Temos aqui uma verdadeira celebração ao rock ‘and’ roll! Contemplando músicos de todas as décadas até os dias de hoje, com números tocados por um time estelar que não é qualquer um que tem colhões de convocar. O músico que marcou os anos 70 com sua Mott The Hoople faz seu 18º disco solo soar bem vivo e solar. Ian Hunter fez algo similar ao que Slash propôs em seu primeiro álbum solo, mas ao meu ver foi mais ousado, até por ter uma representatividade focada no respeito a sua jornada e é o que faz Deficiance Part 1 ter um conceito estrutural de contemplação ao tempo.
Roani Rock
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Gravadora: Sun Label group
Data de lançamento: 21/04/2023

Gênero: Rock
País: Estados Unidos
Ian Hunter é uma figura incansável do alto de seus 83 anos. Quando o músico inglês anunciou um novo álbum solo para abril fique incrédulo. O icônico vocalista e guitarrista do Mott the Hoople estava de volta e agora vem acompanhado de uma verdadeira seleção do rock, com músicos que vão dos Beatles ao Guns N’ Roses, passando por Aerosmith, ZZ Top, Metallica e Def Leppard, com um ou outro dos anos 90 marcando presença.
Todas as músicas foram escritas por Ian Hunter, e se deparar com trechos como ” Quando eu tinha trinta anos, eu estava no limite/Cinquenta anos depois eu ainda mato “, cantada pelo músico em This Is What I’m Here For mostra o grande álbum que temos a oportunidade de ouvir. A música em questão é a última do álbum que recebeu a ajuda de seus colaboradores regulares da The Rant Band, liderados pelo conspirador de longa data Andy York que cuidou da produção e das demandas de seu chefe.
Há até espaço para registros póstumos. Alguns dos mais emocionantes é o de Taylor Hawkins na devastadora Angel, seu toque é tão perceptível que chorei, até porque possivelmente provavelmente é um dos últimos sons gravados pelo baterista do Foo Fighters que nos deixou a um ano. O outro mestre que também faleceu recentemente e que deu seus toques foi Jeff Beck. Na bem agradável e solar No Hard Feelings, o guitar-hero cedeu espaço para fazer a dobradinha nas guitarras com seu último parceiro de álbum e turnê Johnny Depp. Por sinal, como é de praxe, o solo de Beck arrepia até a alma.
Mixado por James Frazee, as faixas mais rock também tem seu brilho. Pavlov’s Dog tocada com o Stone Temple Pilots de banda acompanhante é um desses destaques, assim como o single Bed Of Roses que fala sobre tocar no Star Club de Hamburgo e apresenta, apropriadamente, Ringo Starr na bateria. Outra faixa animal é Kiss N’ Make Up que traz simplesmente o ZZ Top e Taylor Hawkins mais uma vez para um blues cheio de balanço que submete o ouvinte a um estado de transe com as batidas de batera e potentes riffs e solos, pra mim a melhor do álbum.
Não podemos deixar de falar da faixa de abertura Defiance que traz simplesmente Slash (Guns N’ Roses) nas guitarras e Robert Trujilo (Metallica) no baixo e isso soar insanamente rock ‘and’ roll e obviamente pesado! Ela destoa do restante da obra devido aos exagerados solos do guitarrista, mas isso não importa já que é um puta som!
Temos aqui uma verdadeira celebração ao rock ‘and’ roll! Contemplando músicos de todas as décadas até os dias de hoje, com números tocados por um time estelar que não é qualquer um que tem colhões de convocar. O músico que marcou os anos 70 com sua Mott The Hoople faz seu 18º disco solo soar bem vivo e solar. Ian Hunter fez algo similar ao que Slash propôs em seu primeiro álbum solo, mas ao meu ver foi mais ousado, até por ter uma representatividade focada no respeito a sua jornada e é o que faz Deficiance Part 1 ter um conceito estrutural de contemplação ao tempo.
Nota final: 8/10