Mick Jagger 80: 8 fatos que fazem o vocalista dos Rolling Stones ser o maior frontman da história

Mick Jagger, o lendário vocalista dos Rolling Stones, está comemorando uma marca extraordinária em sua vida e carreira: seus 80 anos de idade. Como um dos maiores ícones do rock ‘n’ roll, Jagger segue cativando plateias ao redor do mundo com sua voz inconfundível, presença de palco magnética e estilo único. Sua influência na música e cultura popular é inegável, e seu legado perdurará por muitas gerações ainda. Neste momento especial, celebramos não apenas um aniversário, mas a trajetória de um artista que deixou uma marca indelével na história da música.

Visando uma forma de homenagear o grande frontman inglês, separamos 8 fatos que fazem ele ser um ícone celebrado e imitado por qualquer um que veio depois dele de alguma forma. Seja pelas danças, forma de interagir com o público e outros membros de sua banda ou simplesmente sua forma de cantar as brilhantes composições que vão do âmbito sexual ao vício em drogas. Vale até falar sobre a liberdade e amor a música, principalmente ao rock e ao blues, sempre explícitos em seu trabalho.


The Rolling Stones

Para iniciarmos as conversas, temos que começar falando sobre os Rolling Stones, em 1962 se reuniram para formar uma banda interprete de blues antigo, tocando em pubs. Hoje, 61 anos depois, são recordistas, possuem uma obra consolidada com 25 álbuns de estúdio lançados e mais uma penca de coletâneas e material ao vivo. Desde os 60’s quebram recordes de público e moldaram o que seria uma banda de estádio, com números de vendas de discos e apresentações impressionantes. Eles redefiniram o conceito de rock ‘n’ roll e estabeleceram um legado duradouro, talvez o mais inabalável, mesmo com a morte de diversos membros importantes, como mais recentemente a do baterista Charlie Watts. Eles continuam fazendo a pedra rolar.

Com sua música enérgica e letras provocativas, os Stones canalizaram os desejos e as frustrações de uma geração, tornando-se uma voz para os jovens rebeldes da época. Durante os anos 60 ajudaram a moldar a própria essência da contracultura e Mick Jagger tem muito a ver com isso, tendo sido o frontman de um discurso libertário, de rock e representativo para a juventude que queria ser mais livre nas ações, no sexo e escolhas pra vida. Dentre os álbuns podemos citar a importância do Out of Our Heads (disco de 1965 que tem o hit atemporal (I can’t Get No) Satisfaction), Aftermath (1966), Beggars Banquet (1967), Let It Bleed (1969), Sticky Fingers (1971), Exile on Main St. (1972), Some Girls (1978) Tattoo You (1981), Bridges to Babylon (1997) e A Bigger Bang (2005). Todos com composições feitas por ele e o guitarrista Keith Richards que potenciaram a banda a outro patamar.


Parceria Jagger & Richards

Como dito anteriormente, as músicas que Jagger fez em parceria com Richards são de uma importância sem igual não só para a banda, mas para toda uma cultura do blues rock inglês que inspirou de forma direta em outros subgêneros do rock que vieram depois como o punk e o hard rock. Também tiveram papel fundamental para a formação de todo apaixonado por rock, sexo e drogas.

Jagger é mais conhecido por ser o letrista, mas as melodias de diversos sons vieram por parte dele em um violão ou acompanhando Keith cantarolando a parte vocal ou tocando em sua gaita harmônica aos riffs tocados pelo guitarrista em sua guitarra de afinação diferenciada aberta de cinco cordas (Sol, Ré, Sol, Sí, Ré, com a corda Mi baixa removida).

O que eles produziram vai muito além de Satisfaction que foi a música de maior sucesso. Por meio dessa união surgiu Paint it Black, Sympathy For The Devil, Street Fighting Man, Midnight Rambler, Brown Sugar, Gimme Shelter, Can’t You Hear Me Knocking, Wild Horses, Tumbling Dice, It’s Only Rock ‘n Roll (But I Like It), Miss You e uma infinidade de faixas que falam sobre amizade, sexo, drogas e liberdade, não necessariamente nessa ordem e podendo em determinados casos estar falando de todos esses temas.


voz, movimentos e moda: o que o tornam O frontman

Outra coisa genuína é sua voz. A voz de Mick Jagger é única e inconfundível, com seu drive característico e alcance impressionante, seu timbre até hoje distinto e poder de expressão. Essa combinações tornam suas performances vocais inesquecíveis e imediatamente reconhecíveis, tanto quanto sua dança. Mas é inegável que sua dança é um algo a mais que o permite ser diferenciado.

Enquanto dança sabemos que ele está ao mesmo tempo que curtindo atraindo os olhos de todos para si e ele já confirmou inúmeras vezes de que gosta de ser o centro das atenções. O estilo pessoal que é potencializado aqui também o torna um ícone. Seja em suas roupas extravagantes dos anos 60 e 70, ou seu visual elegante e sofisticado dos dias atuais, Jagger sempre foi um ícone da moda, inspirando muitos com suas escolhas ousadas e únicas.


