Por Lucas Santos
Após um hiato de 4 anos e recentemente recebendo prêmios de ouro por seus três primeiros álbuns na Finlândia, o grupo liderado pelo carismático cantor Olli Herman volta a lançar um novo material de estúdio: Turborider acredita no rock energético, com infusão de ondas sintetizadas com um toque inegável dos anos 80.
Lucas Santos
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Gravadora: AFM Records
Data de lançamento: 25/02/2022

Gênero: Hard Rock/Hair Metal
País: Finlândia
O “ressurgimento” do glam metal nos países escandinavos em meados dos anos 2000 se tornou uma das cenas musicais mais prolíficas e interessantes dos últimos tempos. Uma das minhas favoritas também. Não só na Suécia, onde em uma matéria escolhemos 9 bandas que se destacam nesse quesito, mas também em seus países adjacentes como Dinamarca, Noruega e principalmente a Finlândia, existem diversos nomes de muita qualidade que resgatam o “Sexo, Drogas e Rock & Roll” da Sunset Strip.
Um dos líderes desse movimento, o Reckless Love, retorna com seu quinto álbum de estúdio, Turborider. Após um hiato de 4 anos e recentemente recebendo prêmios de ouro por seus três primeiros álbuns na Finlândia, o grupo liderado pelo carismático cantor Olli Herman volta a lançar um novo material de estúdio: Turborider acredita no rock energético, com infusão de ondas sintetizadas com um toque inegável dos anos 80.

Fundada em 2001, a banda lançou quatro álbuns, dentro deles, Reckless Love (2010), Animal Attraction (2011) e Spirit (2013) são materiais essenciais dessa “nova onda do glam metal”. Nesse novo trabalho, mudando para uma marcha mais séria, a banda tem uma abordagem retrô, não só na sua estética mas também na sonoridade, revisitando por exemplo, os mundos dos jogos dos anos 80. No centro dos sons estão os temas da época e o mundo moderno e sombrio da onda dos sintetizadores. A banda mergulhou profundamente nos games e nas referências cinematográficos do gênero e da época.
Outrun foi a primeira música que escrevemos para o álbum ‘Turborider, então acho que faz todo o sentido que também seja o primeiro single do álbum. De alguma forma, essa pequena música cativante conseguiu encapsular todas as coisas que são construído na genética de cada criança que cresceu durante a era dos jogos de arcade, bandas de metal de cabelos compridos e filmes de ação explosivos. As letras são repletas de temas e jogos de palavras divertidas, que colocam corridas de automóveis supera limentadas e competições ricas em hormônios, lado a lado. Já o som, o pop metal dos anos 80 ruge alto e claro, no entanto, também é fortemente colorido com um sabor moderno de ondas de sintetizador, preparando um coquetel interessante.
Olli Herman
Confesso que fiquei meio dividido com essa nova abordagem da banda em Turborider. Uma queda de qualidade já havia acontecido no último lançamento da banda em InVader (2016) e a banda perdeu muita relevância para mim. As boas e simples composições estão presentes, assim como o destaque na voz de Olli junto com os ganchos bem chicletes que são uma marca da banda. Fora isso, o fator impacto e repetição é muito pequeno. Tirando a faixa Outrun, que foi acertadamente escolhida como primeiro single, nenhuma outra faixa despertou tanto interesse.
A mistura dos sintetizadores e referências eletrônicas dos games é muito exagerada. É como se esse álbum fosse um “spin off” da discografia. A tentativa de mudar quase por completo a sua sonoridade surtiu pouco efeito. As faixas que mais se destacam, fora Outrun, são Eyes Of A Maniac e Future Lover Boy, que conseguem captar levemente a ideia de hard rock + sintetizadores com um pouco de fluidez. O resto do álbum soa muito sem vida e representatividade. Por favor, não escute o cover de Bark At The Moon, é péssimo.
Tentativa válida, execução fraca. Se tivesse que recomendar Turborider eu recomendaria somente os singles e olhe lá. Quando me der vontade de escutar Reckless Love, tenho certeza que Turborider será a minha última escolha. Felizmente, ou infelizmente (?) vou me agarrar nos álbuns clássicos e acreditar que os finlandeses podem ter a mesma relevância que já tiveram um dia.
Nota final: 5/10
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