Por Lucas Santos
O sétimo álbum do A Day To Remember demorou muito para ser lançado. Na verdade, 18 meses desde que foi anunciado pela primeira vez, e com cinco de suas 14 faixas já em circulação como singles. Tretas com a gravadora, que não valem entrar muito em detalhe fizeram com que a espera fosse quase interminável.
Lucas Santos
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Gravadora: Fueled By Ramen
Data de lançamento: 5/03/2021

Gênero: Pop Punk (With Breakdowns)
País: Estados Unidos
Talvez esse seja o álbum que mais dividiu minhas opiniões em 2021. Na época do lançamento eu fiquei bastante decepcionado, larguei por completo e nem tiver vontade de fazer resenha. Recentemente dei uma segunda chance. Quando tava olhando os vídeos do canal do Youtube da The Rock Life, lembrei que tem um react do single Last Chance To Dance (Bad Friend) (vídeo abaixo) assisti o vídeo e fiquei com vontade de ouvir o álbum na íntegra mais uma vez. Minhas perspectivas sobre o trabalho mudaram um pouco, mas não completamente.
O sétimo álbum do A Day To Remember demorou muito para ser lançado. Na verdade, 18 meses desde que foi anunciado pela primeira vez, e com cinco de suas 14 faixas já em circulação como singles. Tretas com a gravadora, que não valem entrar muito em detalhe fizeram com que a espera fosse quase interminável. Obviamente que o período de pandemia ajudou, mas o lançamento que inicialmente estava pretendido para 15 de novembro de 2019 atrasou quase 2 anos e finalmente, ou não, foi disponibilizado no primeiro trimestre de 2021.
A Day To Remember foi uma banda pioneira no estilo “popularmente” chamado de Pop Punk com Breakdowns. Aonde o Pop Punk encontra o Hardcore. Você pode ler mais sobre esse “encontro” na matéria especial que fizemos sobre 12 bandas que foram pioneiras em um estilo. Com grandes álbuns na carreira, revolucionários, é bom lembrar também que o quinteto é uma banda bem diferente da que foi fundada em 2003. Eles não são mais “crianças”, são adultos, e é notável ouvir e perceber um amadurecimento normal em suas personalidades, algo que reflete diretamente em sua música. Em Bad Vibrations (2016), a banda da Flórida falou sobre sua relutância em crescer, as frustrações de ser um artista e como o sucesso muda as pessoas; tudo isso em um dos melhores registros da banda.
You’re Welcome é diferente em alguns aspectos. Independente das composições e escolha das músicas ele é um álbum muito sem inspiração, com muitos altos e baixos. A abertura Brick Wall é esmagadora e energética, porém dá a sensação errada de tudo que vem depois; infelizmente, o resto do álbum carece de entusiasmo. F.Y.M. é uma canção bem bobinha, Bloodsucker parece um cover de rock ruim de qualquer canção Pop genérica e High Diving tem uma pegada de Pop Rock mas é bem esquecícel.

Bons momentos como Last Chance To Dance (Bad Friend) e Everything We Need por exemplo, são boas músicas com ótimas estruturas e bem cativantes, mas não são nada de diferente e nem melhores do que o A Day To Remember já fez no passado. Mesmo assim, os 46 minutos não passam devagar e acabam não sendo tão arrastados como eu imaginei que seriam. São 46 minutos sem muito sal e tempero, mas é digerível.
Diferente de outras bandas que amadureceram junto com o A Day To Remember, You’re Welcome não reflete o que o quinteto da Flórida pode alcançar. Esse pode ser um álbum bem frustrante. Não que a banda não tenha tentado nada de diferente, mas essas tentativas foram pouco animadas e excitantes. Não apaga nada o fato da banda ter “criado” um estilo que foi fundamental no começo dos anos 2000, mas inspira pouco alguns futuros projetos que eles possam fazer. You are Welcome? Ahn… nem tanto.
Nota final: 5,5/10