Review: Red Hot Chilli Peppers – Return Of The Dream Canteen

Estamos chegando ao final do ano e o Red Hot Chilli Peppers propiciou aos fãs a possibilidade de ouvir um pouco mais do material gravado que marca a volta de John Frusciante. Certamente vai dividir opiniões, mas acredito que é mais consistente que Unlimited Love, ainda ficando aquém de suas obras primas.

Roani Rock

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Gravadora: Warner
Data de lançamento: 14/10/2022

Gênero: Funk rock
País: Estados Unidos


Return of the Dream Canteen é o décimo terceiro álbum de estúdio da banda de rock alternativo norte-americana Red Hot Chili Peppers, lançado em 14 de outubro de 2022 pela Warner Records. Assim como o último álbum daquele ano, foi produzido por Rick Rubin, produtor responsável por todos os discos da banda desde Blood,Sugar, Sex Magik de 1991 com a formação que encontramos aqui.

Os Chili Peppers escreveram e gravaram o álbum simultaneamente ao anterior, Unlimited Love. Este registro, por sua vez, marcou o retorno do guitarrista John Frusciante o que fez as pessoas ficarem mais atentas a esse fato. Algo que em minha opinião, é um pouco eixado de lado em Return Of The Dream Canteen, dá até pra chamar de mais ousado o novo disco por por não ter o caráter de querer acertar. Se o antecessor veio com uma proposta de resgate as raízes com destaque pontuais a volta de Frusciante, aqui eles expandem horizontes tentando trazer conceitos e formulas novas pras canções que seguem tendo forma e formula similar ao que já produzem a anos, até mesmo coisas com a cara do Josh Klinghoffer.

Um bom exemplo da tentativa de modernizar – mesmo soando igual – está na ótima Peace and Love com uma forma mais moderna lembrando músicas como Sick Love do álbum The Getaway de 2016. Reach Out que começa sonolenta ganha uma potência com uma guitarra distorcida transformando a faixa em algo acima da média. Também tem coisas interessantes na introspectiva My Cigarette que de tão repetitiva fica ressoando no ouvido no decorrer do álbum, não que isso seja uma coisa boa, mas correram um risco aceitável tentando mudar ritmo e estrutura.

As músicas escolhidas como single, Typpa My Tongue e Eddie fazem jus a terem sido as “músicas de trabalho”. A primeira tem elementos do funk que realmente deixam você chapado com os baixos de Flea e os nanana’s de Kiedis, perfeita escolha para abrir o longo álbum também. Já Eddie realmente é muito linda e que solo inspirado de Frusciante… um dos mais inspirados em anos e agrada os fãs mais raiz da banda. A música que vem em seguida, Fake as Fu@k, também é um deleite, que funk gostoso.

Ouso dizer que esse é o álbum mais psicodélico que a banda já produziu com essa formação e é a cara do Anthony Kiedis. Ter uma música como La La La La La La La La só com ele cantando junto a um sintetizador e piano foi estranho e os fãs não precisam dessa aventura, mas mostra a autoridade do frontman. Mas não fique desmotivado, há uma música que salva o álbum todo e ela se chama Carry Me Home, provavelmente é o primeiro blues que escuto por parte da banda, que música fantástica!

Poderia fazer uma avaliação de música por música, mas a verdade é que por ser um álbum com 17 faixas e 1 hora e 15 minutos de duração é bem cansativo. Certas músicas da segunda metade do álbum soam desnecessárias, casos de Bag of Grins e The Drummer (que apesar do nome não contempla tanto Chad Smith), parecem preenchimento, encheção de linguiça. Mas conhecendo a metodologia de trabalho dos Peppers, por eles o disco poderia ter até mais faixas e seria um álbum triplo.

No saldo final…
Nota final: 6/10

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