Review: Power Paladin – With The Magic Of Windfyre Steel

Por Lucas Santos

Com o processo de criação que tomou forma a mais ou menos 2 anos atrás em diversos lugares e passando um pouco por cada membro da banda, o álbum de estreia dos islandeses não faz segredo aos ídolos musicais deles Iron Maiden, Dio, Hellowen, Edguy, Rhapsody, Hammerfall, e mais. O amor do grupo por jogos de fantasia e livros de autores como Brandon Sanderson e Joe Abercrombie também não passou despercebido: o artista James Child traduziu essa inspiração na arte de capa já mencionada do álbum.

Lucas Santos

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Gravadora: Atomic Fire Records
Data de lançamento: 7/01/2021

Gênero: Power Metal
País: Islândia


Como é bom começar o ano ouvindo um monte de cabeludos que cantam sobre magos, dragões, castelos, cavalheiros, magia negra, reinos e criaturas mágicas. Tudo isso em uma arte de capa que parece vir de uma espansão dos anos 80 do Dungeons And Dragons ou de algum RPG de turno meia boca do Playstation 2. Sim, eu estou falando do Power Metal, e esse Power Metal é o Power Metal mais Power Metal que se podemos ter, com todos os clichês; tanto na música quanto na sua apresentação até o nome da banda, Power Paladin e o título do seu álbum de estreia With The Magic Of Windfyre Steel. Está bem situado? Depois de todas as apresentações escritas e visuais, impossível não saber do que nós estamos tratando aqui.

Imagine terrenos baldios vulcânicos desertos, ventos gelados e a escuridão abrangente dos invernos mais longos deste planeta: a inspiração óbvia para melodias bastante violentas e sombrias para solitárias horas noturnas pelas quais a maior parte da cena musical pesada da Islândia é conhecida. Quem se atreveria a pensar em contos sobre bravos guerreiros e criaturas místicas vindas de tal ilha? Fundado em 2017 o sexteto baseado em Reykjavík Power Paladin (originalmente fundado como Paladin – Não confundir com o quarteto americano Paladin, uma das bandas de Power Metal mais incríveis dos últimos anos) surgiu em busca de realizar melodias mais ricas, mudando um pouco o foco da música pesada em seu país.

A Islândia tem uma ótima representação do metal extremo. Não sentimos que tínhamos muito a acrescentar àquela cena, então por que não deveríamos fazer o oposto completo?

A banda diz à respeito do porque fugir um pouco do “tradicional” metal islandes

Com o processo de criação que tomou forma a mais ou menos 2 anos atrás em diversos lugares e passando um pouco por cada membro da banda, o álbum de estreia dos islandeses não faz segredo aos ídolos musicais deles Iron Maiden, Dio, Hellowen, Edguy, Rhapsody, Hammerfall, e mais. O amor do grupo por jogos de fantasia e livros de autores como Brandon Sanderson e Joe Abercrombie também não passou despercebido: o artista James Child traduziu essa inspiração na arte de capa já mencionada do álbum.

Todas essas referências são de fácil captação, a verdade é que não precisa nem apertar o play para se ter uma noção do que nos espera ao longo dos quase 50 minutos. Mesmo anotando toda as colunas com os clichês do estilo, o sexteto consegue contar uma estória que passa longe de ser espetacular, mas é divertida e que desceu muito bem aos meus ouvidos. Eu mencionei algumas vezes que Power Metal pra mim ou é oito ou é oitenta, mas no caso do Power Paladin eu conti um pouco a empolgação mas também não me frustrei facilmente.

O trunfo de With The Magic Of Windfyre Steel está nas melodias deliciosas das guitarras, atreladas as boas composições que tentam adicionar um pouco de diferentes variáveis que não deixam a audição se tornar repetitiva. O vocalista Atli Guðlaugsson tem um alcance muito bizarro e apesar do baterista Einar Karl Júlíusson exagerar no bumbo duplo em vários momentos, as ambientações e toques melodicos do tecladista Bjarni Egill Ögmundsson distraem e relaxam um pouco os ouvidos.

As duas músicas de abertura são os destaque para mim. A “ironmaidenística‘Kraven The Hunter é mais pulsante e muito energética, com refrão bem memorável e guitarras gêmeas muito bem trabalhas, e Righteous Fury, que vem em sequência, é mais direta e rápida, se encaixando mais no estilo, mas que tem um toque de folk metal e os melhores solos do álbum, tem até uma menção honrosa ao The Legend Of Zelda no meio. O resto do disco caminha mais pela direção de Righteous Fury e apesar de ser muito bem mixado, produzido e executado, não me chamou a atenção por nenhuma outra música em específico. Ao todo, eu me diverti, mas foi só isso.

With The Magic Of Windfyre Steel vale muito pelo seu início e pelo seu conceito. Talvez para os amantes mais ferrenhos de Power Metal esse disco seja mais empolgante, para mim, é apenas um bom álbum de uma banda bem interessante, mas que pouco se destaca em meio aos milhares de registros do mesmo estilo. O Power Paladin mostra que a islândia não faz só música instrospectiva e extrema, ela também é capaz de contar estórias mágicas e belas, mesmo que esse não seja o seu forte.

Nota final: 6/10

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