Liam Gallagher faz um show agitado para um Qualistage meio cheio no RJ

As datas da passagem de Liam Gallagher no Brasil foram meio cruéis para o público carioca e benéficas para os paulistas. Os paulistanos foram agraciados com o primeiro show e em uma data que contemplava um feriado. Já os cariocas pegaram uma quarta feira em um lugar que não é de tão fácil acesso e que proporciona transito até a chegada no local que fica embaixo de um shopping.

Reclamações a parte, um show com menos público, para o artista pode ser ruim em termos financeiros, e para quem vai buscando uma experiência mais agitada, antológica e única pode sentir que não foi igual a São Paulo que teve tudo disso e mais um pouco, mas show com público menor tem seus benefícios. Além de mais espaço para curtir e dançar, pra transitar, se você conhece bastante gente presente pode se dispersar entre os grupos. Tal possibilidade torna tudo tão mágico quanto o suadouro de show lotado.

Fotos/divulgação: Roani Rock, Andressa Silva e Thaynara Lima

Não teve banda de abertura e o show no Qualistage começou pontualmente as 21:30 com Fucking The Bushes, música que o Oasis usava durante a turnê do álbum ao vivo Familiar To Millions e que foi responsável por transportar os fãs para 20 anos atrás, quando a banda de Manchester da qual Liam era o frontman dominava o mundo. Em seguida o riff de Morning Glory, do álbum mais popular dos caras, o (What’s The Story Morning Glory) lançado em 1995.,iniciava assim a experiência de ter uma noção do que seria o som da banda que fez seu último show no Brasil em 2009, mesmo ano em que se separaram.

Liam estava bem comunicativo, seja com o público ou com o técnico de som que não acertava seu retorno. Rock ‘and’ Roll Star do Definitely Maybe (1994), do seu ex-grupo de Britpop, Wall of Glass do As You Were (2017), primeiro álbum solo do vocalista, e a poderosa Everything’s Electric do C’mon, You Know, disco desse ano lançado em maio que contempla a turnê, mantiveram a energia da faixa de abertura.

Stand By Me do álbum Be Here Now (1997) do Oasis, foi a próxima a aparecer e veio para iniciar uma sequência matadora com o que os fãs mais loucos da cabeça do Oasis não esperariam em termos de sensação e impacto. Roll It Over, uma música lado b presente no álbum Standing on The Shoulders Of Giants (2000) veio em seguida e foi cantada de forma indescritivelmente boa (principalmente se for levado em consideração o show de São Paulo ter sido um dia antes). foi o melhor momento do show em mais de um relato, além da opinião de quem vos escreve, e ela se torna especial porque até hoje só o Liam a cantou e apenas a partir dessa turnê que a faixa passou a ser apresentada ao vivo. O poder dela só não se equivale ao de Slide Away, este um verdadeiro clássico do Oasis do álbum de 1994.

Liam Gallagher – Roll It Over live at Qualistage RJ. Fonte/divulgação: Roani Rock

Importante sentir o poder das músicas da carreira solo do Liam. As que configuram o novo disco C’mon you Know (a faixa), More Power e a dançante Diamond In The Dark foram muito bem aceitas e Once, do álbum Why Me? Why Not! De 2019, virou seu clássico particular com o mesmo enfoque popular de Wonderwall, maior hit do Oasis – que também foi tocada e um dos marcos do show por ter sido dedicada ao ex-jogador de futebol Zico, meia da seleção brasileira, famoso por sua participação nas copas do mundo de 1978, 1982 e 1986.

The River que é uma música que desde sua aparição como um dos singles de Why Me? Why Not! divide opiniões dos mads até hoje, ganha uma relevância imensa ao vivo, sendo certamente o momento mais rock e pesado dentro do repertório, fazendo ser compreensível o apreço de Liam pelo som.

foto/divulgação: Pamella Lima

Outros pontos de destaque ficam a cargo dos clássicos atemporais do Oasis que foram tocados em sequência, tirando o fôlego até do fã mais reticente frente a banda cover de luxo do vocalista. Some Might Say (que gerou uma catarse de banhos de cerveja do público), Supersonic, Wonderwall e o bis com a belíssima Live Forever dedicada a uma fã que estava na parte de cima no mezanino, sendo elogiada por estar dançando o tempo todo. O gran finale foi com Champagne Supernova, mais uma que pertence ao (What’s The Story?) Morning Glory(1995), que não teve uma grande execução por parte da banda, falta tesão pros caras, compensado pelos excelentes vocais das backings.

No geral o show foi grande. Mesmo sendo tão curto, foi grande na potência, qualidade do som, a voz do Liam remetendo ao tempo dos seus 20 e poucos anos com o up que suas backing vocals acrescentam para que o homem alcance as notas sem sofrer com o esforço. No demais, tomara que a volta não dure tanto tempo, sua última vinda tinha sido no Lollapalooza de 2018 a quatro anos atrás.Como ele mesmo gosta de dizer: “foi bíblico!”.

SETLIST:

  1. Fuckin’ In The Bushes
  2. Morning Glory
  3. Rock ‘n’ Roll Star
  4. Wall of Glass
  5. Everything’s Electric
  6. Stand By Me
  7. Roll It Over
  8. Slide Away
  9. C’mon You Know
  10. More Power
  11. Diamond In The Dark
  12. The River
  13. Once
  14. Some Might Say
  15. Supersonic
  16. Wonderwall
  17. Live Forever
  18. Champagne Supernova

Confira alguns registros do show feitos por fãs:

Slide Away live at Qualistage RJ. Fonte/divulgação: Dig Obadia
Wonderwall Live at Qualistage RJ. Fonte/divulgação: Thaynara Lima
Stand By Me Live at Qualistage RJ. Fonte/Divulgação: Gabriel Soliva
Champagne Supernova Live at Qualistage RJ. Fonte/divulgação: Pamella Lima

Deixe uma resposta