Review: Employed To Serve – Conquering

Por Lucas Santos

Esse é um daqueles álbuns para se escutar com fone de ouvido, porque, além do grandioso e pesado som, existem pequenas camadas que engrossam a atmosfera de várias maneiras. A bateria tem um soom poderoso, mas não se destaca de forma desagradável na mixagem. O som da caixa é um soco na espinha e os tons de baixo trazem um groove abismal ao álbum.

Lucas Santos

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Gravadora: Spinefarm Records
Data de lançamento: 17/09/2021

Gênero: Metalcore
País: Hardcore/Metalcore


Apesar de ter nascido no começo dos anos 2010 eu só fui ter contato com o Employed To Serve, banda inglesa da cidade de Woking, em 2019 com o lançamento do álbum Eternal Forward Motion (2019), álbum que entrou na lista de “Melhores álbuns de metal de 2019” e botou a banda em constante rotação em minhas audições diárias. Continuamente listada com uma das bandas mais importantes no cenário britânico do Heavy Metal, a banda liderada pela vocalista Justine Jones e seu parceiro Sammy Urwin não brinca em serviço e entrega outro trabalho de extrema qualidade e relevância ao metal moderno.

Conquering é o quarto álbum de estúdio de uma banda que não parece demonstrar sinais de cansaço. Vindo de uma crescente, o quinteto inglês mira em uma mistura de metal que passeia por diversos estilos sonoros de bandas como Machine Head, The Acacia Strain, Terror, Knocked Loose e Lamb of God. As bandas citadas podem ser notadas como influências imediatas, mas basta algumas poucas audições no álbum para perceber que o leque da banda é muito amplo e de excelência.

Eu acho que o principal tipo de significado por trás do título do álbum, Conquering, é colocar seu ego de lado e ser tipo – está tudo bem estar no lixo. Não há problema em falhar e coisas assim. Mas você só precisa se levantar e tentar de novo, e seguir em frente, e não se levar muito a sério. Porque, eu sinto que, especialmente em um mundo de mídia social e coisas assim, é tão fácil colocar uma fachada e ser tipo – oh, eu só estou fazendo coisas excelentes. É como o bloqueio – todos postavam sobre todas as coisas boas que estavam fazendo. Você não tem que ser assim. Contanto que você sinta que como pessoa está crescendo, e você está melhor do que estava ontem, então você já está alcançando muito. Acho que é importante não perder isso de vista.

Justine Jones sobre significado do título do álbum “Conquering

Antes de falar um pouco das 11 faixas e dos quase 50 minutos de porradaria sônica de Conquering vamos falar de sua produção. Desde Eternal Forward Motion eles, junto de sua gravadora Spinefarm Records, entregam um dos sons mais massivos dentro do metal. Esse é um daqueles álbuns para se escutar com fone de ouvido, porque, além do grandioso e pesado som, existem pequenas camadas que engrossam a atmosfera de várias maneiras. A bateria tem um soom poderoso, mas não se destaca de forma desagradável na mixagem. O som da caixa é um soco na espinha e os tons de baixo trazem um groove abismal ao álbum.

As vozes da vocalista Justin Jones e do guitarrista Sammy Urwin se misturam de uma maneira peculiar e acentuada. Justin tem uma voz mais aberta e aguda, tão poderosa quanto a de Urwin, que entrega momentos guturais de peso. A faixa We Don’t Need You é um grande exemplo dessa combinação que passeia por todo o álbum. Outras faixas comos Mark Of The Grave, Set In Stone e The Mistake trazem riffs absurdos e um peso colossal que se transmite em resultado de toda a combinação de composição, criatividade musical e produção esmagadora. Conquering é um álbum muito pesado, mas que ao mesmo tempo é liso e suave.

As letras, como sempre, são bem pesadas, como nos álbuns anteriores. Mesmo sendo incrivelmente sombrias, as letras sempre são bem escritas. A habilidade de escrever de Justine evoluiu ainda mais com o passar do tempo, com apenas os temas de auto-introspecção mórbida se tornando menos prevalentes. Existe um conceito mais auto-capacitador que é reconhecível desde Eternal Forward Motion, bem como conceitos que não se originam apenas de olhar para dentro. Por exemplo, a letra de Conquering é mais sobre ser o demônio do que ser atormentado por um, bem como eliminar as pessoas ruins de sua vida e seguir em frente.

Eu esperava muito por esse álbum, e o resultado final não poderia ser diferente. Para mim, o Employed To Serve é muito mais interessante e impactante que muita banda mais famosa de metal por aí. Todas as ideias entregues em Conquering são executadas de forma fabulosa, e é um exemplo perfeito de como pegar todas as influências e mixar em um som característico e muito relevante, criando uma própria identidade já carregada em trabalhos anteriores porém ainda mais grandiosa, pesada e significativa. Não deixe o Employed To Serve passar despercebido na sua lista. Esse é o álbum de metal mais absurdo do ano.

Nota final: 9,5/10

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