Rapidinhas Especial: três lançamentos de 2022 que inovaram o som das bandas

‘Rapidinhas The Rock Life’ é o quadro que surgiu para aumentar o apanhado da quantidade massiva de música que escutamos durante a semana. Cheguei a conclusão que só os Reviews por aqui não eram o suficiente e por isso criamos esse novo formato para, de forma breve, aumentar o nosso acervo musical e, claro, aumentar o número de dicas de música boa dentro do Metal e do Rock.

Obs: esse rapidinhas especial traz breves reviews de alguns lançamentos nacionais e internacionais que tem uma ligação com o fato dos artistas terem buscado inovar seu som. Infelizmente não dei conta de cobrir corretamente na época dos lançamentos, mas trago com orgulho nesse resumo as principais impressões frente a tanta coisa diferente e celebrativa.

Todos os álbuns foram lançados entre Outubro e início de Novembro


The Outs – Onde Tudo Se Encontra

Gravadora: Eu Te Amo Records
Gênero: Indie rock/ Lo-Fi
País: Brasil

Levando em consideração o título do segundo álbum de estúdio do agora duo The Outs, o excelente Enquanto o Futuro Não Vem e o quanto era esperado esse terceiro disco, com o lançamento de Onde Tudo Se Encontra os fãs se encontraram com modernidade no som da banda que já flertava com o indie rock produzido pelo Tame Impala com doses de Clube da Esquina. Com a saída do baterista Gabriel Politzer, Dennis Guedes (guitarra, baixo e voz) e Vinícius Massolar (teclados, guitarra e voz) se viraram nos 30 e focaram bem mais no básico das batidas lo-fi para preencher os vazios, numa onda lisérgica espacial, muito perceptível em sons como Nem Mesmo O Sol, Não Vai Parar e FUZZZ.

O maior destaque do disco lançado no dia 7 de outubro, fica ao meu entender com as músicas Ficar Bem, Toda Essa Bad e Pra Onde Você For. O timing do lançamento para o período tenso de pós primeiro turno das eleições brasileiras casou com as inquietações do repertório que foi confeccionado em sua maior parte no período pandêmico. Os fãs da época em que o grupo era um quarteto com sonoridade britpop pode ficar sem entender e até condenar, mas o The Outs com essas experiências arriscadas, que pra mim são mais adaptações que dialogam com as tendências, terminam virando o clichê do bom vinho que com o tempo vai ficando mais prazeroso e clássico.


Arctic Monkeys – The Car

Gravadora: Domino Recording Co Ltd
Gênero: Rock
País: Inglaterra

Por falar em experiências arriscadas, o Arctic Monkeys trouxe algo bem surpreendente para o som da banda que já tinha tido uma mudança drástica no Tranquility Base Hotel & Cassino de 2018. Aqui Alex Turner, no auge de sua voz e poder de composições, traz uma tentativa cinematográfica de álbum. Não há espaço para algo diferente do épico, com faixas repletas de camadas dramáticas, seja elas orquestradas ou com teclados 60’s, encontramos Turner abandonando o rock ‘and’ roll, buscando o soul e o clássico.

A sua maneira, temos músicas que fazem a experiência bem agradável. Para os de mente fechada pode ser um álbum digno de bocejos, principalmente para os fãs do peso em AM de 2013, já para os órfãos fãs dos primeiros trabalhos, The Car pode soar como o “favorito pior pesadelo”, título do segundo álbum dos macacos. Brincadeiras a parte, este é um disco mais musical e mais preocupado com uma forma conceitual, enfim alcançado algo. Turner deve ter se orgulhado muito de ter composto faixas como There’d Better Be A Mirror Ball, I Ain’t Quite Where I Think I Am, Body Paint, Jet Skis On The Moat e Perfect Sense. Seja pelas melodias maravilhosas capazes de fazer qualquer um chorar ou por ter soado como Curtis Mayfield, algo que não é simples.


Suricato – Marshmallow Flor de Sal

Gravadora: Universal
Gênero: New Wave
País: Brasil

Um outro cara que não gosta de ficar amarrado a um estilo é o Rodrigo Suricato. Para esse recomeço, com uma nova formação da banda Suricato, Rodrigo (Voz, Guitarra, violões) convocou a Carol Mathias (Teclado, Baixo E Voz), Martha V (Teclado, Voz) e Diogo Gameiro (Bateria) para se divertirem em sons alegres e alienantes. Uma maior presença feminina e o surgimento de um mascote de 1,80m , o Elvis, que aflora essa questão visual de liberdade de espírito.

Marshmallow flor de sal é o quinto álbum de estúdio da Banda Suricato e o mais diferente desde então. A utilização do gênero New Wave repleto de sintetizadores e com pouca presença de guitarras como em Foi? e o hit Cada Vez Mias Louco, mesclando com gêneros nacionais atuais e clássicos da MPB como no caso da música Lua de Saudade que remete a Dorival Cayme, não é aleatória. Há uma onda de revival dos gêneros dos 80’s por parte de artistas americanos como John Mayer e está dando liga o som com os artistas atuais. Com parceria inédita e produção caprichada de Kassin e Rodrigo Suricato, o disco, composto por 10 faixas assinadas por Rodrigo em colaboração com novos parceiros tem como destaque também as cordas gravadas em St. Petersburg e a mixagem do vencedor de múltiplos grammy Awards Michael Brauer, conhecido por trabalhos com o já citado Mayer, Coldplay, Rolling Stones.

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