Review: Unto Others – Strenght

Por Cleo Mendes

Para ter certeza, esse amálgama de estilos e som não era uma coisa particularmente nova, mas nas mãos do Idle Hands foi o melhor que tinha sido até aquele ponto. Então veio o Mana, que explodiu a coisa toda e catapultou a banda para a estratosfera. Mixando letras e ritmos inteligentes, vocais crescentes e sulcos tristes a banda conseguiu reunir diversas vertentes em seu som.

Cleo Mendes

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Gravadora: Roadrunner Records
Data de lançamento: 24/09/2021

Gênero: Metal Gótico/Alternativo
País: Estados Unidos


Com o Mana (2019), o Unto Others (então, Idle Hands) causou possivelmente o maior impacto que uma banda poderia fazer com um debutt. Foi um amálgama de gótico, metal clássico e letras tragicamente intensas que se espalharam pelas 11 faixas. A banda de Portand, Oregon, certamente compartilhou algo que poucos estavam fazendo. Strenght, o segundo álbum da banda, que passou por essa mudança de identidade, é um álbum mais compacto, melhor e mais focado.

Recordando um pouco, vamos lembrar que primeiro veio o Spellcaster, e então o Idle Hands com o EP Don’t Waste Your Time (2018), que levou a mistura de gótico e metal a um novo nível e, honestamente, não recebeu a atenção que deveria na época. Para ter certeza, esse amálgama de estilos e som não era uma coisa particularmente nova, mas nas mãos do Idle Hands foi o melhor que tinha sido até aquele ponto. Então veio o Mana, que explodiu a coisa toda e catapultou a banda para a estratosfera. Mixando letras e ritmos inteligentes, vocais crescentes e sulcos tristes a banda conseguiu reunir diversas vertentes em seu som.

O anúncio de Strenght trouxe expectativas absurdamente altas para mim com certeza, mas depois de uma estreia tão bem aclamada e de certo modo surpreendente, se alguem poderia superar todas as expectativas, esse alguém é o Unto Others. A abertura Heroin mostra seu passado distante com seus licks de heavy metal insanos, com o ritmo gótico arrogante e os gritos surpreendentes. Downtown ultiliza os timbres e solos de guitarra para uma atmosfera mais densa e When Will God Work Be Done se estabelece um pouco mais e realmente destaca como os vocais de Gabriel Franco progrediram muito melhor. A voz dele soa mais cheio e menos forçada, e são esses vocais que impulsionam faixas como Destiny e Instinct, destaques do álbum.

O cover de Pat Benetar de Hell Is For Children que, no papel, parece uma escolha estranha, mas, para a banda, ele se ajusta como uma luva e se ninguém soubesse que era um cover, seria facilmente assumido como um original. Why e Summer Lightning soam como se tivessem saídos das obscuras faixas do The Cure e, honestamente, não faltam momentos como esse ao longo do álbum e eles realmente se destacam mais desta vez devido à escolha mais sucintas e menos gordura em suas canções.

Logo depois que as duas faixas de abertura terinam, qualquer sensação de apreensão se evaporou e estava claro que este álbum seria muito mais do que apenas um segundo trabalho. E não, definitivamente não é uma parte II, ao contrário, é o desabrochar da promessa e hype que eles tinham. Eles progrediram desde a última vez? Sim, esse é um pouco mais pesado com mais experimentação no lado gótico do rock. Há um propósito em cada nota, há melhor clareza em todo o lado, há poder quando necessário e mais contenção quando a música pede, e há um sentimento ainda maior de paixão pelo que eles estão fazendo que vem com clareza cristalina e, às vezes, mais alto do que a música que estão fazendo.

Strenght é a consolidação do Unto Others. Goste ou não, não existe nenhuma banda atualmente que faça o som proposto pelo quarteto americano. Mesmo aos ouvidos estranhos do metal gótico, que pra mim nunca foi a primeira nem segunda escolha, é interessantíssimo assistir uma banda construir algo que impacta de verdade todos os amantes da arte mais sombria. Mudando ou não de nome, o Unto Others aos poucos, vai cavando o seu lugar nos lugares melancólicos do metal.

Nota final: 8,5/10

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