Por Lucas Santos
De influências sinfônicas a progressivas, de black a death metal, juntamente com baladas emocionais, o álbum é uma viagem sonora e lírica que segue um estilo de abordagem nas composições que não foge muito dos seus conceitos passados. A gigantesca obra de mais de 70 minutos tem seus momentos, mas falha em criar situações épicas que elevam a esfera da banda.
Lucas Santos
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Gravadora: Frontiers
Data de lançamento: 10/09/2021

Gênero: Power Metal
País: Estados Unidos
Me forçar a descobrir novas bandas em função da The Rock Life é uma tarefa muito árdua e monótona muita das vezes. Há muito oque se ouvir todas as semanas e parece que o nível de exigência e impacto vão aumentando e diminuindo conforme os anos vão se passando. Felizmente, descobrir bandas como o Seven Spires é o que faz todo esse “trabalho” valer a pena. O primeiro contato foi através de Emerald Seas, álbum lançado em fevereiro de ano passado e que chegou a entrar na lista de melhores do ano de 2020.
Seven Spires, um quarteto de power metal americano, é especializado em contos melancólicos com narrativas abragentes. Em parte podemos ouvir o metal mais melódico, em parte passagens apocalípticas e agressivas de black metal e em parte metal clássico, romântico, com histórias contadas que recorrem ao espectro tradicional do metal. É definitivamente uma banda que não se prende a somente um sub-gênero, e que usa a criatividade e elaboradas técnicas de seus integrantes para criar diferentes sensações ao decorrer do seus (longos) álbuns.
Saindo de seu segundo álbum elogiado pela crítica, o Seven Spires tentou ser mais ambicioso em Gods Of Debauchery. O novo trabalho é uma vasta e maior oferta, se comparado aos anteriores, de estilos musicais dentro da ampla tenda do heavy metal. De influências sinfônicas a progressivas, de black a death metal, juntamente com baladas emocionais, o álbum é uma viagem sonora e lírica que segue um estilo de abordagem nas composições que não foge muito dos seus conceitos passados. A gigantesca obra de mais de 70 minutos tem seus momentos, mas falha ao criar situações épicas que elevam a esfera da banda.
Por ser um trabalho mais ambicioso, Gods Of Debauchery tem algumas falhas que fazem a sua audição ser menos prazerosa que seus esforços anteriores. A linha musical mais voltada aos contos não é tão cativante como de costume, e o que realmente me incomodou foi o excesso de estilos implicados nas faixas sem uma essência propriamente clara. A sensação que tive é que a trinca de instrumentistas joga mil ideias de uma vez sem um foco definido, e o único integrante que consegue deixar as coisas mais nos trilhos é a excelente vocalista Adrienne Cowan.

Seven Spires, assim como muitas bandas dessas características, não é uma banda de fácil assimilaridade, mas a complexidade sem muito sentido em Gods Of Debauchery tornam as coisas ainda mais difíceis e maçantes. É notável que a grandiosa e belíssima forma de como eles criam música aparecem no álbum. This God is Dead é um épico impressionante de 10 minutos, a faixa título Gods Of Debauchery é rápida e grandiosa e a alegre e pulsante com toques de Nightwish, Lightbringer, são faixas que valem demais a sua atenção.
Seven Spires é uma banda que eu recomendei e continuo recomendando demais, porém Gods Of Debauchery não é o álbum a ser falado. Eu ainda gosto muito do estilo de composição deles, pegando um pouco de tudo dentro do metal. Apesar do terceiro álbum de estúdio ter mais erros que acertos, ainda sim, dou muito crédito por eles conseguirem criar um som muito único e diferente. Escutem Emerald Seas se quiserem conhecer realmente do que o Seven Spires se trata. Gods Of Debauchery pode ser um pouco mais complicado.
Nota final: 6/10