Revisando Clássicos: MR.Big – Lean Into It

Por Roani Rock

Bem vindos a mais um revisando clássicos, aqui analisamos discos atemporais que, de alguma forma, marcaram a história da música de maneira revolucionária. Traremos uma introdução ao álbum contando fatos que o fizeram importante para a carreira da banda, um faixa-a-faixa e por fim, citações das principais mídias especializadas em reviews. Hoje vamos falar do álbum Lean Into It do Mr.Big, uma verdadeira obra-prima dos últimos suspiros do hard rock nos anos 90 que completa 30 anos em 2021.

INTRODUÇÃO AO ÁLBUM


O ano é 1991, estávamos nos últimos dias de glória do hair metal, quando o Mr. Big editaram o seu segundo álbum. Esse ano é marcado pelo lançamento de duas obras primas vindas do aglomerado de bandas de Seattle que foram categorizadas como grunge, um estilo similar ao hard rock que estava para ditar as regras da cultura pop com o Nevermind do Nirvana e o Ten do Pearl Jam. Nada além disso dominaria o imaginário dos fãs de rock naquele momento, nem os lançamentos do  Slave to the Grind do Skid Row e o álbum duplo do Guns N Roses, a maior banda da época, com o Use Your Ilusion I e II foi feita uma frente. Mas por sorte, o MR.Big conseguiu sair ileso dessa briga de gigantes contra novatos e fez seu nome lançando o seu segundo álbum o Lean Into It em março.

A história deste álbum é um tanto interessante, a começar pela origem de cada integrante antes de se unirem para formar a banda que até o ano de 91 teve um êxito tímido com o disco de estreia, o auto intitulado de 1989, que serviu como um bom cartão de visitas alcançado a posição 46 na Billboard 200. Billy Sheehan (baixo), Paul Gilbert(guitarra), Pat Torpey (bateria) e Eric Martin (vocais) trazem o equilíbrio dentre músicos com rodagem e experiência com jovens ansiosos para alcançar o estrelato.

Começando pelo baixista, antes de formar o Mr Big em 1989, Billy Sheehan já tinha mostrado suas credenciais enormes no rock com sua banda anterior, o Talas. Com ela, no início da década de 1980, já existiam publicações de revistas de guitarra que o consideraram como “O Eddie Van Halen do baixo“, devido ao seu estilo altamente técnico que apresentava a popular técnica do tapping. Depois, ao entrar para o projeto do ex-homem de frente do Van Halen, David Lee Roth em sua carreira solo em meados dos anos 80, ele gravou dois álbuns recebendo o certificado de platina pelas vendagens. Ter uma carreira tão consolidada o fez querer ter seu próprio projeto e começou a buscar nomes formidáveis para acompanha-lo.

Ele começou tudo com a ajuda de Mike Varney da Shrapnel Records, um selo especializado no gênero destruidor do hard rock. Esse cara que trouxe de imediato para os vocais o nova-iorquino Eric Martin, um cantor de blue-eyed soul, que perambulava por diversas bandas e que já tinha um trabalho solo que o fez ser cotado para fazer testes para várias bandas icônicas das décadas de 1970 e 1980, como Van Halen, Toto e Rainbow (as quais não foi o escolhido). Mas nenhum desses trabalhos, nem mesmo seu projeto, a Eric Martin Band, o fez ter uma projeção nacional digna, quiça uma internacional/mundial, isso até entrar no Mr.Big.

Paul Gilbert foi o primeiro a ser selecionado a dedo por Billy Sheehan. Gilbert era naquele ano de 1988 um aspirante guitarrista que já era capaz de entrar em listas dos mais técnicos e rápidos da história em seu instrumento. Ele começou sua jornada na música em 1986 quando formou o Racer X com alguns amigos e por lá ficou até 88. Devido a pouca ambição do grupo em fechar com uma gravadora que trouxesse maior visibilidade ele pulou fora. Foi então, que conheceu o baixista que já era uma referência sua e foram atrás daquele que seria o motor da banda e ditaria o ritmo do supergrupo.

