Review: Megadeth – The Sick, The Dying… And The Dead!

Conturbado sim, mas graças a forte e já consagrada linha formada por Mustaine no meio da década passada, o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro e o baterista belga Dirk Verbeuren, que parece estar mais afiada do que nunca, o décimo sexto álbum de estúdio do Megadeth, The Sick, the Dying… and the Dead! é um forte registro do Heavy Metal no ano de 2022, e um dos melhores álbuns da banda após a “era dourada” que perpetuou em 1990 com Mustaine, Friedman, Menza e Ellefson.

Lucas Santos

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Gravadora: UMG
Data de lançamento: 2/09/2022

Gênero: Thrash Metal
País: Estados Unidos


Foram anos, para dizer o mínimo, bem conturbados para o Megadeth depois do lançamento do seu último álbum de estúdio há 6 anos atrás, o excelente Dystopia (2016). No meio tempo, além da pandemia que afetou o mundo inteiro, tivemos a notícia do câncer na garganta de Dave Mustaine em meados de 2019, além do chocante escândalo sexual envolvendo o eterno baixista da banda, David Ellefson, em 2021.

Mustaine declarou estar 100% livre do câncer no começo do ano, já Ellefson foi demitido da banda por conta da repercusão e consequências de seu ato. Sua demissão rolou enquanto a banda já estava no processo da gravação do seu novo trabalho, fazendo com que o lendário baixista Steve Di Giorgio  regravasse as linhas de baixo. Ele foi substituído logo depois das gravações para as turnês pelo já conhecido James LoMenzo, que fez parte da banda no passado e gravou os álbuns United Abominations (2007) e Endgame (2009).

Conturbado sim, mas graças a forte e já consagrada linha formada por Mustaine no meio da década passada, o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro e o baterista belga Dirk Verbeuren, que parece estar mais afiada do que nunca, o décimo sexto álbum de estúdio do Megadeth, The Sick, the Dying… and the Dead! é um forte registro do Heavy Metal no ano de 2022, e um dos melhores álbuns da banda após a “era dourada” que perpetuou em 1990 com Mustaine, Friedman, Menza e Ellefson.

De cara, o que mais me chama a atenção em The Sick, the Dying… and the Dead é absurda produção e mixagem do álbum. Tudo é entregue da forma mais limpa e cristalina possível, sem, obviamente, perder o peso e força das canções do disco. Musicalmente falando, senti que a vibe do álbum é mais voltada aos tempos de Youthanasia (1994) e Countdown To Extinction (1992), aquele híbrido tradicional/thrash habilmente comercializado, algo que é bem nítido em faixas como Sacrifice e Soldier On!. O thrash mais presente e tradicional vem em uma das melhores faixas do álbum, que é We’ll Be Back, uma amostra que mesmo após 40 anos de banda, o Megadeth ainda entrega o mais rápido, caótico e ainda sim bem elaborado thrash metal.

Outros bons momentos do álbum podem ser notados na faixa Night Stalkers, que tem uma participação um tanto quanto curta e desnecessária de Ice-T, e na rápida faixa título de abertura, que ao meu ver, encaixou muito bem como a primeira impressão do álbum.

Como sempre foi o caso, o puro talento em suas criações não está de fora. Kiko Loureiro soa muito mais à vontade e volta para fritar escalas e mostrar maestria técnica que todos nós sabemos que ele tem (e que mesmo assim ficamos impressionados). Ele e Mustaine carregam o material duelos de guitarra excitantes e uma abundância de riffs massivos e memoráveis. Dirk Verbeuren traz a sua melhor participação na banda desde sua entrada. Escute Life In Hell e Dogs Of Chernobyl bem de perto para entender do que eu to falando. Já Steve Di Giorgio entrega tudo aquilo que esperamos dele e da grandiosidade que seu nome carrega, mesmo achando que o som do baixo ficou demasiadamene baixo. E os vocais de Dave soam mais fortes do que nunca. Como? Eu não sei! Mas é impressionante.

Algumas faixas deixam um pouco a desejar, mas em função de serem memoráveis ou até mesmo de se encaixarem em um nível mais elevado deixado pelos momentos mais cativantes. Uma faixa como Junkie soa muito simples e rudimentar, e Celebutante, embora um pouco melhor, é da mesma laia, mesmo fazendo parte da audição completa, acredito que com o passar do temp será facilmente esquecida. São derrapes muito simples e que certamente passam despercebidos pelo o conjunto magistral que é The Sick, the Dying… and the Dead.

The Sick, the Dying… and the Dead saiu mesmo depois de uma época conturbada, e que por muito tempo passou aquela sensação de que não ia sair tão cedo (rs). Mais de 40 anos depois, Mustaine e o Megadeth continuam fazendo Heavy Metal de qualidade e de muito bom gosto. Os novos rostos encaixam como já fizessem parte da banda à décadas, e o resultado é o álbum mais forte da banda desde a sua era de ouro nos anos 90.

Nota final: 8/10

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