10 bandas de power pop brasileiras

Já fizemos duas listas referentes a esse subgênero do rock e fomos questionados sobre a existência de bandas brasileiras que integram o grupo, ou se tem alguma que molda seu som com as características mais determinantes para analisarmos como pertencentes a tal categoria. De início achei que a missão seria árdua, tendo lembrado de apenas dois grupos que, forçando a barra, poderiam ser colocados aqui. Mas pesquisando, encontrei um total de dez bandas que tem algo de power pop em seu som, seja em seus hits, formas de se expressar tanto visual quanto de tocar, ou simplesmente tendo toda sua influência voltada ao gênero.

Em retrospecto, falamos aqui que o power pop não é proeminente de uma região específica, da Europa ou dos EUA, e que a melhor forma de começar a defini-lo é através de suas canções com formato popular – o clássico verso 1, verso 2, ponte, refrão, volta o verso e finaliza com o refrão – com guitarras distorcidas, riffs e solos marcantes, backing vocals, melodias chicletes e alegres, adicionando o fato de terem inspiração nos Beatles e nas bandas da “british invasion” da década de 60. Lembrando também que o fato mais chamativo do estilo é que os músicos são identificados por algo chocante, seja em sua aparência, nos seus instrumentos, comportamento no palco ou história.

As bandas brasileiras que se inspiram no estilo fogem um pouco desse roteiro, principalmente na parte dos instrumentos diferentes e história chocante. Aqui temos nossas peculiaridades como a maioria das bandas terem vocalistas mulheres. Então… check it out!


Renato & Seus Blue Caps

Uma das principais bandas da Jovem Guarda, além de fazer versões em português das músicas dos Beatles e de outros hits gringos de músicos contemporâneos, também compunham seus próprios sucessos com a formula clássica do pop, se tornando junto aos Incríveis a melhor banda de apoio para Roberto, Erasmo Carlos, Wanderleya e aquela turma toda.

Renato Barros,  Ed Wilson e Paulo César Barros formaram o grupo que segue na ativa até hoje, sendo a banda mais antiga em atividade rivalizando com os Rolling Stones. Com a diferença de que na formação atual não tem nenhum dos membros oficias, já que Ed faleceu em 2010, Renato morreu em 2016 e Paulo não quis seguir com o grupo saiu desde os anos 90. Quem comanda os trabalhos agora é Cid Chaves que fez parte da formação mais bem sucedida, junto a Chi Lenno que assumiu as guitarras.

Isto é Renato e seus Blue Caps (lançado ainda em 1965), Um embalo com Renato e seus Blue Caps (1966), Renato e seus Blue Caps (1967) e Renato e seus Blue Caps (1968) são os grandes discos lançados pela banda, e as músicas mais interessantes estão presentes no álbum de 1996, com novos arranjos pros clássicos, e que trazem de novidade a maravilhosa Amar Você que tem todos os clichês do power pop.


Os Cascavalletes

Um dos primeiros projetos do Júpiter Maçã. Eles tiraram seu nome da união das palavras cascavel e Marvelletes, quarteto feminino americano formado na década de 1960, o que causa o mesmo efeito do jogo de palavras beat/beetle que formaram o nome dos Beatles.

Eles foram capazes de chocar a imprensa da época por conta do teor sexual das letras de suas músicas, que falavam além de amor adolescente, sobre masturbação e virgindade, em um estilo classificado como “porno rock”. Em 1987, lançaram uma fita demo com canções como Menstruada, Banana Split, Ugagogobabagô e Nega Bombom, que obtiveram grande êxito nas rádios rio-grandenses, e no ano seguinte, um EP em disco de vinil. Em pouco tempo, o sucesso seria expandido a nível nacional.

Flávio Basso (forma como Júpiter Maçã era conhecido na época, com seu nome de batismo) nos vocais, Nei Van Soria nas guitarras, Frank Jorge no baixo e Alexandre Barea formaram o Cascavalletes após estarem insatisfeitos com seus projetos anteriores, o TNT e do Prisão de Ventre. Após escutarem Surfin Bird do grupo de Surf Rock Trashman definiram como seria o som, mas certamente o que eles produzem não é algo que os Beach Boys fariam, é muito mais pesado e as temáticas não são nem um pouco perto de algo que Brian Wilson viria a compor.

