Review: Polar – Nova

Enquanto é menos tradicionalmente metalcore, é mais experimental com elementos de hardcore, mais agressivo, brutal e sofisticado.

Lucas Santos

Gravadora: Arsing Empire

Data de Lançamento: 05/04/2019

De revolucionário a estereotipado, assim caminha o metalcore. Depois do surgimento de tantas bandas importantes para o gênero: Architects, Parkway Drive, As I Lay Dying, While She Sleeps, e tantas outras, acredito que esse seja o estilo que mais se satura com o passar dos anos. Os ingleses do Polar por sua vez, vem ganhando cada vez mais espaço no cenário underground. Conhecidos por seus shows, descritos pela distortedsoundmag.com como “incorporam uma sensação de energia crua e angústia desenfreada que atua como uma experiência memorável para qualquer um que tenha tido o prazer de ver a banda em carne e osso.” Porém, toda essa energia nunca foi de fato demonstrada totalmente em seus trabalhos de estúdio.

Em seu novo álbum Nova, O Polar busca elevar o status e alcançar vôos mais altos além do underground. Queremos que este seja o próximo grande passo”, afirmou a guitarrista Fabian Lomas. Seria o próximo passo começar a dividir palco com os grande nomes do gênero? Acredito que esse seja o objetivo do quinteto britânico.

Nova é uma evolução do seu som, um aprimoramento. Enquanto é menos tradicionalmente metalcore, é mais experimental com elementos de hardcore, mais agressivo, brutal e sofisticado. Tecnicamente falando é o melhor trabalho até então. A música Sonder atua como um prelúdio que abre caminho para Amber, que mistura o pop com metal acertadamente. Certamente a música mais “radio-friendly” do álbum, se é que isso é possível. Devil, Drive e Adore lembram a sonoridade clássica da banda. Brother, a última faixa, adiciona elementos eletrônicos bem ao estilo anos 80.

Apesar de nos depararmos com esse leque de renovações sonoras e novas tentativas de encorporar o som, a banda peca por repetir construções e andamentos em diversas faixas, fazendo com que algumas percam características individuais e soem como cópias uma das outras. Esse não é um problema apenas do Polar nesse álbum em si, e sim, uma dificuldade que muitas bandas do estilo encontram no decorrer dos anos.

Os novos elementos, misturados com a sonoridade clássica da banda, funcionam. A sensação de repetição é deixada de segundo plano devido a competência musical entregue. Havendo justiça, com Nova, o Polar alcançará sim um novo patamar. Se tudo trilhar de acordo, não vai demorar muito para vermos a banda dividir palcos com os maiores nomes do metalcore mundial.

Nota final: 7/10

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