Por Roani Rock
AVISO: Enquanto você escuta as atrações do dia 29 é recomendável ler esse texto.
Aqui se trabalha com qualidade e não imediatismo, então vamos a como ocorreu o dia 28/09 data marcada pelos shows de CPM22 com Raimundos, Tenacious D, Weezer e Foo Fighters no Palco Mundo e principalmente Detonautas, Titãs e Whitesnake no Palco Sunset.
Foi um dia nublado e de fácil acesso, nos palcos adjacentes aos dois taxados como principais, rolava shows que muitos devem ter tido o prazer de saber do que se tratava só por lá. Charlie Brown Jr tendo o filho de Chorão nos vocais na rock district e o Vivendo do Ócio no palco Supernova são dignos e chamaram a atenção do povo que pelo parque olímpico rodava. A segunda banda falo com segurança que merece tocar no palco mundo algum dia pela qualidade e capacidade de mexer com o público que eles tem.
O Palco Sunset pode ser o secundário da cidade do rock, mas suas atrações jamais devem ser taxadas como segundo plano. Para o dia 28 resolveram focar em atrações do rock, por assim dizer, popular. Ego Kill Talent que é uma banda boa mas sem muita expressividade nem prendeu a atenção do aqui escritor então não posso falar a respeito. Depois veio Detonautas tocando seus sucessos com o Pavilhão 9, incrivelmente sem falar sobre questões políticas, um show mais pra sentir o rock nacional valorizado, mas sem expressividade e esquecível se comparado ao da banda de Tico Santa Cruz em outras edições.

Em seguida o Titãs desmontado voltou a ser chamado e pediu socorro para Ana Cañas, Edi Rock e Érika Martins. Cada um com seu momento, mas nada chamou mais atenção do que Ana Cañas com seu quase topless em um momento de mostrar sua liberdade e ir contra censuras. Assim que entrou no palco gritou “foda-se o patriarcado!” e “respeita as minas!“
No quesito repertório os Titãs fizeram o mais do mesmo sem surpresa e sem a mesma força já que só o Sérgio Britto seria capaz de cantar as canções reconhecidas na voz de Paulo Miklos que era o melhor interprete da banda e as canções da ópera rock Doze Flores Amarelas são fracas para festival.
Flores, Bichos Escrotos, Homem Primata, Enquanto Houver Sol, estavam no repertório assim como além dos covers Pro dia Nascer Feliz (Barão Vermelho), Aluga-se (Raul Seixas) e Ôrra Meu (Rita Lee). Foi ao menos o show mais político do dia contestando os governantes.
Ao fim, o vocalista Sérgio Britto protestou contra a violência nas comunidades do Rio de Janeiro antes de apresentar a música Polícia.
“Será que transformar as comunidades pobres do Rio de Janeiro em campo de guerra vai resolver o problema da segurança pública na cidade, no estado e no Brasil? Definitivamente, não”.
O público respondeu com gritos contra o governador do Rio de Janeiro: “Ei Witzel, vai tomar no cu”

Whitesnake foi o principal nome do Sunset e trouxe um show potente com músicas do álbum novo Flesh & blood junto aos principais hits de amor que mais gostamos de ouvir na voz de David Coverdale sempre bom lembrar, um dos maiores vocalistas da história do Rock ‘and’ Roll.
O vocalista, hoje com seus 68 anos, é a prova viva que a idade e os limites da voz chegam pra todos, o que não é nenhum demérito já que a banda composta atualmente por Tommy Aldridge (bateria), o monstro Reb Beach (guitarra), Joel Hoekstra nos solos mais cativante na guitarra, Michael Devin no baixo e apoiando David nos backing vocals mais agudos e Michele Luppi nos teclados estende o tapete vermelho e deixa tudo um mel para o mitológico vocalista cativar o público apenas com seu charme e carisma habitual conhecido pelos brasileiros desde o primeiro rock in rio de 85.
O melhor estava por vir, mas os britânicos do Hard Rock glam foram responsáveis por fazer a aparição que alguém que estava presente na cidade do rock pudesse soltar um “uou”. Assim como em 1985 a banda de Coverdale meio que veio para tampar buracos e levantou a galera. Os hits oitentistas que levantaram a galera, mas os novos sons e os gritos do vocalista como “Making Fucking Noize, Rio!” e por fim fechar o set com Burn da sua ex-banda Deep Purple mexeu com o coração dos fãs mais assíduos do clássico.
No geral o Sunset foi morno como colocado no título, mas certamente se as bandas que por lá tocaram estivessem em seu auge de reconhecimento de público e midiático, com suas formações mais respeitáveis, mesmo que tocando material novo, teriam animado bem mais e levado mais pessoas a deixarem sua atenção presa a eles.