Infelizmente, a banda não resistiu ao sucesso do primeiro disco, o excelente ROCK ‘A’ ULA, lançado pela EMI. Depois de uma turnê nacional, com aparições na tv e tendo a música Nega Bombom sendo tema de novela, o baixista Frank Jorge anunciou sua saída alegando dificuldades de conciliar sua carreira com seus estudos na faculdade. Isso gerou um período sabático para Os Cascavallettes.

Frank passou a dedicar-se ao seu projeto, a Graforréia Xilarmônica, e foi substituído nos Cascavelletes por Luciano Albo. Então a banda inicia os anos 90 sem um norte e inspiração para um novo álbum, culminando em problemas financeiros que impediram de firmarem um novo contrato com gravadoras. Após o lançamento do single “Homossexual / Sob um Céu de Blues”, Nei Van Soria volta a Porto Alegre, enquanto Basso, Albo e Barea seguiram tocando como trio, o que não deu muito certo.

Terminaram se separando de forma espontânea com Basso virando Júpiter Maçã, e os outros integrante fazendo seus projetos solo. Em 2007 a formação original dos Cascavelletes reuniu-se pela única e última vez, em um show na festa de aniversário da rádio Pop Rock FM, com um público de cerca de dez mil pessoas. Desde então, alguns dos ex-integrantes dos grupos TNT e Cascavelletes vêm fazendo shows como o supergrupo Tenente Cascavel. Entretanto, Flávio veio a falecer aos 47 anos em 2015 por falência múltipla dos órgãos. Seus ex companheiros lançaram a faixa Balada Para Flávio em sua homenagem, e assim o ciclo foi encerrado.


Graforréia Xilarmônica

A saída de Frank Jorge dos Cascavalletes fez surgir outra banda gaúcha, só que uma bem mais ambiciosa. Indo bem mais na veia do power pop, justamente por se embasarem na Jovem Guarda em suas melodias, os caras possuem a comicidade e bom humor nas letras das composições. O nome da banda foi escolhido de maneira aleatória pelos integrantes: certa vez reuniram-se e decidiram fazer a escolha do nome através de um dicionário. Cada um deveria abri-lo em uma página qualquer e escolher a palavra mais estranha dentre as que estivessem na página. Após algumas sugestões, foi escolhido o nome Graforréia Xilarmônica.

Nos primeiros anos de atividade foram muito irregulares. A despeito de logo se formar um fã clube, faziam poucos shows, a formação se alterava frequentemente e não havia um projeto definido de carreira. Além de Frank, integram o grupo Carlo Pianta e os irmãos Marcelo e Alexandre Birck. Eles tiveram êxito em criar um som próprio que misturava o brega, a jovem guarda e o que o power pop poderia trazer de influência, coisa que chamaram de música de vanguarda. Eles lançaram o excelente Coisa de Louco II pelo selo da Banguela Records e assim conseguiram uma certa projeção nacional principalmente com as músicas Eu, Amigo Punk e a hilária Grito de Tarzan.

O rock gaúcho, centrado em Porto Alegre, sempre enfrentou dificuldades para se firmar nacionalmente. Produzido em um centro regional importante, mas periférico em relação aos grandes mercados do Rio e São Paulo, e muitas vezes foi objeto de preconceitos. No caso da Graforréia, com suas características peculiares, identificadas como uma tendência ao humor, à paródia, ao nonsense, ao uso de piadas e regionalismos de difícil compreensão por forasteiros, e uma ligação com a chamada “estética da chinelagem”, a situação se torna ainda mais complexa, sendo fatores relevantes para que nunca chegasse a alcançar um público realmente vasto, nem conseguindo entrar no mainstream, do qual ela se diferencia nitidamente.


Rockassetes

Os Rockassetes começou em Aracajú na grande Sergipe em 2000, com os irmãos Leo e Bruno Mattos.  A formação atual conta com João Mello (contra-baixo), Rafael Costello (guitarrista), além dos irmãos Bruno (guitarra e voz) e Léo (bateria). Eles ganharam um festival de bandas em sua cidade natal e as portas se abriram para eles, que após um período tocando em sua cidade, se mudaram para São Paulo em busca de maior expressividade.