O último a ingressar no grupo foi o badalado baterista Pat Torpey. Em 1983 apresentava-se com Ben E. King, Mike + The Mechanics, Bob Geldof nos programas de tv  TV American Bandstand e Solid Gold. Chegou a tocar também com Roger Daltrey e Bobby Colomby do Blood, Sweat and Tears por conta destes programas televisivos, ele acompanhou o The Kancks em umas sessões de gravação em estúdio e com seu desempenho foi convidado a integrar a banda para uma turnê. Durante um show foi notado por Billy que o chamou para o MR.Big. Torpey aceitou de prontidão, mas antes de firmar, precisou fazer uma tour como regular baterista do Robert Plant em sua turnê Now and Zen quando Chris Blackwell se machucou.

De banda formada, eles assinaram com a renomada Atlantic Records e logo no ano seguinte lançaram seu primeiro álbum auto intitulado que teve como maior feito fazer eles serem notados, não pelo público de rock convencional nos Estados Unidos, mas se tornarem um sucesso no Japão e em outros pontos da Ásia e na América do sul. Isso animou a todos para traçar planos mais obstinados e de visão mercadológica maior, principalmente ao se tornarem a banda de apoio do Rush. Era um pouco como o pensamento ambicioso dos Beatles de ser “número #1 da américa” antes de tocar nos EUA. Essa gana de melhorar fez com que eles desenvolvessem as músicas presentes nessa obra e mudassem tudo, levando-os ao top 20 da Bilboard e tendo seu maior hit, a balada To Be with You, alcançando o primeiro lugar em quinze países. Agora, em pleno 2021, o álbum ganhou uma edição de aniversário dos seus 30 anos de lançado em formato de box-set de edição limitada altamente colecionável composta por cinco vinis com cores individuais Soltos de 7 ” via evoXS.


FAIXA-A-FAIXA

Um faixa-a-faixa se torna conveniente, seguiremos a ordem numérica já que elas todas tem sim a sua importância, não só em termos mercadológicos, mas também para a história dos aqui envolvidos. O que nos leva a falar curiosidades para cada som ou/e uma opinião pessoal.

Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)

Essa pedrada que abre o disco tem como personagem central o “lothario” baixista Billy Sheehan . Ele escreveu as letras com base em seus muitos encontros com fãs apaixonadas, e Martin as retrabalhou um pouco. “Isso foi no início dos anos 90, então era um pouco do lado ‘cock rock‘”, disse Martin em entrevista no ano de 2015 . “Mas eu escrevi sobre suas conquistas: Serei seu papai, seu irmão, amante, garotinho, serei todos esses tipos de personagens para você.

O guitarrista Paul Gilbert usou uma furadeira elétrica para tocar o solo da música e replicou esse feito no show, onde sempre agradou ao público. A broca foi equipada com uma ponta especial de três lados que foi fixada na broca. Ao ativar a furadeira, ele poderia pegar as cordas em hipervelocidade, criando um som muito incomum. A imagem fálica da broca também acompanhava o conteúdo lírico da música.

Alive And Kickin’

Lean Into It impressiona logo por sua capa, que mostra um trem dependurado em uma construção. Curiosamente, a foto é real e mostra um acidente acontecido em outubro de 1895, na estação de Gare Montparnasse, em Paris, França.

Uma música que contrasta um pouco com a tentativa de fazer um álbum arrasa quarteirão é Alive and Kickin’. Um dos melhores riffs da banda fora do núcleo das power balads, que traz o desempenho técnico sem igual de Paul Gilbert e Billy Sheehan que fazem a sincronia parecer uma brincadeira de criança. A faixa é uma celebração com um refrão propício ao rock de arena.

Green-Tinted Sixties Mind

Ai está uma das baladas mais bonitas e singelas da história. Primeiro single lançado para o disco, a letra psicodélica de Green -Tinted Sixties Mind aborda basicamente sobre uma pessoa saudosista que se comporta com hábitos de uma época passada, fazendo isso parecer ser cool, mas sem saber que isso a consume aos poucos.

Nessa, Gilbert, principal compositor da obra, usa a conhecida técnica do tapping que Eddie Van Halen popularizou para fazer o riff principal que abre a canção. O baixista Billy Sheehan também se destaca por utilizar uma linha de baixo nas casas mais agudas encorpando e preenchendo a canção facilitando o ritmo para Pat Torpey entrar com precisão na ponte e refrão. Como diria o vocalista Eric Martyn, trata-se de uma canção muito peculiar.

Em entrevista recente para Igor Miranda do site Wikimetal, o guitarrista Paul Gilbert disse que quando lançou o disco estava muito animado não só pela qualidade do material e o quanto que o seu sucesso poderia fazer a banda crescer, mas falou também da possibilidade de “enfim arrumar uma namorada”.

