Review: Red Hot Chili Peppers – Unlimited Love

Por Roani Rock e Lucas Santos

Quem não gosta de um bom fanservice? São 47 minutos de pura imersão nas raízes funky da banda, sem deixar de fora o rock. É um pouco de “o bom filho a casa torna” com “a melhor versão de si mesmo”. Unlimited Love traz a libertação de um tipo de som que estava preso na saudade.

Roani Rock

Confira mais Rock:
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Gravadora: Warner Bros. Records
Data de lançamento: 01/04/2022

Gênero: Funk/Rock
País: Estados Unidos


Finalmente chegou! Após 16 anos e dois discos com Josh Klinghoffer, saiu na última sexta feira (1/4) Unlimited Love, álbum que marca a retomada da formação clássica da banda californiana Red Hot Chili Peppers com John Frusciante na guitarra. A obra ainda recebe a produção do lendário Rick Rubin que assina os discos da banda desde Blood Sugar Sex Magic.

Frusciante, que agora tem 52 anos, teve um retorno triunfal em 1998 e saiu novamente em 2009, então os fãs, apesar de estarem passando de novo pela mesma situação de uma forma menos tensa, ficaram mais confiante em um retorno triunfal como na década de 90.

Foi tão emocionante ver aquele grupo de pessoas de volta, pois eles fizeram tantas músicas incríveis por tanto tempo, aquilo me pegou de uma forma muito emotiva.

Rick Rubin, 2021

Devido ao sucesso da resenha dos álbum do Slash e da Avril Lavigne, resolvemos mais uma vez fazer uma resenha diferente, expor 2 opiniões dos nossos “críticos” mais ativos aqui no blog a respeito do novo trabalho de Avril e companhia. Espero que curtam esse novo formato.

Roani Rock:

A pandemia atrasou um pouco mais a produção, mas após tanto tempo, temos aí um álbum com 47 minutos de pura imersão nas raízes funky da banda, sem deixar de fora o rock. Teve a amigável e ao mesmo tempo contestável saída de Josh Klinghoffer, a felicidade se misturava ao “não saber o que esperar” do retorno daquele que foi o mais inventivo guitarrista da banda. Mesmo com o produtor Rick Rubin, que esteve presente no primeiro ensaio do retorno de Frusciante em 2019 indo às lágrimas, e em entrevista ao podcast Talk is Jericho clarear o que esperar de Unlimited Love – que é justo chamar de o verdadeiro sucessor do álbum duplo Stadium Arcadium – ainda assim os fãs estavam ansiosos e sedentos para ouvir as novidades logo.

Quando saiu o single Black Summer no dia 4 de fevereiro senti uma euforia que a muito tempo não sentia e me veio a palavra “fanservice” na cabeça por conta da música ter todos os elementos que me fizeram gostar dos Chili Peppers quando tinha lá pelos meus 14/15 anos. Na sequência, veio a jazzistica Poster Child que é um deleite impressionante, principalmente se viajar no som escutando Anthony Kieds cantar aleatoriedades praticamente sem tomar um ar, para referenciar ícones do underground do punk à Yoko Ono. Quando a terceira faixa, a balada romântica Not The One, saiu muitos fãs baixaram o hype e desanimaram pelas “escolhas esquisitas” para single, mas após a primeira audição do disco tudo casa e passa a fazer sentido; essas faixas ganham força.

Para completar minha parte, ouvir todas as músicas de Unlimited Love chega a ser emocionante. Constata-se que acontece algo realmente mágico quando esses quatro se unem. As faixas deste álbum soam despretensiosas, com todos tendo seu momento de destaque, tornando tudo mais bem temperado. Coisa que o trabalho com Josh não conseguia, soava ter um tipo de carga e profissionalismo de mais. Gosto do trabalho de Josh, mas assim como ocorre com Dave Navarro, algo parece fora de lugar.

A banda sem Frusciante é como um quebra cabeças incompleto, quando se acha a peça que estava faltando, tudo se encaixa, tanto que esse é o álbum mais consistente com o guitarrista. Assim que se sente a volta dele, causa essa expansão de possibilidades, Flea e Chad Smith aproveitam melhor seus dons e de forma mais leve para se expressarem melhor, vide Aquatic Mouth Dance e The Are The Ways, a melhor música de Unlimited Love. Também destaco Watchu Think, e a fantástica The Heavy Wing – Meu Deus que música! -, as baladas It’s Only Natural, She’s a Lover e White Braid & Pillow Chair que parecem ter saído de um álbum do Sly and The Family Stone.

Nota Final: 9/10

Lucas Santos:

É tão difícil falar de uma banda que voê ama.

Ao mesmo tempo que eu fiquei um pouco ansioso para o lançamento de Unlimited Love, fiquei na mesma medida com uma pulga imensa atrás da orelha. Sim, eu queria muito a volta de Frusciante – mesmo achando que Josh seja um excelente guitarrista, sua presença sempre foi muito sem brilho, principalmente ao vivo. – O Chili Peppers sempre 4 integrantes com características muito marcantes e peculiares e sempre achei que o carisma do Josh nunca limpou a chuteira de nenhum deles, muito menos o do Frusciante.

Black Summer, Poster Child e Not The One foram singles que me deixaram com sensações mistas, mas que me agradaram mais do que desagradaram (principalmente Poster Child), por esse motivo o meu hype cresceu um pouco e eu acabei ficando bem mais animado (do que devia) para ao lançamento do álbum. Bem.. eu poderia ter ignorado completamente o lançamento dos singles e ter escutado o disco como um todo no dia do lançamento pela primeira vez, acho que minhas reações seriam melhores.

Falando especificamente do grande ponto principal de Unlimited Love, Frusciante é criativo do jeito que a gente espera, como sempre foi, e é. De longe não é o trabalho mais inspirado dele, mas a sua assinatura está presente em boa parte do disco. As linhas do baixo de Flea me encantaram bem mais, se comparado aos trabalhos anteriores, esse é o que o baixista mais me chamou a atenção. O resto da banda é um “mais do mesmo” bem medíocre.

A verdade é que eu me decepcionei mais do que me empolguei. Os grandes momentos do álbum são em sua maioria ditados pelas faixas antes distribuídas pela banda, o que me causou ZERO surpresas. Tirando as já citadas eu ainda incluo a interessante e good vibes Veronica e a animada These Are The Ways. Fora os destaque principais, tudo é muito repetitivo e muito sem sal. Com 73 minutos e 17 faixas Unlimited Love também e inexplicavelmente longo e arrastado.

Se passarem por onde eu moro eu não vou perder a chance de ver os 4 mais uma vez ao vivo. A química é inexplicável e quando juntos, eles formam uma das melhores bandas da história. No álbum, ficou um pouco a desejar.

Nota final: 6/10

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