Review: Scorpions – Rock Believer

Por Luis Rios (Revisado por Lucas Santos)

Dessa vez eles realmente voltaram às origens. Contemplando aquele Hard Rock de primeira, uma lembrança do Heavy Metal Clássico e baladas especiais. Tudo isso aparece em Rock Believer, de maneira equilibrada e bem arranjada.

Luis Rios

Confira mais Rock:
Reckless Love – Turborider
Eddie Vedder – Eartling
Billy Talent – Crisis Of Faith
Rust N’ Rage – One For The Road

Gravadora: Universal Music Group
Data de lançamento: 24/02/2022

Gênero: Hard Rock
País: Alemanha


A lista de bandas de rock que conseguiram lançar um álbum novinho em folha cinquenta anos depois de seu álbum de estreia não é exatamente as das maiores. A lista de bandas que lançaram um novo álbum cinquenta anos depois e conseguiram não soar como recauchutagens cansadas de glórias passadas ou tentativas tristes de modernizar sua música é ainda menor. Dez anos e dois álbuns de sua turnê de despedida, os Scorpions ainda estão na ativa, compartilhando uma confusão semelhante sobre turnês de despedida como Kiss, Motley Crue e Status Quo. O segundo desses álbuns “pós-aposentadoria” é o Rock Believer, o décimo nono de uma das carreiras mais prolíficas e grandiosas que uma banda de rock pode alcançar.

Rock Believer é sem dúvida um compêndio esplêndido do que fez a banda nas décadas de 80 e 90, com uma pitada de modernidade. A voz em parte recuperada de Klaus Maine, os riffs agasalhadores de Rudolf Schenkere e um fator importante, o toque de ar fresco da lenda Mikkey Dee! Dessa vez eles realmente voltaram às origens. Contemplando aquele Hard Rock de primeira, uma lembrança do Heavy Metal Clássico e baladas especiais. Tudo isso aparece em Rock Believer, de maneira equilibrada e bem arranjada.

As harmonias nos remete em vários momentos aos melhores trabalhos da banda na decada de 80. Shining Of Your Soul é pra mim o exemplo mais nítido. Há sequências maravilhosas que fazem o disco soar ainda melhor como Shining Of Your Soul, Seventh Sun e Hot And Cold é uma delas. Riffs empolgantes e uma pegada Hard and Heavy primorosa. A outra sequência de respeito vem com Peacemaker, Call Of The Wind e When You Know (Where You Come From). São músicas diferentes entre si em termos de cadência e peso, com a última sendo uma das mais lindas baladas já feita pelos caras.

As surpresas boas não param, Shoot For Your Heart, When Tomorrow Comes e Unleash The Beast nos levam com certa precisão a década de 70. A onda sonora das canções trazem aquela fórmula muita usada nessa referida década. Muita pegada e melodia juntas, com solos de guitarras soltos pelas canções e misturados aos belos riffs que estão por todas as músicas. Crossing Borders também merece destaque pela sua modernidade sonora e pelo refrão bem pegajoso. Um rockaço.

O disco todo é um golaço. Poucas bandas comemorando 50 anos de carreira conseguem produzir um trabalho que seja renovado com tanta identidade inserida como o Scorpions fez em Rock Believer. Desde a primeira faixa já sabemos que tem coisa boa por vir. Enfim, os Scorpions fizeram o que prometeram há tempos e nos deram um álbum grandioso, que pode agradar fãs de longa data e marinheiros de primeira viagem. Depois de dois álbuns que claramente soletravam “álbum final”, os Scorpions lançaram outro álbum, e algo me diz que nem mesmo este pode ser o “álbum final do Scorpions”. Existem algum limite para eles?

Nota final: 8/10

Deixe uma resposta