CDFF – Lucky This Time

O prefixo que consta no título da música CDFF-Lucky This Time composta por Jeff Paris – que desde o primeiro álbum contribui com a banda – faz referência a algo bem mais subliminar que aos acordes ou ao compositor.

O prefixo é sobre Addicted to That Rush, o verdadeiro hit do álbum de estreia homônimo do Mr. Big. Aqui, ela é inserida com uma rotação bem rápida, sendo CDFF uma sigla para “Compact Disc Fast Forward” – uma referência ao playback rápido.

Quando começa de fato Lucky This Love contemplamos mais uma boa power ballad com um bom refrão e que utiliza de arranjos de blues para o solo e versos normais. Eric tem um destaque por mostrar todas as variações que sua voz rouca é capaz de executar com drives emocionantes.

Voodoo Kiss

Voodoo Kiss traz a parceria Marin e Andre Pessis em um blues quebradaço que valorizou bastante o baterista Pat Torpey. É a música mais diferente do álbum, diria até um pouco destoante que casou bem com Never Say Never que vem em sua sequência. Tem uma hora do break pós solo de Gilbert que é de tirar o folego, impacta bastante as brincadeiras de Sheehan para preencher o silêncio neste momento também.

Never Say Never

Essa é uma das música mais pesadas do álbum, parece ter sido encaixada para fazer parceria com Voodo Kiss. sua letra feita por Martin e os arranjos do canadense Jim Vallance aborda uma traição e mostra o eu lírico tentando entender tudo e clamando por uma segunda chance. Segue o típico molde das canções hard rocker oitentistas. Capitei aqui muita referência ao Whitesnake, até a forma de cantar de Martin emula um tanto David Coverdale pelos versos faltou só ter a palavra “love” aparecer no refrão.

Just Take My Heart

Seguindo o megahit do Mr. Big To Be With You, esta é uma canção muito pessoal escrita pelo vocalista Eric Martin com a ajuda de seu parceiro de composições, o já citado Andre Pessis. Em entrevista ao songfacts Martin explicou:

Just Take My Heart é sobre mim e minha primeira esposa. Stacey era o nome dela. Deitada na cama uma noite antes de nós dois seguirmos caminhos separados. Você poderia ouvi um alfinete cair, foi tão silencioso. Ela estava me deixando por outro homem.

Tranquilamente a segunda música mais linda do álbum e mais popular, o arranjo de guitarra é simplesmente maravilhoso e é o melhor trabalho vocal de Martin, o que faz sentido ao notar-se que ele se fez personagem dessa e de algumas das canções principais do disco, trazendo o sentimento certo para impostação de sua voz, em Just Take My Heart dá pra sentir a solidão e o choro interno do vocalista.

Just Take My Heart corresponde ao segundo single do álbum, que seria um dos pilares fundamentais para o sucesso e reconhecimento midiático da banda nos anos 90. A música foi lançada e atingiu a ótima 16ª posição na principal parada norte-americana desta natureza, conquistando a 26ª colocação em sua correspondente britânica.

My Kinda Woman

Essa faixa também é bem poderosa, traz o DNA do que houve de melhor dos sons hard rock dos anos oitenta, a cobiça pela mulher perfeita, a guitarra de Gilbert, o vocal forte de Martin que casaram lindamente nesse som junto ao baixo na pressão de Sheehan, o que justifica ser um número composto pelos três, fãs fervorosos do Free e Van Halen.

Sobre o processo criativos das faixas, em 2015 Martin explicou como funciona até hoje a criação das composições:

Bem, no começo todos nós escrevíamos juntos. Antes disso, descobri meu parceiro no crime, esse cara Andre Pessis. Ele e eu escrevemos desde 90’s – escrevemos centenas de melodias. Estávamos escrevendo letras e melodias, e Billy, Pat e Paul tocavam as músicas. Quando entramos no estúdio, havia centenas de ideias – coisas inacabadas, muitos riffs. E então eu e Andre basicamente cortávamos todas aquelas coisas, cortávamos, colávamos e tentávamos dar sentido.

Ok, logisticamente, eu moro na área da baía, em San Francisco, e os três caras moram em LA. Eles escreveriam centenas de ideias e depois as enviariam para mim. E algumas semanas depois eu diria “Ok, aqui estão cerca de três ou quatro de suas idéias para fazer uma música.”