Apesar de estarem bem no underground, sua veia é completamente power pop, com bastante semelhança aos timbres do Teenage Fanclub. Algo explícito no primeiro álbum da banda, lançado em fevereiro de 2008. Em Sobre Garotas, Discos e o Tênis Vermelho os caras trazem 14 músicas com fortes guitarras de rock sessentistas como letras da fase Beatles yeah yeah yeah e um tanto Jovem Guarda. Um destaque especial para as faixas A Garota do Tênis Vermelho, Os Discos Que Você Falou e Eu Deveria Te Esquecer.


Plutão Já Foi Planeta

Plutão Já Foi Planeta é uma banda brasileira considerada principalmente pertencente ao indie pop, formada em Natal no ano de 2013. Sua formação atual traz os integrantes Gustavo Arruda (Voz, Guitarra, Contrabaixo Elétrico), Sapulha Campos (Voz, Guitarra, Ukulele, Escaleta) e Cyz Mendes (voz). É a primeira que surge aqui nesta lista com uma mulher no vocal, o que é uma das marcas do “power pop brasileiro” frente ao feito mundo a fora.

Eles de início atuavam como banda cover de grandes nomes da música popular brasileira como Los HermanosOs MutantesBelchiorOs Paralamas do Sucesso entre outros. Com o nome de Beto Rockfeller, foi composta inicialmente por Gustavo Arruda e Sapulha Campos (únicos remanescentes) juntos a Rafael Bezerra e Gustavo Matos.Os quatro decidiram ter o diferencial do vocal feminino cantando rock e convocaram Natália Noronha, uma verdadeira revelação que já escrevia suas próprias canções e as divulgava na internet.

O nome Plutão já Foi Planeta, deriva de uma matéria jornalística. A banda estava buscando um nome quando o integrante Sapulha Campos encontrou uma matéria que dizia que Plutão não era mais planeta. O que se encaixa na criatividade nos nomes dos grupos pertencentes ao subgênero. Eles conseguiram o feito de se tornar vice-campeões da terceira temporada do SuperStar, show de talentos da rede Globo. Eles ganharam destaque principalmente pelas divisões vocais, a criatividade nos arranjos sempre solares – algo que se encontra na incrível Post It e no cover para Quase Sem Querer da Legião Urbana – o que tornou fácil essa associação ao power pop.

Infelizmente, depois do trabalho super-produzido de 2017 A Última Palavra Feche A Porta, devido a saída de muitos integrantes ao longo dos anos, a mudança de direcionamento para algo mais fincado no pop com uso de sintetizadores e sons eletrônicos tomarem o lugar das características guitarras acústicas e sonoridade rock padrão do primeiro e melhor trabalho do grupo, o excelente Daqui Pra Lá de 2014, eles perderam o diferencial sútil que os destacava. Mas seguem muito bons com as composições, ao exemplo da divertida faixa Lua Em Rita Lee de 2019 e as músicas presentes no EP de 2020 Risco de Sol.


Fuzzcas

Composto primeiramente por Carol Lima (voz), Lucas Leão (bateria), Leandro Souto Maior (guitarra) e Fabiano Parracho (baixo), o Fuzzcas foi mais um grupo que surgiu no underground carioca no início dos anos 2000 e que conseguiu uma maior projeção nacional através do programa superstar.

Os maiores destaques aqui ficam por parte do visual e sonoridade 60’s. As bateras repletas de viradas e guitarras com várias referências aos Beatles, a banda hoje segue com outra formação sendo volta e meia apoiados por Pedro Dias, baixista que tocava no Filhos da Judith e que foi da banda de apoio do Erasmo e atualmente toca com a Paula Toller e a Cor do Som.

O nome Fuzzcas faz alusão ao carro fusca e ao pedal de distorção fuzz e tem tudo a ver com a proposta do quarteto. Com o primeiro álbum, o auto-intitulado Fuzzcas de 2007, eles conseguiram trazer todos os elementos do power pop. As faixas repletas de melodias alegres e guitarras distorcidas por parte de Souto Maior são verdadeiras canções, Leão faz todas as dinâmicas que se encontram nas músicas mais tradicionais do estilo como as feitas pelo Badfinger ou Raspberries. Já a Carol (que tem um projeto cover de beatles) traz um diferencial em vocais inspirados que conduzem as músicas com uma sutileza indie, algo que se assemelha ao pop do Pato Fu.

