Leitores do The Rock Life que nos acompanharam por todo esse tempo já tem o nome do nosso redator Roani Rock dentro da rotina, isso graças a resenhas de lançamentos e matérias do “Revisando Clássicos“.
Dessa vez, Roani aparecerá pela primeira vez de uma forma diferente; como nosso entrevistado. O motivo dessa oportunidade se deve ao fato de sua banda Vicejo ter lançado em dezembro seu primeiro single Amanhã É Dia e estarem preparando um EP com cinco músicas.
Além da entrevista, nosso redator e também vocalista e guitarrista da Vicejo, nos antecipou em um faixa-a-faixa tudo o que podemos esperar do novo trabalho que deve chegar nas plataformas digitais na metade deste ano de 2024. Então confira essa conversa que tivemos logo abaixo.
LS: Fala Roani, nos conte um pouco sobre o projeto da Vicejo.
RR: Vicejo é o meu projeto de vida, o significado da palavra é exuberância e vitalidade, mas também é a junção das primeiras sílabas do nome dos meus sobrinhos: Vinicius, Cecília e João. Sacada que a minha mãe teve enquanto eu estava buscando um nome para banda não ser um projeto com meu nome apenas, preciso dar esse crédito a ela.
LS: E nos conte um pouco mais sobre a banda, a quanto tempo estão juntos?
RR: A Vicejo se formou em 2019, no Rio de Janeiro, comigo nos vocais e violão de doze cordas, o baterista Lucas Ferreira e Victor Slaib que toca em uma guitarra de 7 cordas. Nos conhecemos no colégio ICE em 2005 e a amizade se perpetuou ao ponto de minha primeira banda ter sido com o Slaib. Entretanto, em 2022 foi formado o quarteto definitivo com a chegada de André Falcão no baixo com quem toquei na banda São Rock.
LS:Que tipo de som vocês fazem e quais são as referências?
RR: Trazemos a união do Folk Rock, do Britpop e da Dance Music, no que classifico como “folk rock dançante”, mas quando fazemos uma versão totalmente com guitarras, encarnamos numa versão Power Pop.
Temos como grandes influências o Oasis, Foo Fighters, Blind Melon, Neil Young, a banda de J Rock L’Arc~en~Ciel, Pink Floyd, Barão Vermelho e Beto Guedes. Bandas que vira e mexe homenageamos nos shows.
LS: Vi pelas redes sociais da banda que o primeiro single de vocês tem muitas referências da Cultura Pop, isso é verdade?
Sim, a música tem uma letra simples, é um “sextou“! Mas muito de sua estrutura melódica e algumas frases foram inspiradas em séries, animes e outras canções populares.
A música traz um pouco de How I Met Your Mother, Naruto, Skank, Red Hot Chili Peppers, LS Jack e até frases populares como “terapia em dia“. Gostei muito de brincar com essas coisas, foi bem divertido! Recomendo escutarem o som e verem algumas das curiosidades comentadas em uns vídeos nas nossas redes sociais.
LS: Fato que a sonoridade do som de vocês é “bem britânica”, podemos esperar mais disso no futuro EP?
RR: Certamente! Na banda temos uma variedade de influências e gostos musicais. O Ferreira vem do soul e R&B, o Slaib é um guitarrista que tem mais foco no metal na hora de compor, por muitos anos tocou numa banda cover de System Of Down e curte J Metal/metal japonês. Já o André tem origens mais pegadas no Stoner e o que é conhecido como Classic Rock dos anos 70.
Mas, como sou eu que componho as músicas e tenho mais apego por essa onda do som inglês dos anos 90, a banda termina criando um arranjo com suas próprias influências ao meu som, que é bem cru e simples.
LS: Qual é o nome do EP? será que poderemos ter essa info em primeira mão?
Claro! O nome do EP é Uma Chance (Pode Ser A Única da Vida!)
E o que você pode falar das faixas?
Vão ser 4 faixas novas e uma surpresa. São músicas que compusemos em 2023 enquanto rolava a gravação de Amanhã É Dia logo depois que vi a série Daisy Jones & The Six. As temáticas vão de luta contra a depressão, autodescobrimento, amor e gratidão. São letras que apesar de serem bem pessoais, podem ser abrangentes para todos.
FAIXA-A-FAIXA
Para não perder o hábito, Roani preparou o faixa-a-faixa do EP para ficarmos com água na boca para escutar.
Flashs Coloriram Meu Luto
É uma música que traz dois personagens que foram afetados negativamente pela pandemia da Covid. Um músico que perdeu a possibilidade de compor mediante a tantas tragédias dia após dia e o outro personagem é um cara puto com o governo que estava no poder na época.
O título e o refrão da música foram tirados de uma frase presente na publicação que o médico Thales Bretas, ex-marido de Paulo Gustavo, fez após completar uma semana da morte do comediante. Esteticamente, a melodia funciona como se o The Who tivesse encontrado o U2, porque pensamos justamente na banda irlandesa na introdução, e o riff poderoso é da mesma laia da escola Pete Townshend.
Tem Que Ser Agora
Uma tentativa minha de fazer um funk rock. Fui muito inspirado na música Up On Cripple Creek da The Band e algumas do Black Crowes. O maior destaque aqui é a batera do Ferreira.
Sua Felicidade Também É A Minha
Considero a melhor música que já escrevi. É uma conversa de filho com mãe, mas pode ser ressignificada como uma declaração de gratidão para alguém que foi muito importante para você, e a certeza de que em algum momento vocês naturalmente vão ter que se separar por conta do ciclo natural da vida; a morte. A melodia foi muito inspirada por bandas de rock japonesas e pelo Led Zeppelin, Kashimir especificamente.
Alivia (Potência Máxima)
A faixa é totalmente inspirada em Daisy Jones & The Six e aborda como principal tema a depressão, funcionando como uma reação à doença. Odeio o termo, mas é uma faixa de autoajuda. Sua melodia é “toda quebrada“, a ponte e o refrão foram feitos pensando no Fleetwood Mac, numa estética bem pop, com um final explosivo cheio de solos de guitarra.
Com isso finalizo garantindo que vocês terão em audição algo de qualidade com letras que retratam o cotidiano. Melodicamente agradável a todos que curtem rock e todas as nuances que o estilo que amamos pode proporcionar. Vai ser gravado pelo mesmo produtor de Amanhã É Dia, Rafael Lima, então se vocês gostaram dessa mix, vão ter a mesma qualidade a disposição no EP que deve chegar entre julho ou agosto, mas se tudo der certo vai chegar até antes.