Fizemos assim e então Andre e eu começamos a escrever nossas próprias canções. Todo mundo traz talvez uma ou duas músicas para a mesa, mas na maioria das vezes fazemos isso com centenas de ideias. Esses CDs são loucos. Nós os chamamos de “sniglets”. Ninguém entende.”

A Little Too Loose

Esse petardo blueseiro foi composto por Paul Gilbert. Tem essa introdução calma e então entra Martin e Pat Dorpey quebrando tudo. Tem uns vocais bem destacados também, alternando voz principal em drive com a voz de Gilbert bem grave, ambas em sincronia com o riff.

Road to Ruin

Essa tem dada como autoria todos os membros da banda. Traz o poder do hard rock com uma intro com os quatro cantando o refrão a capella e chamando a galera, mas apesar dessa faixa flertar com um estilo tradicional americano, o Mr Big de fato só ”bombaram” no Japão, onde são tratados como reis. Sobre isso o vocalista explicou:

Eles são um grupo de pessoas muito leais. Billy Sheehan estava indo para lá em 1988, 1989, dizendo às pessoas que ele tinha essa banda. Ele me encontrou primeiro, e então nós pegamos Paul Gilbert e Pat, ele estava basicamente lançando algumas bases. Fomos até lá, começamos a tocar em clubes e a fazer todos os tipos de entrevistas, assim como fazer campanha de divulgação convencional. E então nós meio que crescemos com essas pessoas. Estávamos indo para o Japão talvez duas vezes por ano durante 10 anos, depois 20 anos. Em 2011, fizemos nosso centésimo show lá, como um aniversário.

Eric Martin ao Songfacts, 2015

Pelos títulos da maioria desses trabalhos ao vivo, você já identifica o vínculo com a terra do Sol nascente: “Raw Like Sushi” (1990), “Raw Like Sushi II” (1992), “Japandemonium: Raw Like Sushi 3” (1994), “Live at Budokan” (1997), “In Japan” (2002), “Back to Budokan” (2009) e “Raw Like Sushi 100: Live in Japan 100th Anniversary” (2012) e por aí vai.

To Be With You

Agora é dado o momento para falar da música mais importante da carreira do MR.Big, a powerballad To Be With You. Uma das grandes canções de amor não correspondidas, ela tem uma história verdadeira por trás de sua criação. O vocalista do Mr. Big, Eric Martin, escreveu a faixa quando ele ainda era um adolescente – 16 ou 17 em sua estimativa. A garota era Patricia Reynolds, e ele estava chateado com ela.

Éramos amigos muito, muito próximos. Fiquei totalmente apaixonado por essa mulher. Ela era linda. Inteligente. Quer dizer, cérebro, beleza, quebrava paredes, me fazia rastejar de barriga como um réptil! Eu simplesmente amava essa mulher, mas ela só queria ser minha amiga. Ela teria muitos namorados e talvez interpretasse mal a promiscuidade por amor. Mas eu queria ser o cavaleiro de armadura brilhante. Isso é o que eu era, um cavaleiro de armadura brilhante. Mas basicamente, não molhei os pés. Eu escrevi sobre como eu teria feito qualquer coisa para ser apenas mais do que um amigo e um confidente.”

Essa música tem uma instrumentação bem sobressalente, principalmente um bumbo, violão e palmas. Este é um componente chave da música, pois acentua a letra tão comovente e ao mesmo tempo divertida pela sua simplicidade e repetição do refrão.

Eric Martin completou a música com David Grahame, um compositor ao qual sua editora contratou. Grahame tinha até aquele ponto um destaque por ter “interpretado” Paul McCartney no show tributo aos Beatles chamado Beatlemania. A demo em fita cassete que o vocalista fez para To Be With You já tinha uma veia folk; quando Grahame a ouviu, pensou na música Give Peace A Chance de John Lennon, que usa uma percussão improvisada e um refrão coletivo. Ele sugeriu que fizessem algo semelhante com To Be With You e funcionou, dando à música um som distinto que foi prolongado na história.

