Revisando Clássicos: Saturday Night Fever Soundtrack

Por Roani Rock

Bem vindos a mais um revisando clássicos, aqui analisamos discos atemporais que, de alguma forma, marcaram a história da música de maneira revolucionária. Traremos uma introdução ao álbum contando fatos que o fizeram importante para a carreira da banda, um faixa-a-faixa e, por fim, citações das principais mídias especializadas em reviews. O álbum de hoje é a trilha sonora do controverso filme que definiu a era disco e que trouxe a fama definitiva para o Bee Gees, a trilha sonora do Saturday Night Fever.

INTRODUÇÃO AO ÁLBUM

O ano é 1975 e o os caminhos traçados pelo Bee Gees os encaminhou a produções cinematográficas com o novo som que estava na crista da onda, a música disco. Esse estilo que começou a ser testado nos anos sessenta por grupos como Sly and The Family Stone e Earth Wind And Fire se consolidou nos anos setenta e com uma forma de apropriação desse som americano, o Bee Gees encontrou seu estilo. Com a dançante Jive Talkin’ conseguiram pela segunda vez chegar na primeira posição dos Estados Unidos e com a música Nights on Broadway eles deram o primeiro gostinho, através de uma melodia mais pro soul, que algo novo estava sendo explorado pelos quatro irmãos, dando o destaque principal ao falsete usado por Barry Gibb na parte “Blaming it alls“, tal feito foi revolucionário e o que levou a banda a iniciar a produção de canções para essa especial voz e estilo musical.

Chegado o ano de 1976, foram 2 discos inteiramente dedicados a power ballads e ritmo dançante, criando a partir dai o “Miami sound” que já vinha sofrendo um desgaste. Entretanto, com You Should Be Dancing explodiram e passaram a ser tocados em todas as boates e dance clubs. O terceiro hit deles a ficar em primeiro nas paradas foi o verdadeiro pulso e ponto de partida para Saturday Night Fever já que possibilitou o público segregacionista branco a conseguir dançar algo que só era apreciado pelos negros e pelo público LGBTQI+. Eles conseguiram agradar a todos! O efeito foi tão imediato que mobilizou empresários da indústria da música a investir no estilo e até na mudança comportamental em politicas públicas.

Nicky Siano, um DJ da época de ouro da disco, mencionou no documentário The Bee Gees: How Can You Mend A Broken Heart de 2020 o quanto aquele som possibilitou até mudanças de lei severas como a intolerância a ver duas pessoas de mesmo sexo dançando juntas e o público de raças diferentes estarem divididos em certos locais, devido ao extremo sucesso de trabalhos como o do Bee Gees e da galera presente na trilha sonora que incluía artistas negros, os políticos tiveram que “liberar geral“.

Estávamos gravando nosso novo álbum no norte da França. E havíamos escrito e gravado cerca de quatro ou cinco canções para o novo álbum quando [Robert] Stigwood ligou de Los Angeles e disse: ‘Estamos montando um pequeno filme de baixo orçamento chamado Tribal Rites of a Saturday Night . Você teria alguma música em mãos? ‘, E nós dissemos,’Olha, não podemos, não temos tempo para sentar e escrever para um filme‘. Não sabíamos do que se tratava.

Robin Gibb

O envolvimento dos Bee Gees no filme não começou até a pós-produção. Esse álbum foi a terceira participação da banda em uma trilha sonora, o que veio a se tornar algo muito recorrente pra eles. Mas é interessante ver que eles eram reticentes a participar do Saturday Night Fever e que se quer estavam nos planos inicialmente da produção. Por exemplo, os produtores pretendiam usar a música Lowdown de Boz Scaggs na cena de ensaio entre Tony Manero (John Travolta) e Stephanie (Karen Lynn Gorney) no estúdio de dança, mas a gravadora não liberou a canção.