(I Can’t Get No) Satisfaction

A música presente no álbum Out of Our Heads de 1965, que foi demonizada pelo vocalista ao afirmar que não cantaria mais ela depois dos 45 anos, é um verdadeiro hino do rock’and’ roll. O seu refrão cantado por Jagger até hoje é desbravado por vários artistas em shows em pubs (os barzinhos britânicos), shows de gente grande – inclusive pelos próprios Stones, contestando a fala de Jagger – e karaokês da vida. É uma faixa com um poder que poucas músicas conseguem, tem o apelo popular adequado e o riff de Keith Richards arrasa quarterão que acima de tudo diverte pessoas de todas as idades.

Na série documental My Life as a Rolling Stone, da BBCMick Jagger comentou como foi o lançamento de “Satisfaction” nos bastidores. “Tem um motel em Clearwater, Flórida, e eu me lembro de sentar com Keith e escrever a música,” relembrou o frontman no primeiro episódio da produção.

Andrew Oldham disse: ‘Isso é como um single número 1 nas paradas – isso é ótimo!’ Keith disse: ‘Eu realmente não gosto disso. Não pode sair como um single.’ E foi para o número 1 instantaneamente.

Mick Jagger

Sympathy For The Devil

As músicas podem se metamorfosear, e ‘Sympathy For The Devil’ é uma daquelas músicas que começaram como uma coisa, eu escrevi de uma maneira e então começamos a mudar o ritmo. E então se tornou completamente diferente. E então ficou muito emocionante. Começou como uma música folclórica e depois virou samba. Uma boa música pode se tornar qualquer coisa. Tem muitas referências históricas e muita poesia.

Mick Jagger

Iniciada em sua forma primal como um blues lento e tendo tido o título provisório de “The Devil Is My Name” – tendo sido anteriormente chamado de “Fallen Angels” -, Sympathy For The Devil, é uma das músicas mais emblemáticas da carreira de Mick e foi responsável por pintar a imagem de Bad Boys dos Stones frente a imagem de bons moços dos Beatles. Lançada em 1968 no álbum Beggars Banquet, a faixa foi inspirada o romance soviético O Mestre e a Margarida, lançado na década de 20, mas traduzido para o inglês pela primeira vez em 1967. Jagger escreveu a letra como se fosse o diabo conversando com o ouvinte, contando de sua vida, listando atrocidades e esperando ansiosamente que você adivinhasse quem ele era.

A composição de Jagger foi um escândalo abalando imprensa e os puritanos. Ela foi catalisadora de tanta treta, começando pelo fato deles serem taxados como satanistas. Vale contar tudo em mais de dois parágrafos, começando por sua origem e depois falar sobre sua gravação. Além do fato de ter adquirido o livro do escritor Mikhail Bulgákov por intermédio de sua namorada, a cantora Mariane Faithfull, o vocalista teve duas grandes experiências no Brasil que foram responsáveis pela inspiração do som.

A primeira foi em Salvador em janeiro de 1968. Quando Mick e Mariane chegaram no dia da tradicional lavagem das escadarias da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim e ficaram impressionados com o ritual. A celebração, uma das maiores demonstrações do convívio harmonioso entre católicos e candomblecistas, é marcado, entre outras coisas, pelo som dos atabaques. A segunda vez foi quando Jagger e Richards estiveram em Matão, no interior de São Paulo, após passarem o réveillon no Rio de Janeiro e lá visitaram um terreiro de candomblé para assistirem um culto ao vivo.

Tais experiências inspiraram a dupla de compositores, e Richards que deu a ideia de fazer a música virar algo diferente do Blues e transformaram a música num samba travestido/metafórico. Para concretizar de fato, instrumentos percussivos foram incluídos através do próprio Jagger (tambor), Rocky Dzidzornu (congas, chocalhos), o baixista Bill Wyman (xequerê) e Rocky Dijon (congas).

Os backing vocals gravados por todos os membros da banda surgiram por acaso através de Jimmy Miller (produtor da banda) e Anita Pallenberg (esposa de Keith Richards). De acordo com Pallenberg, Miller estava falando sozinho enquanto Jagger cantava, dizendo “Quem, quem?”. Ele então repetiu as palavras várias vezes enquanto Jagger cantava, e Pallenberg percebeu como tudo aquilo soava maravilhoso. Após a tomada, ela contou a Jagger o que aconteceu na cabine e sugeriu que “quem quem” fosse usado na música como um canto vocal de apoio. Os Stones então tentaram e, após a primeira tomada, “Who who” se tornou “woo-woo”, com a maior parte capturada no filme do diretor Jean-Luc Godard para seu filme One Plus One (também conhecido como Sympathy for the Devil).