O sucesso da faixa foi sentido de imediato e quando ela saturou as ondas de rádio, o público mudou, com muito mais garotas vindo para seus shows e fazendo os fãs mais conservadores torcerem um tanto o nariz. O videoclipe foi muito bem na MTV, que na época ainda dedicava grande parte de sua programação aos vídeos. Foi dirigido por Nancy Bennett, que também fez o vídeo tributo ao Led Zeppelin Encomium e trabalhou na série de TV NewNowNext Music .

A música foi colocada por último no álbum e é celebrada tanto por Martin quanto pelo baixista Billy Sheehan que a categorizou: “Não pensamos nisso como um sucesso. Nós simplesmente amamos a música. Então, quando a tocamos, a colocamos por último no álbum, pensando, ‘O álbum acabou, os créditos estão correndo, este será o adeus final junto à fogueira. Todos assaremos marshmallows e cantaremos junto.

O Que disse a Mídia?

A verdade é que To Be With You foi maior do que o álbum e a banda nunca foi reconhecida nos EUA, então é difícil encontrar alguma matéria da Rolling Stone ou outra grande revista da época. Entretanto, muitos sites estão emocionados com o lançamento da edição festiva com a caixa de discos cheia de extras e raridades. Por isso, site de outros pontos do mundo e alguns especializados em metal e hard rock tem feito leves reviews com destaque para a feita pelo lendário Mike Lando.

A abertura te dá um chute no saco com uma das melhores músicas do Big de todos os tempos, “Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)” (ufa). O álbum começa com uma descarga de adrenalina direto para a cabeça. Por que a “Canção do exercício elétrico”? Porque começa com o som de Paul Gilbert e Billy Sheehan tocando seus instrumentos com furadeiras elétricas com palhetas coladas na broca! Em uníssono? Basicamente falsificando todo o “Quão rápido você pode tocar?” questão, a criatividade de Big faz deste speed rocker um destaque.

Mike Lando, 2013

Com ‘Lean Into It’, a banda conseguiu manter apenas o suficiente da força bruta do debut, enquanto adicionava um pouco mais de polimento ao som geral, as guitarras em particular tendo um tom mais agudo e poderoso. Eles também, de forma um tanto inacreditável, aumentaram as apostas na frente de composição também. Um ou mais membros da banda ajudaram a co-escrever todas as músicas do álbum e escritores peso-pesados ​​como Jeff Paris, Jim Valance e Andre Pessis foram trazidos para o passeio. O resultado é um álbum que, apesar de estar apenas em 49º lugar na lista dos ’50 melhores álbuns de Hair Metal de todos os tempos’ da Rolling Stone, é um clássico frio de rock e resiste ao teste do tempo incrivelmente bem. Assim, esta 30 º reedição de aniversário é a prova.

Andy Hawes, Metal Planet Music, 2021

Lean Into It corresponde ao segundo álbum da banda, que (na minha opinião) é o melhor álbum do grupo em sua carreira musical. Neste álbum, podemos encontrar um grande número de canções de hard rock e cana-de-açúcar, que projetam o talento e virtuosismo dos integrantes do grupo em suas diversas facetas. Além disso, encontramos baladas lindas e emocionantes, o que favoreceria o reconhecimento midiático do grupo da época.(…) estamos perante um extraordinário álbum de Hard Rock, que apresenta momentos magníficos de elevada qualidade, em contraste com os poucos momentos graves e aborrecidos ao longo da sua duração. Porém, o álbum seria lançado em um momento em que o interesse e a preferência musical estavam voltados para o Grunge, portanto, não poderia alcançar o lugar meritório que merecia dentro do cenário Hard Rock Mundial.

Manuel Mercado Alvarez, La Dimension Del Rock, 2013

Se olharmos para trás na carreira do Mr. Big , iremos, sem dúvida, reconhecer Lean Into It como o álbum que os catapultou para a vanguarda do hard rock mundial. A superbanda, formada há pouco tempo por 4 grandes músicos do mais notável estilo, cada um no seu instrumento, gerou as dúvidas que este tipo de união gera: “até onde vão os egos, como se combinará todo esse talento e vão traduzir em boas canções…?” Depois do primeiro trabalho, que foi bem recebido pela crítica especializada, mas que não chegou tanto ao público geral, fez este segundo lançamento virar um desafio neste sentido. Daria o álbum razão a quem pensava se tratar de uma banda artificial que não duraria muito ou os tornaria uma lenda; felizmente essa segunda casuística ocorreu.

Toni Lopes, Science Of Noise, 2021

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