A trinca inicial: Good To See You Again, Gonna Be Alright e Shut Up & KissMe é arrebatadora. Grande músicas em sequência que deixam qualquer fã com os olhos brilhando e um sorriso no rosto de imediato.
Lucas Santos
Gravadora: Frontiers Records
Data de lançamento: 10/05/2019

Um dos álbuns mais aguardados do mês de maio pela The Rock Life enfim chegou. David Coverdale ataca novamente a frente de sua banda, ou projeto solo, como preferir, Whitesnake. Quatro anos após o seu último lançamento, The Purple Album, o vocalista disse, durante a fase de gravação e produção que Flesh & Blood seria “o melhor álbum do Whitesnake.” E ainda completou “Eu sei que é clichê, mas sei do que estou falando”. Bem, ser o melhor álbum da banda é uma tarefa muito difícil, mas será ele consegue se sobressair entre os últimos lançamentos que não fizeram tanto sucesso? A resposta vem aqui em baixo.
Apesar de ser conhecido por suas milhares de mudanças no lineup, o Whitesnake, mantém os mesmos músicos do último trabalho de estúdio. Guitarristas Rob Beach e Joel Hoekstra, baixista Michael Devin, baterista Tommy Aldridge e tecladista Michele Luppi. Aqui, podemos perceber que a banda aprendeu com alguns erros cometidos em 2015. Somos presenteados com um álbum mais sólido, cheio de feeling, solos hamônicos e grande vocal de Coverdale.
A trinca inicial: Good To See You Again, Gonna Be Alright e Shut Up & Kiss Me é arrebatadora. Grande músicas em sequência que deixam qualquer fã com os olhos brilhando e um sorriso no rosto de imediato. Always & Forever deixa as coisas mais calmas e harmoniosas, a faixa segue mais os caminhos de clássicos como Is This Love e etc. Entre o meio e o fim, o álbum perde força. Trouble Is Your Middle Name, primeiro single, é tão bom quanto as primeiras músicas, mas as faixas seguintes são menos empolgantes, ainda são boas e divertidas, porém inferiores a trinca inicial.
Com 13 faixas no total, poderia haver um enxugamento de duas ou três, assim teríamos um álbum mais compacto e direto. Com a adição de músicas que não são impactantes durante a audição, chegar até o fim se torna uma jornada mais cansativa. As coisas melhoram com Get Up, faixa mais alegre e cheia de feeling, e Afterall, que contém uma passagem acústica muito bonita. Sands of Time traz uma atmosfera egípicia, algo diferente que encaixa com certa competência. Fecha o álbum de uma maneira muito agradável, mas no fim, ficamos com a sensação de que há buracos que foram tapados de qualquer jeito.

Um dos grandes triunfos de Flesh & Blood é a produção. Podemos sentir a pressão das guitarras, bateria e baixo mas sem perder a nitidez e singularidade de cada nota, dando o peso necessário a cada música e sem perder a melodia característica que marcou a banda ao longo dos anos. Ela só não e perfeita porque, apesar de captar muito bem a voz de Coverdale, que tem uma grande performance durante todo o álbum, as vezes podemos notar uma quantidade desnecessária e exagerada de reverb, deixando os vocais menos crus e muito artificiais, exemplo da excelente balada When I Think Of You (Color Me Blue), fato que incomoda e é facilmente perceptível.
No fim, o resultado final é mais que satisfatório. Sermos contemplados com uma pérola dessas no meio de 2019, de uma das bandas mais importantes do Hard Rock é de se tirar o chapéu. Flesh & Blood é tudo aquilo que podemos esperar de um bom álbum do Whitesnake. Letras de duplo sentidos, vocais arrebatadores, solos de guitarra, riffs memoráveis e refrões que grudam na cabeça facilmente. E não, não temos nenhuma música com “Love” no título.
Ele pode ser colocado ao lado dos melhores álbuns da banda? Talvez não, mas certamente é o melhor desde Slip of the Tongue em 1989, e um prato cheio para os fãs da banda e de Hard Rock.
Nota final: 7,5/10
3 comentários sobre “Review: Whitesnake – Flesh & Blood”