Review: Billy Talent – Crisis Of Faith

Por Cleo Mendes

A banda é conhecida por seu som de punk rock e letras socialmente conscientes, e Crisis of Faith não foge muito dessas qualidades.

Cleo Mendes

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Gravadora: Spinefarm Records
Data de lançamento: 21/01/2021

Gênero: Punk Rock
País: Canadá


Billy Talent é um grupo canadense formado no início dos anos 1990 e continua sendo um dos maiores nomes do país. Crisis of Faith é o aguardado sexto álbum de estúdio após uma pausa de seis anos de seu quinto lançamento, Afraid of Heights (2016). A banda é conhecida por seu som de punk rock e letras socialmente conscientes, e Crisis of Faith não foge muito dessas qualidades.

Forgiveness I + II começa com uma sensação por excelência do Billy Talent, o que é reconfortante e um pouco decepcionante. Uma faixa robusta, mas que não traz crescimento e realmente poderia ter feito parte da discografia em vários momentos. Um colapso morno não adiciona nada de especial e uma abertura pouco agitada. A transição para Forgiveness II é agradável e suave e traz algumas vibrações interessantes e quase jazzísticas. Parece uma reminiscência do rock dos anos 60 e 70 da melhor maneira possível. Saxofone? Sim, por favor!

Grande parte do álbum foi gravado durante os tempos caóticos da pandemia e, como sempre, a banda não foge desse tema. I Beg To Differ (This Will Get Better) foi lançado inicialmente como single lá em abril de 2020 como uma mensagem de esperança durante a pandemia. A banda também postou o número de telefone para linhas diretas de crise em todo o mundo para acompanhar o videoclipe. A música é otimista com bateria forte e um riff divertido para ajudar a aumentar os espíritos.

Como grande parte do álbum, Reckless Paradise volta ao som característico do Billy Talent. Esse é o destaque do Crisis of Faith e a música que fica no repeat por algumas horas. End of Me apresenta River Cuomo, principal nome do Weezer. Com isso em mente, a expectativa de uma sensação peculiar dos anos 90 é definida e entregue. A execução deixa algo a desejar, é muito nostálgica mas não surpreende em nenhum momento. Uma faixa divertida, mas de alguma forma fica aquém do que se esperava.

Com Crisis of Faith, a banda oferece um som consistentemente próprio, mas capitaliza o elemento surpresa ao entregar pequenas pepitas de evolução ao longo do álbum. Há uma musicalidade sólida por toda parte. Som liricamente com vocais fortes para combinar como seria de esperar. Mais variedade daria ao álbum uma sensação mais madura, e um pouco mais de sonoridade punk rock deixaria o álbum mais animado.

Nota final: 6/10

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