Por Lucas Santos
Definindo uma ambientação digna de Type O Negative e Sisters of Mercy, e trazendo elementos do Heavy Metal clássico, obtemos a sensação de escuridão e atmosfera de contos de terror, conjunta com segmentos mais alegres e refrões fáceis de acompanhar pairando sobre cada faixa. E é muito graças ao equilíbrio perfeito entre os riffs de metal e caráter gótico.
Lucas Santos
Gravadora: Eisenwald
Data de lançamento: 10/5/2019

Um ano após o lançamento do EP Don’t Waste Your Time, o Idle Hands está de volta com Mana, seu álbum de estréia. Mergulhando de cabeça no heavy metal e rock gótico, o quarteto de Portland, Oregon, cria uma combinação firme e concisa muito interessante.
Não consideraria Idle Hands como um supergrupo, porém, os seus quatro integrantes são uma mistura de membros (ou ex-membros) de diversas bandas consideravelmente conhecidas, e também originárias de Oregon, como: Seveth Gate, Mania, Silver Talion, Spellcaster, entre outras.
Definindo uma ambientação digna de Type O Negative e Sisters of Mercy, e trazendo elementos do Heavy Metal clássico, obtemos a sensação de escuridão e atmosfera de contos de terror, conjunta com segmentos mais alegres e refrões fáceis de acompanhar pairando sobre cada faixa. E é muito graças ao equilíbrio perfeito entre os riffs de metal e caráter gótico.
Apesar da primeira faixa Nightfall, não ser original, e pouco inspirada e francamente entediante. As coisas melhoram significadamentes em Jackie. A partir daí, as coisas tomam mais corpo e chegam no seu ápice com o Give Me To The Night. Blade The Will é outro esforço incrível e Dragon, Why Do You Cry ? se assemelha a uma balada, e agrada bastante. Mas infelizmente, esse ápice não se mantém, e as outras faixas são apenas legais, nos dando uma sensação de falta de algo, não sei dizer o que exatamente.

Algumas faixas, como Don’t Waste Your Time tem um começo de guitarras limpas que se assemelham a Blue Oyster Cult, sempre seguidas de uma avalanche metálica e assustadora. Os vocais, transmitidos de forma gótica, também são apoiados por numerosas harmonias e sussurros, e oferecem uma performance muito carismática.
Falando em vocais, o grande divisor de águas do disco e da banda, é a voz de Gabriel Franco. Ela é bem grave, e faz com que o vocalista praticamente recite as letras – que tratam de temas mais obscuros como: suicídio e perda -De primeira, tive uma sensação estranha, mas ao longo das audições comecei a entender e num contexto geral, a voz encaixa muito bem em tudo que Idle Hands se propõe a fazer. Principalmente quando Franco solta gritos mais agustiantes e amedrontadores. Realmente sentimos seu envolvimento.
Uma das deficiências deste álbum é o trabalho de produção. Zack Ohren trabalhou em vários grandes álbuns de metal, mas aqui, não vemos o seu melhor. A sensação de vazio, e de que os instrumentos, principalmente o baixo, podiam ter um peso maior e serem mais incorpados, é nítida, e deixa algumas faixas menos interessantes, sem alcançar todo o potencial.
Mana é um álbum ousado e talentoso, que revela suas influências, e que satisfaz imensamente o seu nicho de mercado. A banda tem um imenso potencial para criar algo mais memorável no futuro, e embora esse não seja o trabalho final, é importante que fiquemos de olho nesses novatos.
Nota final: 7/10
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