 A trilha sonora foi lançada em 15 de novembro de 1977. É um dos álbuns mais vendidos da história e continua sendo a segunda trilha sonora mais vendida de todos os tempos, depois de The Bodyguard , vendendo 40 milhões de cópias em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o álbum foi certificado 16 × Platinum para remessas de pelo menos 16 milhões de unidades. Permaneceu no topo das paradas por 24 semanas consecutivas de janeiro a julho de 1978 e permaneceu nas paradas da Billboard por 120 semanas até março de 1980. No Reino Unido, o álbum passou 18 semanas consecutivas na primeira posição.

FAIXA-A-FAIXA

Um faixa-a-faixa se torna conveniente, seguiremos a ordem numérica já que elas todas tem sim a sua importância, não só em termos mercadológicos, mas também para a história das bandas envolvidas.

Stayin ‘Alive

A canção mais emblemática do Bee Gees estava entre as cinco que já vinham sendo trabalhadas antes do filme como bem colocou Robin em sua declaração. Esta reproduziu os créditos de abertura do filme de 1977, Saturday Night Fever, enquanto John Travolta desfila pelas ruas de Nova York. O filme passou a representar a era disco e todos os dramas de adolescentes entrando na vida adulta no meio da década de setenta em diante.

Stayn Alive tem um poder próprio e particular e teve certas peculiaridades para fazer parte da trilha. Robert Stigwood pediu uma canção chamada Saturday Night, mas os Bee Gees não queriam saber desse título, já que muitas outras canções, incluindo uma muito popular dos Bay City Rollers, tinham esse nome. Stigwood objetou quando ouviu que a música se chamava Stayin ‘Alive, mas o grupo disse a ele que se ele não gostasse, eles usariam a música em seu próprio álbum.

O que mais impacta nessa música além de sua letra forte e o booguie da percussão e batera é o baixo pulsante e o falsete bem agudo de Barry Gibb aliado as vozes do irmão Robin e Maurice no refrão, eles sabiam muito bem que estavam criando um frenesi selvagem de ritmo acelerado. “Quando a estávamos escrevendo, pensamos que devíamos imitar o coração humano”, explicou Robin Gibb em The Art of Noise: Conversations with Great Songwriters, de Daniel Rachel . “Pegamos Blue Weaver, que era o tecladista na época, para se deitar no chão, colocar eletrodos em seu coração e colocá-lo na sala de controle. Depois, pedimos ao baterista para tocar o batimento cardíaco. Fomos as primeiras pessoas no mundo fazer um loop de bateria baseado nisso.

How Deep Is Your Love

 Robert Stigwood é o cara responsável por ter convencido os Bee Gees a participar do projeto do filme, solicitando canções. Eles cederam agradecendo enfim o convite e deram-lhe cinco canções, uma das quais era How Deep Is Your Love. Esta faixa foi escrita principalmente por Barry Robin e Maurice Gibb . Mas vale frisar que Barry elaborou a melodia com o tecladista Blue Weaver , embora ele não seja oficialmente creditado como compositor aqui. 

Certa manhã, estávamos apenas eu e Barry no estúdio. Ele disse: ‘Toque o acorde mais bonito que você conhece‘, e eu simplesmente toquei. Depois disso o que aconteceu foi que tocava os acordes e ele dizia: ‘ Não, não aquele acorde“, e eu continuava dedilhando o piano e ele dizia:” Sim, esse é bom” e partíamos daí. Em seguida, tocava outra coisa – às vezes, seguindo a linha da melodia que ele já tinha e às vezes eu provavelmente levava para outro lugar incluindo o que já tinha apresentado.

Blue Weaver

A banda em 1983 foi acusada de plágio pelo músico Ronald Selle por seu hit Let It End. Entretanto, a causa foi ganha pelo Bee Gees já que o músico não apresentou provas contundentes como era exigido por lei, já que os Bee Gees não tiveram acesso prévio à sua música. O próprio Selle admitiu que enviou sua fita demo apenas para algumas gravadoras, nenhuma das quais fazia negócios com os Bee Gees.

