The Rock List – 7 álbuns ao vivo pouco comentados. Parte 2!

Por Roani Rock

Confira a parte 1

Ao longo dos anos, diversas bandas se consagraram com lançamentos de álbuns ao vivo. Casos notáveis do Kiss com o Alive, e Deep Purple com Made in Japan. Não é o caso específico dessas bandas abaixo, mas achamos que elas merecem um crédito maior por esses materiais. Essa lista contém discos clássico e modernos, todos não tem o devido crédito, talvez pelos fãs, mas são pouco comentados por sites ou canais especializados, deveriam, eles são tão bons quanto os discos mais famosos citados anteriormente. Confira a nossa #TheRockList, Parte 2!

The Black Crowes – Freak ‘N’ Roll Into the Fog (2006)

Hard rock noventista de qualidade. Aqui os americanos do Black Crowes apresenta grandes versões ao vivo para seus hits, além de covers pontuais que deram a cara da banda para as músicas.

The Night They Drove Old Dixie Down da The Band, a já conhecida Hard To Handle e Space Captain famosa na voz de Joe Cocker foram as canções exploradas pelos irmãos Robson, com a primeira fechando a apresentação. O Show tem um início porrada com Sting Me e No Speak No Slave, na sequência a presença da balada Soul Singing com o tempo de 9:46 minutos. O set segue apresentando hits que ultrapassaram a década de 90 – quando a banda surgiu – com Jealous Again, My Morning Song, She Talks To Angels, Wiser Time e Remedy.

Southern Rock de qualidade, contando com uma das melhores formações que a banda já teve com Chris Robinson (vocais, na gaita harmônica e violões), Rich Robinson (guitarra, vocais), Marc Ford (guitarra, vocais), Steve Gorman (bateria e percussão), Sven Pipien (baixo), Ed Hawrysch (teclados), Mona Lisa Young (backing vocals), Charity White (backing vocals).

Oasis – Live By The Sea (1994)

Quando os anos 90 estavam sem uma sonoridade britânica de destaque mundial esses caras de Manchester surgiram com um rock cru e de garagem, que futuramente seria conhecido como BritPop.

Esse show em particular que rolou em Southend Cliffs Pavilion na Inglaterra, que trazia a tour de divulgação do disco Definitely Maybe, o primeiro que para muitos é o melhor trabalho da banda, é um dos shows mais inspiradores e emblemáticos dessa fase inicial do Oasis.

Além das faixas do Definitely Maybe como, Slide Away, Supersonic e Live Forever, o show conta com a presença de b-sides como a fantástica Acquiesce, numa versão porrada com a banda completa e D’you Wanna Be Space Man?, Sad Song e Talk Tonight por parte de Noel Gallagher em seu momento solo ao violão e voz.

O cover para I’m The Walrus dos Beatles é a síntese da evolução distorcida do rock britânico. A voz de Liam Gallagher assim como sua presença blasé também são destaques. Mas o mas divertido é ver a reação do público música após música, com copos de cerveja sendo arremessados e erguidos. Recomendadíssimo para se ver tomando uma gelada com amigos e se sentir no meio da multidão que os presenciou em Manchester.

The Faces – Coast To Coast (1974)

Meio que um show de apresentação da reformulação de uma banda de sucesso. O The Faces é uma das primeiras super bandas, já que Ronnie Lane, Ian McLagan e Kenney Jones eram do Small Faces e perderam o guitarrista e a superpoderosa presença e voz de Stevie Marriott para o Humble Pie. Já Rod Stewart e Ronnie Wood eram banda de apoio do surpreendente guitarrista Jeff Beck, e não tinha um destaque tão grande já que a estrela era Beck.

Em função disso esses caras se uniram e foi a combinação perfeita, já que todos passaram a ter seu crédito bem recebido. A prova disso é esse álbum de 1974, eles já não contavam com Lane, entretanto, contendo diversas canções já conhecidas mas ganhando novos arranjos com a voz rouca e rasgada de Rod Stewart, ele merece crédito, já que foi da época mais criativa dos caras.

É uma aula de Rock ‘and’ Roll, versões para It’s All Over Now que tem a gravação mais conhecida pelos Rolling Stones, Cut Across Shorty que é um folk rock de Eddie Cochran ganhando peso e distorção. Ainda tem Angel,de Jimi Hendrix e Jealous Guy de John Lennon ganhando profundidade e mais Blues que já oferecem em suas versões originais.

No caso da música de John Lennon, os arranjos mudaram tanto que a música se transformou. Outro destaque interessante é I Wish It Would Rain que no original foi gravada pelos Temptations. Mas saindo do espectro dos covers, claro que os hits autorais estavam presentes. Stay With Me, Too Bad na dobradinha com Every Picture Tells A Story dão um brilho importante também.

Se você por incrível que pareça não achar tempo para ouvir ou ver esse show todo, ao menos coloque para tocar a faixa I’d Rather Go Blind e seja muito feliz.

Humble Pie – Rockin’ The Fillmore (1971)

Esse box é um caso especial, traz 4 apresentações da banda de hard rock setentista Humble Pie em um fim de semana no Fillmor. Foram duas apresentações no Fillmore East em Nova York que conseguiu o grande feito para o Humble Pie, mas também existia a casa Fillmore West situada na California. Essas eram as melhores casas de show da época e tinham em sua particularidade a introdução das bandas feitas por seu fundador Bill Graham. Se não sabem de quem se trata, ao menos saibam que sem ele o Woodstock não teria acontecido.

O álbum em questão é considerado um dos melhores registros ao vivo do universo do rock. As vendas constantes do disco ajudaram o Performance: Rockin ‘the Fillmore a se tornar o primeiro registro de ouro do Humble Pie na RIAA . Sua popularidade ajudou o álbum anterior da banda, Rock On , a alcançar o status de álbum de ouro.

