Iron & Wine

Bem vindo à mais uma categoria de conteúdo disponibilizado pela The Rock Life pra você, amante da boa música, mais precisamente do rock e metal.

Teremos uma vez na semana indicação de bandas, digamos, desconhecidas no grande cenário e pouco mencionadas nacionalmente. A ideia é apenas espalhar o som de bandas diferentes, “novas” e que não tiveram espaço aqui. Tentaremos focar naquelas que tiveram álbuns que não foram resenhados ainda. Do rock clássico ao metal extremo, aqui vale de tudo. Traremos uma breve explicação da banda e álbuns essenciais da discografia, sem muito aprofundamento, o conceito do “Banda da Semana” é apenas disponibilizar novos nomes a vocês. Aproveitem.

QUEM SÃO?

Iron & Wine de Sam Beam é um projeto folk lançado em 2002 que atingi bem na raiz. A banda é composta pelo compositor, vocalista e guitarrista junto a artistas convidados e são credenciados pela icônica sub pop, responsável pelos principais discos do movimento grunge.

Tendo instrumentos de característica acústica para apoiar as canções, com destaque para teclado, vocais de apoio femininos, alguns instrumentos de corda e de sopro, como violino e flauta. Ele tem uma parceria bem firme com Ben Bridwell tanto nas composições próprias quanto para o direcionamento artístico dos seus álbuns reinterpretações. Beam possui ao menos 11 álbuns de estúdio tendo sido o último lançado em 2021, com alguns EPS pelo percurso, incluindo um trabalho em conjunto com a cantora Jesca Hoop. Ele possui alguns hits de expressão como Naked As We Came, Such Great Heights e Flightless Bird, American Mouth que foi trilha sonora do filme Crepúsculo.

POR QUE VOCÊ DEVE ESCUTAR?

Não se atentem ao ter sido usado Crepúsculo como referência, o projeto do cara é maior do que isso, e posso provar. Sua música consegue trazer o folk tradicional americano a tona com sutileza em músicas reflexivas que exploram o cotidiano e os sentimentos de Beam soando distintamente cinematográficas. Ele consegue fazer a simplicidade soar despojada e isso não é tão fácil quanto parece, em muitos casos parece que ouvimos uma fita K7, e não é qualquer um que faz isso parecer cool. Ele também é conhecido por fazer covers de canções em formatos acústicos reconstruindo, as vezes, quase que completamente o arranjo, como ocorre em Time After Time de Cindy Lauper.

O que ele faz fica no meio termo entre a musicalidade de Joni Mitchell, aos vocais aspirados de Rodrigo Amarante no processo solo fora do Los Hermanos. Deixo como principal referência a música Song In Stone do álbum Beast Epic (2017), a primeira vez que ouvi quase me fez chorar pela pureza da letra e melodia.

QUAL ÁLBUM VOCÊ DEVE ESCUTAR?

Sua carreira não vai pra muitas direções, o músico dificilmente sai dos moldes do folk e principalmente das baladas, mas tenho que elevar o fato da discografia ser bem linear, poucos trabalhos tem menos de ao menos três músicas boas, ótimas, criativas ou espetaculares.

O primeiro álbum que escutei que me deixou fascinado foi o Our Endless Numbered Days que diria ser bem rústico com boa sequência de músicas como a faixa de abertura On Your Wings, seguida pelo hit Naked As We Can, Cinder And Smoke, Sunset Soon Forgotten e Teeth In The Grass. São 12 músicas em quase 45 minutos que parecem passar rápido demais, nos fazendo querer ouvir novamente o disco e por consequência, conhecer mais da discografia do artista.

Mas gostaria de fortalecer a ouvida de vocês com mais dois discos que considero os melhores álbuns até aqui. Kiss Each Other Clean de 2011 que mostra o músico se arriscando em sons psicodélicos e músicas mais pra cima é muito necessário para se ter uma boa experiência de descoberta. Em grau de comparação com outro ícone do folk, é como se fosse o Bringing It All Back Home de Dylan dentro da obra de Beam. Claro, dadas as devidas proporções e comparações, essa interpretação me veio por conta de ser um álbum com banda de rock completa (que lembra muito a The Band), com a inclusão de muitos instrumentos adicionais como naipes de metal acompanhando ele. Totalmente fora do minimalismo dos outros discos até então lançados.

O terceiro álbum e não menos importante que eu dedico a você caro leitor é o maravilhoso, já citado anteriormente, Beast Epic de 2017. Esse álbum é lindo do início ao fim, Beam volta aqui ao conceito voz e violão tendo poucas percussões e pianos para auxiliá-lo. Claim Your Ghost que é faixa de abertura tem o violão soando até desafinado, o que causa uma gostosa estranheza que você aceita e no fim ama. Até a faixa Last Night o álbum desce tão limpo como uma água gelada para acalmar o calor descendo do copo para a garganta transportando nutrientes para seguir hidratado e saudável.

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