How Deeps Is Your Love particularmente é uma das baladas que considero mais bonitas já compostas, é exatamente o que se pede quando se é clamado para ouvir uma “boa música”. Não há defeitos em sua composição e como abordado, ela foi a que precisou ser mais trabalhada na hora de sua gravação, sofreu realmente uma superprodução, mesmo tendo a questão de Barry ser a voz a frente deixando as vozes de seus irmãos meio que em segundo plano, é evidente que até isso foi uma decisão acertada.

Night Fever

Eles convenceram Stigwood a mudar o título do filme para Saturday Night Fever por conta da faixa Night Fever que foi composta antes do convite para criar a trilha sonora. Robin Gibb no Observer Music Monthly janeiro de 2008: “A ideia do filme que se tornou Saturday Night Fever começou quando nosso empresário, Robert Stigwood, viu um artigo na revista de Nova York intitulado ‘Tribal Rites of the New Saturday Night’ por Nik Cohn, falando sobre adolescentes indo a competições de dança(…)  Também foi ideia nossa chamá-lo de Saturday Night Fever, porque as competições eram no sábado e já tínhamos a faixa ‘Night Fever’.”

A introdução de cordas da faixa foi inspirada em Theme from A Summer Place de Percy Faith , de acordo com o tecladista Blue Weaver quando ele a tocava em uma manhã nas sessões e Barry Gibb entrou e ouvindo teve a nova ideia para a composição.

O engenheiro Karl Richardson por precaução copiou alguns segundos da bateria de Night Fever, cortando pedaços de fita e colou as pontas, depois colocou de volta em um gravador por um arranjo improvisado para criar uma nova faixa de bateria já que o baterista Dennis Bryon não compareceu à gravação de Stayin ‘Alive. Está é mais uma canção emblemática por conta do seu ritmo pulsante, funkeado e letra genial trazida pela parceria dos irmãos Gibb.

More Than a Woman

A trilha sonora inclui duas versões para More Than a Woman – uma dos Bee Gees e outra dos Tavares, ambas as versões também aparecem no filme. Tavares é um grupo americano de R&B, funk e soul music composto por cinco irmãos de origem cabo-verdiana, conhecido nos anos 70 por justamente fazer versões reimaginadas para os sucessos da época, como no caso de She’s Gone do Hall & Oates.

 A canção foi gravada e interpretada por vários artistas de diferentes formas. A canção com os irmãos Gibb não foi lançada como single nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas apenas em alguns outros territórios (na Itália alcançou o número 4 em setembro de 1978). Claro que a versão do Bee Gees é a definitiva, mas particularmente acho a versão do Tavares mais interessante, pela forma mais “latina” de fazer o ritmo dela soar; bem mais acelerado, com swing e a flauta bem marcante.

If I Can’t Have You

Os irmãos Gibb escreveram as canções “virtualmente em um único fim de semana” no estúdio Château d’Hérouville, na França. O estúdio é famoso por ter sido onde Elton John gravou seu álbum Honky Château que possui simplesmente Rocket Man. A primeira música que eles gravaram foi a melancólica If I Can’t Have You, eles tiveram a ideia de apoiar uma artista que estava começando a trilhar seu caminho e já que o produtor Robert Stigwood boicotou a versão dela para How Deep Is Your Love, eles garantiram que Yvonne Elliman pudesse eternizar sua voz em If I Can’t Have You, que foi usada no filme e lançada em novembro de 1977. O Bee Gees lançou sua própria versão da música como lado B para Stayin Alive, mas não emplacou tanto quanto as outras cinco canções.