No álbum de 2014 eles foram pra uma pegada ainda mais rock e para algo melhor produzido, trazendo a música Tic Tac do Amor que tocaram no programa superstar. Além dos dois trabalhos completos vieram os últimos lançamentos do grupo que vieram após 8 anos sem nada de estúdio. Os singles rápidos Eu Vou me defender e Pela Manhã de 2022, chegaram como novidades bem vindas após tanto tempo e apresentam Carol com suas melhores performances vocais. Essa é a banda legitimamente power pop daqui da lista!

Bom lembrar que o Leandro também é jornalista e escritor, durante os tempos pandêmicos escreveu um livro sobre as aventuras de Jimmy Page do Led Zeppelin no Brasil e ajudamos a divulgar o livro trazendo o músico para nosso podcast The Rock Pod onde ele fala do livro e fizemos nossos top 5 de músicas do Led, vale a conferida.


Filhos Da Judith

A banda carioca que conquistou o tremendão Erasmo Carlos ao ponto de ele convocá-los como seus músicos de apoio, tem uma origem bem voltada ao som dos anos sessenta, com os irmãos Pedro Dias e Luiz Lopez trazendo uma divisão de vocais nas faixas solares que poderiam ter feito parte de qualquer disco da fase yeah yeah yeah dos Beatles. Mas bom frisar que as 17 faixas desse projeto foram gravadas simplesmente por um Mutante, o produtor musical Liminha, em 2013.

Assim que assumiram as cordas da banda do Erasmo, os Filhos da Judith logo conquistaram o público do icônico cantor trazendo mais requintes melódicos para o Tremendão e ajudaram em composições bem embasadas no que ele produzia nos tempos da jovem guarda como em Jogo Sujo, Olhar de Mangá, Noite Perfeita – Uma Farra no Tempo, A Guitarra É Uma Mulher, 50 tons de cor, Manhãs de Love, Caçador De Deusas… dentre tantas outras. Bom lembrar que apesar de Alan Fontenele (batera) não ter ficado muito tempo na banda do ídolo dessa galera, sua contribuição foi registrada no álbum Rock ‘n’ Roll com excelente performance em alguma das faixas citadas que foram primordiais para essa nova fase do Gigante Gentil e então ele saiu para a entrada de Rick Frainer.

O guitarrista Luiz Lopez lançou dois álbuns solos, o Primal de 2014 e o Visceral de 2016, que vão na veia rock ‘and’ roll/Power pop bem inspirado nas influencias que o tremendão lhe rendeu. Depois disso variou seu estilo em singles pop divertidos durante a pandemia como em Como É Que Vou Fazer Para Encontrar Alguém? e Bonde de Santa Tereza, respectivamente de 2020 e 2021. Após a morte do seu mentor e ídolo, ele lançou a emocionante faixa Erasmo.

Já o baixista Pedro Dias tem sua banda de cover de Beatles, Os Beatlemaníacos, com a cantora e baterista Carol Lima do Fuzzcas, e é um músico muito requisitado por diversos artistas do mainstream brasileiro, com destaque para sua presença na banda de apoio de Paula Toller, ex vocalista do Kid Abelha. Com a morte de Erasmo, Pedro e Luiz focaram em seus projetos paralelos e no trabalho com a Cor do Som onde podem fazer sua pareceria, além dos shows em homenagem ao tremendão pela alcunha de Erasmos junto a última formação da banda do Tremendão.


Leela

Aqui está mais uma banda carioca. Formada em 2001, a Leela (Sim, o personagem ciclope do desenho Futurama) Tem como integrantes Bianca Jhordão (voz e guitarra), Rodrigo Brandão (guitarra, voz de apoio), Guilherme Dourado (baixo) e Fabiano Paz (bateria). Também passaram pela banda os baixistas Melvin e Kátia Dotto.

Eles não possuem tradicionalmente os aspectos do power pop, flertando muito mais com o rock alternativo, flertando mais com o que faz o Weezer ou os Cramberries. Tanto que em 2005, após fazerem um sucesso nacional considerável com seu primeiro disco de estúdio autointitulado, abriram a turnê de Avril Lavigne no Brasil, uma artista do punk pop. Dentre algumas das grandes faixas desse primeiro trabalho estão Te Procuro que foi o grande hit do disco, Odeio Gostar, Uma Chance e Último Jantar.

O segundo disco, Pequenas Caixas de 2007 fica ainda mais voltado ao rock alternativo e ainda mais pesado com temática feminina ainda mais em pauta. 6 Horas Sem Desculpa, Garota Espelho, P.S. e Amores Frágeis são as que mais se encaixam no power pop, temos também a balada Mundo Visionário que tem bons backings.

