Paul Rodgers está de volta! E não sabíamos que precisávamos tanto de seu retorno até ouvirmos Midnight Rose. Um álbum que representa a vitória de um homem que sofreu por muitos anos com a saúde prejudicada, mostrando uma esperança de apreciação do futuro, nos arrepiando com a reconquista da voz. Um clássico moderno que seus fãs mais novos e os já estabelecidos irão adorar.
Roani Rock
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Gravadora: Heartstar Music Inc., Sun Records
Data de lançamento: 22/09/2023

Gênero: Blues Rock
País: EUA
Se o Blues no passado era marcado pelo sofrimento, lamúrias amorosas e luta de classes, com esse novo trabalho do icônico cantor Paul Rodgers tivemos o acréscimo da vitória e sobrevivência. Afinal de contas, um cara que nos últimos anos passou por alguns AVCS e que ficou impossibilidade de falar, quanto mais cantar, até faz o ouvinte arrepiar ao ouvir sua voz potente como sempre num trabalho tão impressionante, já que não se trata de uma conservação de voz e sim uma reconquista.
O cantor marcado por sua trajetória no Free e principalmente no Bad Company detalhou seus problemas de saúde durante uma entrevista feita em setembro para o CBS Mornings . Durante a aparição, Rodgers relatou que passou por 11 “acidentes vasculares cerebrais leves” e dois graves – um em 2016 e outro em 2019. Foi este último “susto” que o deixou gravemente debilitado.
Eu não pude fazer nada, para ser honesto, eu não conseguia falar. Essa foi a coisa mais estranha. Você sabe, eu preparava algo em minha mente e dizia, mas no fim das contas não era o que saia e eu pensava: ‘O que diabos eu acabei de dizer?’
Paul Rodgers ao CBS Morning, 2023
Os médicos realizaram uma endarterectomia em Rodgers, procedimento para remover a placa que obstrui uma das artérias do cantor. A cirurgia não foi isenta de riscos.
“Cortaram o pescoço e [o médico] disse que teria muito cuidado porque sabia que eu era cantor e que quando se corta o pescoço fica muito perto das cordas vocais”, explicou Rodgers. “Eles me disseram, foram muito claros: ‘Pode ser que você não saia dessa vivo’.”

Após a cirurgia, demorou seis meses até que Rodgers pegasse um violão novamente. Cantar demorou ainda mais, mas aos poucos as habilidades voltaram para ele. Assim que Rodgers se sentiu forte o suficiente, ele voltou ao estúdio e nasceu Midnight Rose, seu primeiro lançamento solo de estúdio em quase uma década, contendo oito faixas. Se trata de uma coleção de músicas novas e originais completamente escritas por Rodgers, com exceção de Living It Up, que foi co-escrita por Rodgers, o baixista de sua banda, Todd Ronning, e o baterista Rick Fedyk.
Cada faixa presente aqui traz uma aura de dedicação, não só pelo divertimento aparente e potência da voz reconquistada, mas na forma que Rodgers canta. Coming Home, música que abre o álbum, já é aquele chute na porta e em sua primeira linha vocal já dá aquele estalo de “ele está de volta” e a catarse se confirma nas faixas seguintes. Photo Shooter mantêm a pressão e a faixa título é uma ode ao passado, nos levando diretamente ao Bad Company em uma balada típica do cantor.
A sequência do álbum que leva o selo histórico da Sun Records e que foi gravado pelo músico em parceria com sua esposa Cynthia Rodgers e Bob Rock (parceiro de anos) tem o destaque do diferenciado Blues Rock funkeado Living It Up, um hino fortalecido pelo funk com um groove de Led Zep e letras sobre aproveitar tudo o que a América (e o Canadá) tem a oferecer. Em seguida, outra balada chega para abrilhantar ainda mais o disco que teve sua gravação do álbum mantida em segredo por 18 meses, a faixa em questão é Dance In The Sun que chega junto com outra música com DNA do Bad Company, a divertida e dançante Take Love.
Nota Final: 9/10
Agora chegamos ao fim do álbum com mais duas músicas que se destacam sem muito esforço. Highway Robber que é quase um country com uns divertidos “Yippie-yi-o Yippie-yi-yay” tradicional do folk/ country rock. Em seguida o bom riff de Keith Scott (guitarrista de Bryan Adams) faz a cama em Melting para Rodgers soltar todo seu poder vocal reconquistado como quiser e concluirmos que o que temos aqui é um clássico moderno arrepiante que seus fãs mais novos e os já estabelecidos irão adorar.
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