A Fifth of Beethoven

Não chega a ser uma aleatoriedade essa música tão importante da música clássica estar na trilha sonora de Saturday Night Fever, principalmente se colocar no contexto da cena em que é inserida e por ter ganho essa repaginada dance com forte presença do baixo e batera. Diria que é uma das maiores ondas psicodélicas que se pode ter sem o uso de drogas, basta escutar os naipes de sopro e o teclado moog brincando enquanto a orquestra conduz tudo.

Essa corajosa e arriscada versão foi promovida por Walter Murphy com o apoio da The Big Apple Band e é uma das únicas músicas do álbum que não possui envolvimento do Bee Gees. Por conta dessa música Murphy conseguiu alçar voos grandiosos se tornando alguém influente no ramo das trilhas para tv e cinema,  incluindo The Tonight Show com Johnny Carson , The Savage Bees , Stingray , Wiseguy , The Commish , Profit , Buffy the Vampire Slayer , Looney Tunes e How Murray Saved Christmas. Ele tem uma parceria de longa data com Seth MacFarlane , compondo música para seus filmes e programas de TV, como Family Guy , The Cleveland Show , American Dad! Ted e Ted 2 .

Manhattan Skyline

A faixa instrumental de David Shire, renomado compositor da broadway,é bem impactante pela potente presença orquestral, certamente uma superprodução que dispensa comentários. Se o filme ganhou em algo além de apresentar os maiores hits da história do Bee Gees e um dos melhores trabalhos como ator de John Travolta, foi trazer o que de mais dinâmico e rico se tinha da música disco lançado até então.

Calypso Breakdown

Ainda na linha do ponto colocado anteriormente, vale ressaltar que o filme apresentou vários nomes da música que talvez se quer seriam citados em outros momentos e que com sigo trouxeram a tona outros gêneros ligados a cultura e dança de outros países. Esse é outro ponto deste investimento da música, a partir do momento que Calypso Breakdown surge, o nome de Ralph MacDonald fica merecidamente popular.

Conhecido o músico até já era por ter feito parte da banda Steelpan, por em 1971 ter gravado com Roberta Flack o hit Where Is the Love, escrita por ele e Salter. Um dueto com Donny Hathaway ganhou um Grammy de Melhor Performance Pop por um Duo ou Grupo com Vocal. Ele gravou também You Need More Calypso, escrita por William Eaton para articular como ele sentia que “o mundo da música poderia se beneficiar mais com o gênero que sua terra natal havia dado”.

Night On Disco Mountain

A música que abre o segundo disco de Saturday Night Fever foi composta por David Shire o que é simbólico, porque a sua faixa termina ficando dançante até com toda a atmosfera de tensão, tal feito realmente necessita de ser aplaudido. Ele foi um compositor americano que se dedicou inteiramente a trazer qualidade numa ótica até futurista em sua obra com peças de teatro musical e de bandas sonoras para filmes e televisão.

Open Sesame

Essa música já é um clássico não declarado, porque vem de uma das bandas predecessoras do dance, os maravilhosos Kool & The Gang. Quando ela surge no filme dá pra sentir o quanto ela é Funky e vem por parte de um dos maiores expoentes da Disco Music, se o filme trata sobre o gênero era indispensável ao menos um som deles na trilha.

Jive Talkin

Mais uma do Bee Gees, essa foi lançada antes do filme e como foi dito no início da matéria foi importante para instituir o estilo “Miami Sound“. Ela foi chamada de “Drive Talking” em seus estágios iniciais, mas o produtor Arif Mardin sugeriu a mudança para “jive” para tocar as sensibilidades dos adolescentes – “Jive talkin‘ ” é uma gíria. Barry Gibb foi o principal feitor da canção, ele baseou a melodia no som chunka-chunka-chunka de um carro rolando sobre uma ponte que cruza a baía de Biscayne, perto de Miami. Depois foi só encontrar as palavras para cantar na melodia, virou a segunda canção número 1 deles nos EUA e no mundo e a primeira da era disco da banda.

