Review: Vltimas – Something Wicked Marches In

Qualquer um dos artistas deste álbum pode ser chamado de estrela do programa, dependendo do seu gosto e ponto de vista, o que torna cada audição mais envolvente e reveladora do que a anterior.

Lucas Santos

Gravadora: Season of Mist
Data de Lançamento: 29/03/2019

Fiquei apaixonado por essa capa.

VLTIMAS é o novo e excitante projeto de metal extremo do ex guitarrista do Mayhen Rune “Blasphemer” Eriksen junto com o baterista Fio Mounier (Cryptopsy). Em pouco tempo, e com uma quantidade razoável de material, a dupla sentiu que precisava contactar um vocalista. O escolhido? David Vincent, o lendário ex vocalista da banda pioneira e crucial para o desenvolvimento do gênero death metal; Morbid Angel. Para tornar o álbum realidade foram necessárias algumas viagens. O trio começou a botar as primeiras idéias em prática em Georgetown, Washington D.C, foram para o estúdio caseiro de Rune em Portugal, passaram no estúdio caseiro do vocalista David no Texas e gravaram o material na Inglaterra. Ufa! Finalmente Something Wicked Marches In foi lançado dia 29 de março e a espera valeu a pena.

As 9 faixas realizadas em menos de 39 minutos são muito diretas e contínuas. Você pode ouvir influências de todas as bandas com as quais o trio já participou, mas certamente, sentirá que algo de diferente foi criado em Vltimas . Os riffs exigentes acompanhados pelo baixo e linhas vocais contagiantes inundam o álbum e há uma certa qualidade intangível na composição que os eleva ao mais alto nível.

Apesar da faixa Monolilith ser algo mais cadenciado e com ritmo mais desacelerado – ela foi lançada como single dia 1º de Março – o álbum carece de ter um destaque solo. Tudo é tão implacavelmente consistente que o problema é com a semelhança entre as faixas. Pegue o trio de abertura, Something Wicked Marches In, Praevalidus e Total Destroy. Elas não são a mesma música, mas os padrões nos riffs e batidas às vezes nos parece familiar. Se por um lado, esse tipo de estruturação garante a identidade da banda, por outro lado, mesmo os ouvintes mais atentos correm o risco de perder a noção do progresso durante o tempo de execução do álbum.

2018 © Tina Korhonen/ http://www.tina-k.com

A clássica atmosfera que Rune consegue criar com os seus riffs macabros e rápidos tomam proporções ainda maiores com o auxílio de Mounier. Uma máquina! Extremamente rápido e ágil e com um controle de bumbo duplo que impressiona. A atuação de Vincent é formidável, ele é um dos, senão o maior vocalista de metal extremo que já existiu. Qualquer um dos artistas deste álbum pode ser chamado de estrela do programa, dependendo do seu gosto e ponto de vista, o que torna cada audição mais envolvente e reveladora do que a anterior.

Something Wicked Marches In é um disco de death metal vital, sem remorso e moderno. No geral nos entrega um trio de figuras com um enorme talento e que embora não sejam totalmente inovadores, subvertem as expectativas da melhor maneira possível. Um dos melhores álbuns do gênero até então no ano de 2019.

Nota final: 7/10

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