Review: Slash featuring Myles Kennedy and the Conspirators – 4

Álbuns como World On Fire (2014) e Living The Dream (2018) batem de frente com a mais alta classe que o guitarrista atingiu com o Velvet Revolver e Guns N’ Roses. Aceitem.

Lucas Santos

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Gravadora: Snakepit Records
Data de lançamento: 11/02/2022

Gênero: Hard Rock
País: Estados Unidos


4 é o quinto álbum de estúdio de Slash desde que ele embarcou em sua aventura “solo” inciada em 2010 com o trabalho homônimo que contou com diversos convidados. Apocalyptic Love (2012) foi oficialmente o primeiro do guitarrista com a banda que conta com o vocalista Myles Kennedy (Alter Bridge), guitarrista Frank Sidoris, baterista Brent Fitz e baixista Todd Kerns e até o momento foram gravados mais 3 álbuns de estúdio, 3 álbuns ao vivo e incansáveis turnês pelo mundo.

Resolvemos pela primeira vez fazer uma resenha diferente, expor 2 opiniões dos nossos “críticos” mais ativos aqui no blog a respeito do novo trabalho de Slash e companhia. Espero que curtam esse novo formato.

Roani Rock:

Confesso ter a opinião impopular de não gostar da voz do Myles Kennedy. Sou um devoto fã do Scott Weiland e do que o vocalista do Stone Temple Pilots desenvolveu com o Velvet Revolver – o outro projeto de Slash, que provavelmente foi engavetado para sempre -, é incomparável. Em contrapartida, fico mais entusiasmado com lançamentos novos do Slash ft Myles Kennedy & The Conspirators do que com o disco que vai consagrar o retorno dos membros originais do Guns N’ Roses.

Desde o álbum World On Fire (2014), o grande guitar hero desenvolveu uma formula para suas músicas que ficou batida. Entendo que é o estilo e que é por onde o hard rock caminha, mas dificulta a boa vontade de catar novidade no que se escuta, tanto que o álbum seguinte, Living The Dream (2018) não teve outro papel além de seguir como uma continuação de um bom trabalho.

Em 2012 com o álbum Apocalyptic Love – o primeiro com uma banda de apoio e vocalista definido – o mundo clamava por algo tão revigorante cheio de guitarras vindo por parte do lendário guitarrista. 10 anos depois, em 2022, parece ter um sentimento parecido, já que as pessoas querem mais do que nunca novidades para consumir, e o álbum 4 traz isso. Mesmo estando um pouco abaixo dos trabalhos anteriores, vi muita influência do Alice In Chains na maior parte das músicas, principalmente no hit The River Is Rising.

4 é o álbum mais pop do Slash depois daquele primeiro cheio de participações especiais. Cheio de refrãos chicletes como em C’est La Vie e a referenciada Fill My World (a Sweet Child O’ Mine do álbum). O que me chocou no fim foi a surpreendente intro com efeito de cítara na faixa Spirit Love. Isso foi uma grande inovação e bem inesperado por parte do guitarrista e Myles.

Lucas Santos:

Para mim, no âmbito do rock n’ roll, não existe nada que chegue perto do que Slash, Myles Kennedy, Todd, Brent e Frank fizeram desde o lançamento homônimo em 2010 até o 4. Myles e Slash casaram de uma forma impensável, e os frutos que nós, meros fãs, colhemos até hoje parecem ter saído de um sonho inexplicável dos deuses do Rock. Mais criativo do que nunca, Slash tem ao seu lado não só um dos maiores vocalista de sua geração, mas também um exímio guitarrista e compositor, além do ridiculamente carismático e subestimado Todd Kerns e uma cozinha de dar inveja. Álbuns como World On Fire (2014) e Living The Dream (2018) batem de frente com a mais alta classe que o guitarrista atingiu com o Velvet Revolver e Guns N’ Roses. Aceitem.

Gravado propositalmente de uma forma mais crua e analógica, 4 tem uma produção mista e certas vezes inconstante. Achei que a voz de Myles fica escondida em algumas ocasiões e aquele som mais redondo que eles conseguiram atingir, principalmente em World On Fire (2014), se perde um pouco. Confesso que demorei um pouco pra “engolir” e minhas primeiras impressões foram bem meia boca. Com o tempo, foi mais uma questão de costume do que qualquer outra coisa.

Quando eu penso em Slash feat. Myles Kennedy and The Conspirators eu os linko diretamente em músicas como April Fool, The River Is Rising, Fill My Word e Call Of The Dogs, por exemplo. 4 tem esses grandes momentos, realmente tudo que eu espero de um álbum dessa formação, mas as mudanças (pequenas), que obviamente são bem vindas, quebraram um pouco a dinâmica da audição. Spirit Love e Fall Back To Earth são boas músicas, porém arrastadas até demais.

4 é até o momento o álbum que “menos gostei” desse incrível projeto (ou podemos chamar já de banda?) que reúne 3 dos meus músicos favoritos de todos os tempos. Mesmo sendo abaixo dos sensacionais álbuns anteriores, ele ainda possui ótimos momentos para quem só quer curtir o bom e velho hard rock, e até mesmo novidades sutis para se apreciar. Não se engane pela horrível capa, Slash, Myles Kennedy e os Conspirators ainda tem (MUITA) lenha para queimar.

Nota final: 7/10

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