Potente e pesado, não tinha ninguém mais adequado dentre os grandes do que Paul Gilbert para prestar essa homenagem ao saudoso Dio. Repertório inquestionável e a técnica de sempre para a guitarra, faz suprir a ausência dos vocais de um dos deuses do metal. Dio é eterno e Paul Gilbert é animal!
Roani Rock
Confira os favoritos do metal em 2022:
Megadeth – The Sick, The Dying… And The Dead!
Saxon – Carpe Diem
Venom Prison – Erebos
I Prevail – True Power
Lamb of God – Omens
Gravadora: Mascot Label Group/Music Theories Recordings
Data de lançamento: 07/04/2023

Gênero: Heavy Metal
País: EUA
Paul Gilbert certamente é um dos melhores guitarristas de metal que já pisaram no planeta Terra. Apesar de subestimado, o seu trabalho com o MR.BIG é inspirador e o fez ser reconhecido mundialmente por excelentes power balads, mas há um espaço para potência de power chords e solos virtuosos que o consagraram como inventivo e preciso. Sua primeira banda, o Racer X em seu primeiro disco o apresentava como uma promessa dentre os gênios do gênero neoclássico de guitarra, ao lado de virtuosos guitarristas, como Randy Rhoads e Yngwie Malmsteen. Já nos anos 2000, Na sua carreira solo, temos o lado instrumental muito mais em evidência, indo na linda do que Stevie Vai e Joe Satriani produzem, mas claramente com sua marca registrada em ascensão, fazendo ser fácil saber quando é algo tocado por ele.
Para desenvolver toda essa jornada não faltaram ídolos para se inspirar, um deles não se trata de um guitarrista, mas sim do vocalista Ronnie James Dio, que fez verdadeiros hinos do metal durante os anos 80 e que deixa saudades até hoje após sua morte em 2010. Holy Diver, faixa que obviamente está presente no álbum e que tem um riff animal, basicamente, expõe tudo que faz o heavy metal ser tão apreciado e diferenciado, e o quanto o impacto faz qualquer um querer aprender a tocar guitarra e cantar algo do gênero. Mas o desafio aqui é como fazer as linhas vocais com a guitarra, coisa que o próprio Paul Gilbert reconheceu ter sido o mais complicado.
As linhas de guitarra de Ritchie [Blackmore], Tony [Iommi] e Vivian [Campbell] me deixaram com calafrios. Mas fazer a parte vocal realmente foi um enorme desafio, espero que os fãs gostem. Obrigado Ronnie e vida longa ao rock n’ roll.
Paul Gilbert
Temos aqui os principais hits de Dio interpretados por Gilbert. O repertório inquestionável que tem Neon Knights, Long Live Rock ‘and’ Roll, Heaven and Hell e Stand Up And Shout como os brutais destaques, pelo icônico guitarrista se provaram tão fortes em suas releituras quanto em suas versões originais. Paul Gilbert deixa sua marca com solos “firuleiros” que em dados momentos podem gerar um “estranhamento do bem” por saírem um pouco do que se é esperado, que é o que está no inconsciente coletivo que nos foi apresentado nas versões de Blackmore ou Iommi. Mas não é nada que prejudique a audição do álbum, muito pelo contrário, estimula o ouvinte a querer reparar mais no que é original de Gilbert a cada nova nota tocada.
Fazer um disco desses foi arriscado, mas quando o cara tem moral pra prestar uma homenagem ele faz e faz bem. Claro que vai ter gente que não vai gostar da proposta, até porque apesar da guitarra “cantar” bem e atingir notas que nem a garganta do Dio conseguiria, o sentimento e o amor que o saudoso vocalista eternizou nunca vão conseguir ser emuladas da mesma maneira por um outro instrumento ou até por outra pessoa. Como a intenção aqui é apenas homenagear e não superar o criador, Gilbert traz ao público um álbum pesado, divertido e potente. Vale muito o confere!
Nota final: 9/10