Em 2012 lançaram o Música Todo Dia que é um tanto mais experimental acrescentando efeitos eletrônicos com destaque para a faixa título, Sutilezas e Sinos. Após esse tempo ficaram sem lançar álbuns e em 2018 começaram a focar em voltar trazendo novas propostas para alguns covers e lançaram algumas músicas dialogando com a modernidade falando sobre redes sociais por exemplo em Youtube Mine, Fanáticos Online e Fome de Viver (Fuga Pelo Twitter) esta última em parceria com Fausto Fawcett com quem já tinham gravado o cover para 2000 Light Years From Here dos Rolling Stones.

Ano passado lançaram versões repaginadas de algumas músicas dos primeiros álbuns com destaque para Mundo Imaginário lançada esse ano.


Ludov

Essa banda possui umas peculiaridades no som, tem um quê de surf music nos arranjos das guitarras, além de flertarem mais com o soul devido aos vocais graves de sua vocalista, isso se colocado em frente ao som das outras bandas presentes aqui. Talvez eles sejam a “banda de Power Pop” com a sonoridade mais brasileira que existe.

O Ludov se formou em 2003 após o fim dos Maybees, grupo que era composto por todos os componentes da banda atual, exceto por Paulo “Chapolin”, que substituiu o antigo baterista, Rodrigo Falcão, que tinha ido para o exterior. A banda Maybees cantava em inglês, mas devido à vontade dos integrantes de renovarem às suas próprias carreiras acabaram terminando a banda.

Os ex-integrantes reecontraram-se alguns meses depois e perceberam que a mesma relação artística que os havia unido no passado ainda existia pois havia muita disposição para a criação de uma banda renovada; a partir de então compõem e cantam somente em português. Usaram o nome provisório de Supertrunfo (Habacuque gravou 20 cópias de um CD instrumental com esse nome), mas logo mudaram-no para Ludov, tirado do “Tratamento Ludovico” do filme Laranja Mecânica.

A última formação teve a presença de Vanessa Krongold que era um verdadeiro destaque nos vocais, o excelente guitarra Habacuque Lima, os teclados diferenciados de Mauro Motoki que também completava a cozinha nos baixos e a segurança na batera ficava por conta do já citado Paulo “Chapolin” Rocha. No início da carreira, a banda começou a ganhar espaço na MTV Brasil e já foram apresentados dois clipes no Disk MTV. Ganharam um prêmio no Video Music Brasil da MTV de 2004 com o clipe Princesa. Já em 2005, concorreram em três categorias com Kriptonita.

As músicas pra cima se destacam e ao meu ver o álbum Disco Paralelo de 2007 é seu melhor trabalho, com maior variação de estilo, rolando até a semi bossa nova Sobrenatural. Um verdadeiro acerto tão gritante quanto o do álbum O Exercício Das Pequenas Coisas que é mais popular.


Churrus

Essa banda mineira que diferente dos outros trabalhos presentes aqui terminam por cantar em inglês, tem como principal vocação fazer o power pop estourar com letras que falam da conexão da terra da rainha com o Brasil desde os tempos da colonização até a forma cultural.

Dentre os integrantes está o Luís Couto nas guitarras, ele que é o vocalista da banda Devise que tanto falamos sobre em outras matérias e que infelizmente acabou. Aqui ele não é o frontman e o som é bem mais próximo do teenage fanclub e do shooegaze do Ride do que do Britpop de sua banda. Perceptível nas faixas do brilhante álbum Atlantic Railroad de 2019.

Atualmente, a banda conta com a participação de três  integrantes de São João Del Rey, entre eles, Túlio Panzera (voz e guitarra), Matheus Lopes (voz e guitarra), Paulo Filipe Souza (bateria) além de Luis Couto (guitarra, teclado e voz) de Bom Despacho e  Bruno Martinho (baixo), de BH. Eles já lançaram três álbuns de estúdio, um copilado de b-sides, 9 singles e um best of.

As influências do Churrus vão desde o rock britânico dos anos 60 até o indie rock contemporâneo, praia visitada por diversos artistas como Beatles, Beach Boys, Guided by Voices, Teenage Fanclub, Elliott Smith, Pernice Brothers, Beulah, Wilco, entre outros.

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