Passou batido – Review: The Wallflowers – Exit Wounds

Por Roani Rock

Um dos melhores discos da banda, eles voltaram com força total e nesse clima 60’s e folk de certa forma condizente com as tendências atuais, tem grande chances de faturarem alguns prêmios. Baladas de autoestrada e rocks de sábado a tarde dão o tom a Jakob Dylan que se afirma mais do que nunca como um compositor decente.

Roani Rock

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Gravadora: New West Records
Data de lançamento: 09/07/2021

Gênero: Rock alternativo/folk rock
País: Estados Unidos


The Wallflowers, é uma das bandas lado B dos anos 90 e Já são 25 anos de distância do aclamado álbum Bringing Down the Horse de 1996 para o recém lançado Exit Wounds. Já fazia também nove anos que o grupo de Jakob Dylan não lançava material novo, a banda tinha supostamente acabado até que em 2011 mas o guitarrista e vocal é o tipo de cara que sabe planejar a carreira. Segundo ele, nunca foi anunciado um final, não passava de um mal entendido e que estando com a banda ia render mais do que em uma carreira solo – que já não vinha dando certo. Mas apesar dos esforços de Dylan, a verdade é que eles nunca pareceram ter se encontrado.

Quando surgiram no início dos anos 90 impulsionados primordialmente pelo sobrenome de Jakob, se viram fazendo um rock alternativo que não pertencia exatamente ao grunge ou aos campos americanos em expansão, mas se beneficiaram com a abundância de bandas de guitarra. E como a banda nunca teve uma formação fixa, ficava difícil o público em geral, não só seus fãs, ter uma identificação maior. Novos tempos e direcionamento trazem o Wallflowers para a nova década, um recomeço talvez. Dylan é o único membro original da época de Bringing Down the Horse , então a consistência de som e estética é surpreendente. 

Produzido por Butch Walker e mixado por Chris Dugan, os destaques desse disco ficam a cargo das faixas Maybe your heart’s not in it no more, o single Roots and Wings, a divertida I Hear The Ocean (When I WannaHear Trains) e The Dive Bar In My Heart – por acaso são a primeira metade do álbum -. Mas também temos aqui a ilustre presença da cantora e compositora Shelby Lynne em quatro de suas faixas. O sétimo trabalho de estúdio do The Wallflowers soa descompromissado, não tiveram – claramente – a pretensão de superar os trabalhos anteriores, acredito que seja por isso que ele desce tão bem.

Exit Wounds tem uma vibe sessentista maior que dos discos antecessores, com nenhuma tentativa de lidar com a moda contemporânea aparente, mas, todavia, não deixa de soar atual, o disco se adapta fácil aos tempos modernos. Os riffs de guitarra cheios de macetes desse tipo de som que ditam essa característica old school é notório em Move The Ride e o refrão de I’ll Let You Down (But Will Not Guive You Up) soa como um grande hino do seu pai Bob. Por sinal, o disco encaixa no título do filme documentário biográfico de seu pai, o No Direction Home (“sem direção para casa”, em tradução para o protuguês), é como se Jakob entrasse no carro com o trajeto definido, mas sem se preocupar com a direção, deixando o caminho livre.

Talvez Jakob seja um eterno romântico a moda antiga, usa das suas baladas de estrada a ironia em autocríticas e seu grave leve com tom de couro para criar momentos, todos com um certo valor e estímulo para o ouvinte, não há uma canção no álbum que não traga alguma reação, na maior parte dos casos positiva. Darling Hold On, Wrong End Of The Spear – que são quase como irmãs rítmicas – e a vitamínica Who’s That Man Walking ‘Round My Garden com o riff mais “badass” do disco que o digam. Para não parecer esquecida, vale mencionar o bom trabalho em The Daylight Between Us que fecha os trabalhos dignamente.

Nota final: 7,5/10

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