Review: Beartooth – The Surface

O álbum reflete muito esse estado. Aliás, os cinc singles lançados previamente Doubt Me, Riptide, Sunshine!, Might Love Myself e The Better Me – que tem participação do artista country HARDY, trazem uma vibe muito mais alegre à sonoridade do grupo, juntamente da sua raíz pesada do hardcore.

Lucas Santos

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Gravadora: Red Bull Records
Data de lançamento: 13/10/2023

Gênero: Hardcore Melódico
País: Estados Unidos


Certamente uma das resenhas mais diferentes feitas aqui no blog. Ao longo dessa vida de resenhas nos últimos 5 anos aqui de The Rock Life, tive oportunidade de acessar vários álbuns de forma antecipada, mas com The Surface, foi a primeira vez que escutei antes do público geral e tive a oportunidade de conversar com o principal membro da banda para falar, não so do novo trabalho, mas também da carreira do Beartooth como um todo.

Já deixo avisado logo de cara que Beartooth é uma das minha bandas favoritas da vida, mas desde o lançamento de Below em 2021, a banda passou por um mudança enorme de identidade, não só visual, mas também em seu som. Eles sempre alinharam a atitude e agressividade do hardcore com melodias muito cativantes e pegajosas, sempre abordando temas mais profundos, com ênfase grande na saúde mental.

Caleb Shomo, vocalista e principal compositor (o dono da banda) sejamos sinceros, diz que The Surface é a extensão de um estilo de vida que adquiriu no meio da pandemia. Sóbrio, se exercitando regularmente e muito mais sadio em questões de saúde mental, afirma que buscar sua felicidade diariamente virou sua maior obsessão. O álbum reflete muito esse estado. Aliás, os cinc singles lançados previamente Doubt Me, Riptide, Sunshine!, Might Love Myself e The Better Me – que tem participação do artista country HARDY, trazem uma vibe muito mais alegre à sonoridade do grupo, juntamente da sua raíz pesada do hardcore.

Meu grande “medo” era que o Beartooth abusasse demais da veia pop e “alegre” e acabasse se perdendo em sua nova identidade. Felizmente, esse não é o caso. A faixa de abertura, auto intitulada é um belo cartão de visitas que mistura o Beartooth mais raíz com essa nova faceta. Look The Other Way é a faixa “clean” e a “balada” do álbum. Belíssima e com uma das melhores letras já escritas por Caleb até então.

No mais, o álbum é muito agradável, de fácil audição e empolgante em diversos (e quase todos) momentos. Talvez ele seja um pouco polido demais para o meu gosto. Sinto fanta de um som um pouco mais cru com uma abordagem mais orgânica como em Agressive (2016) e Disgusting (2014), mas essa é só uma questão de gosto bem pessoal, e acredito que dificilmente eles vão mudar. No mais, não tenho nada mais a reclamar do disco.

Depois de quase 10 anos de estrada, Caleb e Beartooth continuam sendo muito autenticos, sinceros e honestos em sua música. Ela reflete exatamente o momento em que a banda vive. The Surface é mais inspirador, animado, mas com aquela introspectividade característica da banda. Um Beartooth que me agrada, me deixa feliz e muito inspirado. Afinal, todos nós buscamos ser felizes todos os dias, não é mesmo?

Nota final: 8/10

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