Esta foi uma música de retorno para o grupo. Eles tiveram muito sucesso como cantores contemporâneos no final dos anos 60 e início dos 70, mas os dois álbuns que eles lançaram antes do Main Course fracassaram e parecia que suas carreiras haviam acabado. Sabendo que um novo single dos Bee Gees seria recebido com ceticismo por programadores de rádio, sua gravadora enviou singles promocionais para estações com gravadoras brancas, sem dar nenhuma indicação sobre o nome da música ou de quem era. O plano funcionou: a música foi adicionada às playlists e reviveu a sorte do grupo.

You Should Be Dancing

O Bee Gees passou a americanizar seu som quando começou a frequentar sua gravadora Atlantic records residida em Miami, mas em 1974 quando moravam perto da Ilha de Man (cidade onde nasceram) já vinham procurando elementos que moldaram seu som para o restante da vida, a compra de sintetizadores e moogs.

Essa música foi mais uma a alcançar os charts americanos na primeira colocação, em setembro de 1976, tornando-se um dos maiores sucessos disco da época. Quando o filme Saturday Night Fever chegou aos cinemas em dezembro de 1977, a música foi usada em uma cena famosa do filme em que John Travolta assume a pista de dança – uma escolha apropriada, já que a música é especificamente sobre isso. Travolta foi responsável direto por sua inclusão, ele se preparou para o filme Saturday Night Fever praticando seus passos de dança ao som dessa música. Quando os produtores disseram a ele que Night Fever seria usada para a sequência para a qual ele estava praticando, Travolta insistiu que You Should Be Dancing fosse usada em seu lugar.

Um fato interessante dessa música é que Stephen Stills do Buffalo Springfield e do super-grupo Crosby, Stills e Nash tocou percussão nesta faixa. Ele lembrou ao The Independent em 17 de agosto de 2013: “Estávamos no estúdio ao lado fazendo um álbum da CSN e David (Crosby) estava cheio de si dizendo que estavamos criando o que seria o álbum do ano. Então eu disse,” Não não meu caro, esse que vai ser o álbum do ano está sendo gravado do outro lado do corredor.” Isso porque eu tinha ouvido algumas daquelas coisas do Saturday Night Fever e sabia que era totalmente único e seria um monstro. Então, toquei timbales e por um longo tempo esse foi o único disco de platina que tive.

Fiquem com a cena espetacular da dança de John Travolta coreografada por Deney Terrio, apresentador do programa de TV Dance Fever .

Boogie Shoes

K.C. and Sunshine Band foi outro grupo de R&B que marcou bastante a fase da disco music. Boogie Shoes é pura descontração. Estruturalmente, ele usa a progressão de acordes de blues de dezesseis compassos. Tal como acontece com várias canções disco de KC, algumas das letras são sugestivas: “Eu quero fazer isso até o sol raiar / Eu quero fazer isso até não me cansar.”

Ela se tornou correntemente usada em produções cinematográficas, além de Saturday Night Fever, a canção é apresentada em vários outros filmes, incluindo No Escape (1994), Mallrats(1995), Boogie Nights (1997), Detroit Rock City (1999), The Wedding Date (2005), bem como na série de televisão Sports Night , Desperate Housewives (ambos, coincidentemente, com a estrela Felicity Huffman dançando ao som ), Flash Forward e Pose .

salsation

Como já deixa estampado no título, essa música explora um outro tipo de música que foi adaptada a disco. David Shire pegou o ritmo cubano da salsa e o transformou de uma forma bem criativa com bela orquestração quase entrando numa onda Jazz, mas ai entra a percussão e a flauta aliadas ao piano tornando familiar ao gênero, o que numa dança da pra abusar de improvisos – como ocorre na cena do filme, o que causa estranheza para John Travolta.

K-Jee

Esse som do M.F.S.B. é mais um estouro disco bem swingado que flerta bastante com o funky. É uma canção 1971 pelo americano soul e do funk da banda The Nite-Liters. Escrita por Harvey Fuqua e Charlie Hearndon, ela alcançou a posição 17 em 1971 na parada de R&B da Billboard dos EUA e em 39 na Billboard Hot 100 .

