Review: Eddie Vedder – Earthling

Por Roani Rock

Quando começa o álbum já se sente que será vivido um momento especial. E não é pela questão da super produção ou por conta de todo o super time de músicos envolvidos com Vedder no trabalho. Se trata de canções vibrantes com a boa variação de folk e guitarras distorcidas, baladas e rocks. Se o vocalista do Pearl Jam queria realmente trazer algo impressionante; atingiu a meta. Receba esse apaixonado afago no coração.

Roani Rock

Confira mais reviews em 2022:
Underoath – Voyeurist
Wilderun – Epigone

David Bowie – Toy (toy-box)
Venom Prison – Erebos

Gravadora: Seattle Surf/Republic Records
Data de lançamento: 11/02/2021

Gênero: Rock
País: Estados Unidos


É de praxe ao ver a ficha técnica de um álbum de determinado artista já definir o álbum com os adjetivos mais positivos possíveis ao ver que só tem fera dando o apoio para as canções. A banda The Earthlings que dá suporte a Vedder em tour é a mesma que está presente no novo disco, temos aqui o ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers Josh Klinghoffer (agora um membro da banda do Pearl Jam em poio a nova turnê), o produtor do álbum Andrew Watt nas guitarras, Pino Palladino (The Who) no baixo, Glen Hansard nas guitarras e backing vocals, e o baterista Chad Smith que não necessita de apresentações, já que além de tocar na banda californiana que Klinghoffer fez parte, ainda foi o dono das baquetas do Chickenfoot.

Como se já não bastasse a superbanda, Eddie Vedder que ao lado de Dave Grohl é um dos caras mais legais da história do rock, conseguiu contribuições de peso para seu novo álbum solo com a parcerias com grandes amigos que são seus ídolos. Elas são as faixas que ditam o ritmo do álbum, uma tremenda festa. Elton John está presente em PictureStevie Wonder se diverte na agitada Try com sua gaita bem sonora e o eterno beatle Ringo Starr distribui suas batidas na batera em Mrs. Mills.

O disco começa com a majestosa Invincible, numa vibe que nos transporta diretamente a seu primeiro trabalho solo que serviu como trilha para o filme Into The Wild. Mas essa impressão logo é quebrada com a rasgante Power Of Right que traz um pouco de anarquia rock, numa bateria mais pop por parte de Chad Smith com uma sonoridade que nos leva aos últimos trabalhos do Pearl Jam. A música seguinte é Long Way que é claramente sua tentativa de moldar seu som ao estilo do saudoso Tom Patty, prova disso é a presença de Benmont Tench, tecladista da Heartbreaker, banda que acompanhava Patty. Ele acrescenta um preenchimento sonoro com o órgão, nela ainda tem os backing vocals de Harper Vedder, filha de Eddie, que deixa a música ainda mais iluminada e mágica, um verdadeiro hit.

As faixas que mais me encantam no trabalho são Brother The Cloud e The Dark entre as agitadas e as baladas Fallout Today e The Haves, que se moldam como espelho dos compositores que Eddie tem como gurus: Pete Townshend e Neil Young. São músicas que possuem as levadas de guitarra do líder do The Who e os solos e as letras bem na pegada temática que o old man canadense normalmente procura guiar os pensamentos em suas canções. Em seguida sentimos o peso da influência punk em Vedder através de Good And Evil e Rose Of Jericho que tem boas guitarras de Klinglihoffer e Watt, que também gravou os baixos do disco. Ele, entre outros vários trabalhos, assina obras do Pop e o último disco de Ozzy Osbourne.

Acho interessante dizer que Vedder se empenhou a fazer o seu melhor trabalho vocal em anos aqui. Em entrevista recente, que mais soou como um bate papo, com o amigo Bruce Springsteen – sim, o The Boss -, ele disse que o título do álbum remete a origem, ao lugar de onde veio e a longa estrada que percorreu até o ponto onde está. Não a toa as temáticas das músicas tratam sobre perda, luto e paternidade. Esse clima mais pessoal tem como responsável o produtor Watt que faz uma reconexão do astro com suas grandes paixões. Vale ressaltar que, como terceiro de sua discografia solo, este é o primeiro que entra nesses moldes já que o primeiro e o segundo imergem em outros conceitos como trilha de filme e o ukulele, Earthiling é Eddie se reencontrando e diria que se conhecendo.

Nota final: 8/10