Entre 5 e 10 de junho de 1968, Jean-Luc Godard, o cineasta francês, gravava no estúdio a banda, como parte de seu documentário One Plus One. Durante a gravação, uma lâmpada do estúdio incendiou-se e, dela, parte do estúdio, o que levou a banda a pensar se deveria ou não “mexer com essas coisas”. Mas Jagger simplesmente respondeu a um jornalista que perguntara se “Deus não havia gostado”: “Gostou tanto que deixou o diabo incendiar o estúdio!”. Além disso, teve o caso no Altamont Free Concert, onde um fã foi morto pisoteado e espancado pelos Hells Angels que faziam a segurança do concerto. A mídia colocou a faixa como desencadeadora do caos e em função das várias coincidências a banda ficou alguns anos sem executar ela.

A performance de Mick no Rock and Roll Circus é a definitiva e por isso coloco ela aqui.


Gimme Shelter

Essa faixa aborda a agitação política e social da época. Houve a guerra no Vietnã, distúrbios raciais e Charles Manson. Essa é uma das faixas politizadas do grupo ao lado de Street Fighting Man, entretanto, fez muito mais sucesso e não falta nos setlists da banda até nos dias de hoje. Mick Jagger canta sobre a necessidade de abrigo desta “Tempestade” embalada pelos riffs de Keith e os solos de Mick Taylor, um dos primeiros trabalhos do guitarrista com a banda.Merry Clayton é aquela que acrescenta um poder vocal a Mick Jagger na versão tão conhecida de estúdio. Ela é uma cantora gospel que fez backing vocals para vários artistas, incluindo Ray Charles. A cantora teve um papel regular no programa de TV dos anos 80 Cagney and Lacey, e interpretou uma empregada no filme Maid To Order.

Essa música foi escrita durante a Guerra do Vietnã e, portanto, é muito sobre a consciência de que a guerra está sempre presente; estava muito presente na vida naquele momento. Mary Clayton, que fazia os vocais de apoio, era uma cantora de fundo conhecida de um dos produtores. De repente, queríamos alguém para cantar no meio da noite, e ela estava por perto. Ela veio com seus bobes, direto da cama, e teve que cantar essa letra muito estranha. Para ela, foi um pouco estranho – para qualquer um, no meio da noite, teria sido estranho. Ela foi ótima.

Mick Jagger

Wild Horses

Curiosamente, a forma como a música veio a existir é uma prova viva do relacionamento profissional entre os “Glimmer Twins“(Mick e Keith), que continuou a funcionar de maneiras estranhamente não ortodoxas. Apesar de terem diferentes perspectivas sobre o significado da faixa, eles juntaram seus cérebros para criar uma música eterna. Tudo começou com a frase, “cavalos selvagens não podem me arrastar para longe”, que foi escrita por  Richards para o filho recém-nascido, Marlon. Era 1969 e Keith lamentava ter que deixar seu filho para sair em turnê. A partir daí, Jagger sentiu uma conexão instantânea, que o inspirou a re-imaginar a música em seu molde. Sua reescrita foi baseada em seu relacionamento com Marianne Faithfull, que estava se desintegrando.

Por conta de todo esse significado, Wild Horses se tornou uma música imprescindível no repertório da banda. Os Stones gravaram esse som durante uma sessão de três dias no Muscle Shoals Sound Studios no Alabama de 2 a 4 de dezembro de 1969. Foi a última das três canções feitas nessas sessões, depois de Brown Sugar e You Gotta Move. O guitarrista Mick Taylor, tocou esta música no que é conhecido como “afinação de Nashville”, em que você usa todas as primeiras e segundas cordas do violão e as afina em oitavas.


Cuidados Com a Saúde

Aqui vai algumas curiosidades perante a sua longevidade e saúde inabalável. Depois que parou – ou será que só maneirou – com as drogas e álcool ou simplesmente parou de aparecer nos tabloides por conta disso, o frontman, que surgiu surpreendentemente sendo pai aos 72 anos do que veio a ser seu oitavo filho, tem no seu histórico uma preparação física invejável, sempre tendo cuidado do corpo e tendo feito balé desde a juventude, então aqui vão algumas de suas referencias para seguir tão bem e ativo.

Perfil: Altura 1,78m
Tórax: 96,5 cm.
Cintura: 84 cm
Biceps: 33 cm.
Sapato: 42
Peso: 73 quilos
Preparação física: Ciclismo, natação, corrida, yoga, pilates. Média de três horas por dia, seis dias por semana.
Alimentação: frutas, vegetais, grãos, legumes, frango, peixe.

2 comentários sobre “Mick Jagger 80: 8 fatos que fazem o vocalista dos Rolling Stones ser o maior frontman da história

  1. Muita saúde hj e sempre amém. A sua vida faz parte dos nossos sonhos com suas próprias palavras de amor e carinho ❤️ que jesus o abençoe muitos anos de vida.
    ..

  2. Que Deus o abencoe e que venha os 90 com essa saude e que ele continua nos encantando com sua voz e sua musica

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