Disco Inferno

Pra finalizara essa maravilha potente do The Trammps que foi o único número 1 do álbum sem o envolvimento do Bee Gees, o que certamente mostra o quanto a música é forte e divertida. A música foi gravada originalmente em 1976 e lançada como single. Foi supostamente inspirada em uma cena do filme de grande sucesso de 1974, The Towering Inferno .

 De acordo com Tom Moulton, que mixou o disco, a redução de ruído Dolby foi configurada incorretamente durante a mixagem das faixas. Quando o engenheiro Jay Mark descobriu o erro e o corrigiu, a mixagem tinha uma faixa dinâmica muito mais ampla do que era comum na época. Devido a isso, o disco parece “saltar” para o ouvinte. Quando foi colocada na trilha do Saturday Night Fever ganhou um reconhecimento muito maior por ter tido a versão de 10: 54 minutos incluída ao invés da compactada para a rádio. Relançada pela Atlantic Records , a faixa alcançou a posição número 11 nos Estados Unidos durante a primavera de 1978, tornando-se o maior e mais conhecido single de The Trammps.

O Que disse a Mídia?

Essa é simplesmente a segunda trilha sonora de filme mais bem sucedida e só perdeu o pódio de disco mais vendido para o Thriller do Michael Jackson nos anos 80. Todavia, muitos jornais e revistas tacharam o Bee Gees de vendidos e o público mais ligado a representatividade acusou a banda e o filme de usurpar do estilo disco e não respeitar as origens dele do gueto negro americano e boates clandestinas gays. Todavia, assino embaixo a fala de Alexis Petridis em sua resenha no The Guardian sobre o álbum em 2011: “Além das faixas dos Bee Gees em seu núcleo, Saturday Night Fever não fez nada mais ultrajante do que segurar um espelho para a discoteca em seu apogeu.

O filme arrecadou mais de US $ 3 milhões no primeiro fim de semana, eventualmente chegando a US $ 237 milhões; tornou-se o quarto filme de maior bilheteria de 1977. O álbum da trilha sonora incluiu seis nº 1 dos EUA e liderou as paradas por 24 semanas nos EUA, 18 semanas no Reino Unido.

O documento mais popular da era Disco, na época de seu lançamento, também foi um dos menos representativos: Saturday Night Fever é disco para homens brancos heterossexuais. Um fenômeno de 30 anos atrás, o filme B de John Badham e sua trilha sonora em LP duplo não só fez de John Travolta uma estrela, mas levou a música para fora das discotecas gays e boates negras para o brilho do mainstream.(…) Com sua melodia instrumental sinuosa e batida furtiva, a primeira fixa do álbum “Stayin ‘Alive” é toda arrogante, mesmo separada do passeio de Travolta pelos créditos, e “Night Fever” e “You Should Be Dancin'” têm uma urgência que faz a dança parecer como um imperativo de vida ou morte. Sua porção da trilha sonora forma um pacote de sucessos condensado que poucas bandas da época podem competir.

Pitchfork, 2007

A “febre” começa a diminuir quando, após uma hora inicial repleta de alto astral e música jubilosa, ele se acomoda para contar sua história; o efeito é tão desanimador que é quase como se outra segunda-feira tivesse rolado e fosse hora de voltar ao trabalho.

The New York Times, 16/12/1977

lançado em 16 de dezembro de 1977, Saturday Night Fever foi o filme que quebrou a discoteca em ambos os sentidos: popularizou e desenvolveu a forma ao mesmo tempo que congelou uma subcultura vibrante e criativa. O Saturday Night Fever tornou a discoteca onipresente em 1978. Tornou-se uma moda passageira – com a reação inevitável.

Jon Savage, The Guardian 2011

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