Review: Venom Prison – Erebos

Por Lucas Santos

Primeiramente esse é o primeiro trabalho da banda com a Century Media Records, que conseguiu construir as ideias do grupo em um resultado sonoro muito mais polido e claro. Meu grande problema, principalmente com o Samsara (um dos meus álbuns favoritos de 2019) era a sua produção, que “escondia” por muitas vezes todo o valor sônico de seus integrantes.

Lucas Santos

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Gravadora: Century Media Records
Data de lançamento: 4/02/2022

Gênero: Death Metal/Hardcore
País: País de Gales


Em seus EPs iniciais e nos dois primeiros álbuns, o Venom Prison construiu um death metal angular, muitas vezes técnico, que falava diretamente sobre questões sociais modernas. Animus (2016) e principalmente Samsara (2019) rapidamente elevaram o status do quinteto, que se tornou mais um daqueles atos de destaque no underground. Erebos, o seu terceiro full-lenght, torna a “promessa” em agressiva realidade, e os fatores para que isso aconteça eu explico a seguir.

Primeiramente esse é o primeiro trabalho da banda com a Century Media Records, que conseguiu construir as ideias do grupo em um resultado sonoro muito mais polido e claro. Meu grande problema, principalmente com o Samsara (um dos meus álbuns favoritos de 2019) era a sua produção, que “escondia” por muitas vezes todo o valor sônico de seus integrantes. E segundo que, Erebos engloba muito mais ideias dentro da abordagem do death metal, e mesmo assim é um álbum muito mais homogêneo que qualquer um dos seus trabalhos anteriores.

Não se engane, o Venom Prison é sim uma banda de death metal moderno, mesmo com as suas raízes no hardcore – vocalista Larissa Stupar era membro do icônico grupo de straight edge Wolf Down Erebos também tem distintos momentos onde captamos subgêneros do death sendo expostos de maneiras orgânicas. Faixas como Comfort Of Complicity e Castigated in Steel and Concrete mostram o excelente trabalho dos guitarristas Ash Gray e Ben Thomas explorando elementos do progressivo enquanto a abertura e single Judges of the Underworld tem riffs carregados de beatdown deathcore. O groove é muito presente em diversos momentos.

Nemesis começa com guitarras que me lembram muito algumas faixas do Gojira em From Mars to Sirius (2005), antes de atingir velocidade máxima, Pain Of Oizys diminui a marcha e implementa uma atmosfera de doom metal e a última faixa Technologies of Death começa mais diretamente no death metal, se funde com elementos de calmaria e explode em um ato quase que épico e pulsante. Certamente o meu momento favorito do álbum. Pra fechar com chave de ouro.

Larissa Stupar é um show à parte. Que cantora especial. A vocalista de origem russa já havia demonstrado toda a sua gama de técnicas que passeiam por quase todos os estilos desde a sua época do Wolf Down, mas em Erebos ela se revira do avesso para entregar quase todas as nuances que escutamos dentro do metal. Só não espere nada melódico da parte dela. Isso não vai acontecer.

Não tenho quase nada a reclamar. Possivelmente o começo da faixa Golden Apples of the Hesperides e até mesmo a própria Pain of Oizys tiraram um pouco da dinâmica do andamento do álbum mas nada de muito grave. Talvez um suspiro necessário no meio do caminho? Talvez.

A realidade é que não há uma música ruim em Erebos. A banda elevou e refinou seu ofício, resultando em um álbum que reafirma e explora em linhas muito tênues. O nível foi elevado logo no começo do ano, e o Venom Prison atingiu o seu ápice em muito pouco tempo.

Nota final: 9,5/10

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