modo de classificar o trabalho do artista indie-MPB que usa pitadas de blues, perceptível devido a melancolia de suas canções e solos com o devido feeling. Acrescentaria até um outro atributo que até faz rima, “corajoso”. É satisfatório escutar tanta criatividade em sons e melodias de algo que fica no meio de um indie e nova MPB tão pasteurizados.

Nota Final: 8/10

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