O Box traz Set lists similares, poucas mudanças de músicas de um show para outro. Um dos percursores do Hard Rock trazia – o já comentado no disco do Faces – Stevie Marriott (que por si só já valeria o ingresso) e ainda contava com a presença ilustre de um guitarrista em ascensão chamado Peter Frampton que só era conhecido antes da banda por figurar capas de revistas ao estilo da Capricho, nesse álbum principalmente esse cara mostrou que era um monstro na guitarra e merecia respeito.

Além dessa dupla sensacional, ainda tinha o baixista de voz cavernosa e bluseira Greg Ridley e o baterista jazzista Jerry Shirley. Esse quarteto animal fez novos arranjos para canções conhecidas como Hellujah (I Love Her So) de Ray Charles e Four Day Creep de Ida Cox. Essas novas versões ficaram mais densas e com uma carga mais pesada devido a distorção e interpretação de Marriott e Ridley.

I Don’t Need No Doctor que foi o grande hit do álbum era um blues/jazz que virou uma canção rock de bater cabeça e punhos cerrados. A ideia de torna-la assim foi de Frampton que deu os power chords e enquanto Stevie Marriott deu sua poderosa voz na interpretação, todas as versões dessa música ganham solos enérgicos e fora dos padrões. Leva até a possibilidade de usarmos a gíria “não sabem brincar”.

Prince – Live at Montreaux (2009)

Esse não é bem um álbum, está mais para um bootleg, mas é importante escutar e ver esse registro que é a personificação do que há de melhor na música negra americana.

Nos shows – foram duas noites com sets distintos – temos o Prince tocando grandes hits como Little Red Corvette, mas fazendo também releitura de funks e seu material mais recente da época do festival que vai na pegada do soul. Sendo condizente a proposta do festival, ele usa com sua banda a New Power Generation bastante improvisação de Jazz durante as músicas.

Foi na noite de 18 de Julho o espetáculo e o cover para Spanish Castle Magic é um dos lances mais impressionantes pela fritação deste praticamente alienígena de Minneapolis. Seja ao ver a técnica de Prince, ou de seus músicos fazerem o serviço certinho de uma big band, sem dar espaço para erros, até mesmo nas improvisações.

Stratus de Billy Cobham é bem pesada e cheia de solos arrebatadores, Peach – esse rock safado do Prince – também levanta a galera.

Stereophonics – Live From Dakota (2006)

Um álbum bem emblemático para mostrar o apogeu de uma banda. Os britânicos do Stereophonics já tinham lançado seus principais álbuns e feito sucesso suficiente para serem bem quistos e aplaudidos não só no seu país e região como no meio artístico chegando a ser cabeças de festivais.

O sucesso da banda vinda Cwmaman, País de Gales pode ser inegavelmente creditado a presença do band-líder Kelly Jones, guitarrista, vocalista e principal compositor. Uma banda mostra seu valor quando passa do desafio do segundo álbum aumentando o número de músicas tidas como hits. Eles conseguiram ter ao menos três hits em cada um dos 5 álbuns lançados até aquela data do show antológico de 2006.

Eles em 2006 – época do lançamento do disco – tinham lançado facilmente umas 10 músicas memoráveis sendo quatro delas acima das demais. Just Looking do Performance And Cocktails, o segundo álbum da banda. A Thousand Trees, primeira música do primeiro disco do Stereophonics, Maybe Tomorrow a balada mantra do terceiro álbum de 2001 e Dakota, o maior sucesso da banda, reconhecida mundialmente e que justifica o lugar escolhido para o registro ter sido a cidade de Dakota. Todas essas músicas obviamente estão presentes no álbum duplo com desempenho incrível de Jones – apesar de bem rouco – indo em todas as notas.

É sentida toda a verdade nas interpretações, apesar de tudo soar muito bem ensaiado. Os caras sempre foram muito profissionais o que não se pode e nem deve ser reclamado e sim, apreciado. Coloque esse álbum pra tocar e tenha uma tarde de chá agradável.

Arctic Monkeys – Live at the Apollo (2007)

O que para a maioria dos fãs raiz do Arctic Monkeys mais faz falta na banda atualmente está presente neste registro de 2007, do fim da turnê mundial de divulgação do álbum Favourite Worst Nightmare.

Alex Turner mais ativo nas guitarras, o visual britânico, o som mais cru sem efeitos adicionais de teclados e outros instrumentos que foram acrescentados ao longo dos outros lançamentos e é claro, o set list com canções mais agitadas e que conversam bem mais com o público do que as que figuram as recentes apresentações, que representam muto mais as virtudes de Turner do que as aspirações dos jovens saídos da classe trabalhadora de Sheffield.

Brianstorm, This House Is a Circus, Teddy Picker, Dancing Shoes, From the Ritz to the Rubble – que são a ordem das músicas que iniciam o show – não deixam de vira e mexe aparecer nos sets atuais fazendo um agrado aos velhos fãs. Mas é certo que músicas como Fake Tales of San Francisco, When the Sun Goes Down, Leave Before the Lights Come On, Do Me a Favour e principalmente A Certain Romance deixariam qualquer fã realizado e em estado orgástico.

O show tem esse poder, apesar de errarem muito, e muitas desafinadas de Turner, a simplicidade faz falta, soavam nessa muito mais realizados com Jamie Cook (guitarrista), Nick O’Malley (baixista) e Matt Helders ( baterista) parecendo mais confortáveis e sem essa aparência de músicos de apoio que receberem pela justa superexposição da imagem de Alex Turner. A questão é, tudo no início soa mais real e honesto do que na chegada do auge. Por conta disso esse show merece ser venerado e assistido com atenção.

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